TESS COMPLETA A SUA MISSÃO PRINCIPAL 14 de agosto de 2020
O TESS da NASA, visto aqui nesta impressão de artista, identifica exoplanetas em órbita das estrelas mais brilhantes e próximas. Isto permite com que telescópios terrestres e o futuro Telescópio Espacial James Webb façam observações de acompanhamento a fim de caracterizar as suas atmosferas.
Crédito: Centro de Voo Espacial Goddard da NASA
No dia 4 de julho, o TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) da NASA completou a sua missão principal, observando cerca de 75% do céu estrelado como parte de um levantamento de dois anos. Ao capturar este mosaico gigante, o TESS encontrou 66 novos exoplanetas, ou mundos para lá do nosso Sistema Solar, bem como cerca de 2100 candidatos que os astrónomos estão a trabalhar para confirmar.
"O TESS está a produzir um 'dilúvio' de observações de alta qualidade, fornecendo dados valiosos numa ampla gama de tópicos científicos," disse Patricia Boyd, cientista do projeto TESS no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado norte-americano de Maryland. "Já é um sucesso estrondoso, mesmo antes de entrar na sua missão estendida."
O TESS monitoriza faixas do céu com 24 por 96 graus, chamadas sectores, durante cerca de um mês, usando as suas quatro câmaras. A missão passou o seu primeiro ano observando 13 sectores que abrangem o céu do hemisfério sul e depois passou mais um ano a observar o céu do hemisfério norte.
Agora na sua missão estendida, o TESS voltou-se para retomar a observação do hemisfério sul. Além disso, a equipa do TESS introduziu melhorias na maneira como o satélite recolhe e processa dados. As suas câmaras capturam agora uma imagem completa a cada 10 minutos, três vezes mais depressa do que durante a missão principal. Um novo modo rápido permite que o brilho de milhares de estrelas seja medido a cada 20 segundos, juntamente com o método anterior de recolher estas observações de dezenas de milhares de estrelas a cada dois minutos. As medições mais rápidas vão permitir que o TESS resolva com mais eficácia as mudanças de brilho provocadas por oscilações estelares e capture proeminências explosivas de estrelas ativas com mais detalhes.
Estas mudanças permanecerão em vigor durante a missão estendida, que será dada como concluída em setembro de 2022. Depois de passar um ano a observar o céu do hemisfério, o TESS passará outros 15 meses a recolher observações adicionais do hemisfério Norte e a pesquisar áreas ao longo da eclíptica - o plano da órbita da Terra em torno do Sol - que o satélite ainda não fotografou.
O TESS procura trânsitos, o escurecimento revelador de uma estrela provocada quando um planeta em órbita passa em frente dela a partir do nosso ponto de vista. Entre as mais recentes descobertas planetárias da missão está o seu primeiro mundo do tamanho da Terra, de nome TOI 700 d, localizado na zona habitável da sua estrela, a gama de distâncias em que as condições podem ser as ideais para permitir água líquida à superfície. O TESS revelou um planeta recém-formado em torno da jovem estrela AU Microscopii e encontrou um mundo do tamanho de Neptuno em órbita de dois sóis.
Além das suas descobertas planetárias, o TESS observou o surto de um cometa no nosso Sistema Solar, bem como os de inúmeras estrelas. O satélite descobriu eclipses inesperados num sistema estelar binário bem conhecido, resolveu um mistério sobre uma classe de estrelas pulsantes e explorou um mundo que passa por estações moduladas pela sua estrela. Ainda mais notável, o TESS observou um buraco negro numa galáxia distante despedaçar uma estrela parecida com o Sol.
Missões com a do TESS ajudam a contribuir para o campo da astrobiologia, a pesquisa interdisciplinar sobre as variáveis e condições de mundos distantes que poderiam abrigar vida como a conhecemos, e que forma essa vida poderia assumir.