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JÚPITER
Júpiter é o quinto planeta a contar do Sol e de longe o maior. Tem mais do dobro da massa de todos os outros planetas juntos (318 vezes a massa da Terra).

Júpiter (também conhecido como Jove; o deus Grego era Zeus) era o Rei dos Deuses, o governante do Olimpo e o protector do estado Romano. Zeus era o filho de Cronus (Saturno).

Júpiter é o 4.º objecto mais brilhante do céu (depois do Sol, da Lua e de Vénus; por vezes Marte é mais brilhante). É conhecido desde tempos pré-históricos, mas como uma "estrela errante". Mas em 1610, quando Galileu aponta pela primeira vez um telescópio ao céu, observa as 4 grandes luas de Júpiter: Io, Europa, Ganimedes e Calisto (agora conhecidas como as luas Galileanas) e regista os seus movimentos para a frente e para trás do planeta. Foi a primeira descoberta de um centro de movimento aparentemente não centrado na Terra e um grande passo a favor da teoria heliocêntrica do movimento dos planetas de Copérnico (em conjunto com outras evidências observadas no seu telescópio: as fases de Vénus e as montanhas na Lua). O sincero apoio da teoria Copernicana dado por Galileu pô-lo em muitos apuros com a Inquisição. Hoje em dia qualquer pessoa pode repetir as observações de Galileu (e sem medo de qualquer espécie de retribuição) usando simples binóculos ou um pequeno telescópio.

Júpiter foi pela primeira vez visitado pela Pioneer 10 em 1973 e mais tarde pela Pioneer 11, pela Voyager 1, 2 e pela Ulisses. A sonda Galileu orbitou Júpiter durante 8 anos, terminando o seu serviço em Setembro de 2003. É ainda observado regularmente pelo Telescópio Espacial Hubble.


Figura 1 - O rei dos planetas, Júpiter. Nota-se claramente a Grande Mancha Vermelha.
Crédito: USGS, JPL, NASA
 
Os planetas gasosos não têm superfícies sólidas, o seu material gasoso simplesmente fica mais denso de acordo com a profundidade (o raio e os diâmetros dos planetas são para os níveis correspondentes a uma pressão de 1 atmosfera). O que vemos quando olhamos para estes planetas é o topo das nuvens nas suas atmosferas (um pouco acima do nível de uma atmosfera).
Júpiter tem cerca de 90% de hidrogénio e 10% de hélio (pelo número de átomos, 75/25% em massa) com traços de metano, água, amónia e "rocha". Esta é uma composição muito parecida com a Nuvem Primordial da qual o Sistema Solar foi formado. Saturno tem uma composição semelhante, mas Urano e Neptuno têm muito menos hidrogénio e hélio.
 

Figura 2 - Estrutura de Júpiter.
Crédito: Enciclopédia do Espaço e do Universo, DK Multimedia.

O nosso conhecimento do interior de Júpiter (e dos outros planetas gasosos) é altamente indirecto e provavelmente assim continuará durante algum tempo (os dados atmosféricos da Galileu vão só até uma profundidade de cerca de 150 km por baixo do topo das nuvens).

Júpiter tem provavelmente um núcleo de material rochoso, com a massa de 10 a 15 Terras.

Acima do núcleo fica a maior parte do planeta na forma de hidrogénio metálico líquido. Esta forma exótica do mais comum dos elementos é possível apenas a pressões excedendo os 4 milhões de bares, como é o caso do interior de Júpiter (e Saturno). O hidrogénio metálico líquido consiste de protões ionizados e electrões (como o interior do Sol mas a uma temperatura muito mais baixa). À temperatura e pressão do interior de Júpiter o hidrogénio é líquido, não um gás. É um condutor eléctrico e a fonte do campo magnético de Júpiter. Esta camada provavelmente contém também algum hélio e traços de vários "gelos".
A camada exterior é composta principalmente de vulgar hidrogénio molecular e de hélio que é líquido no interior e gasoso mais para fora. A atmosfera que vemos é apenas o topo desta camada profunda. Água, dióxido de carbono, metano e outras moléculas simples também estão presentes, embora em pequenas quantidades.
Experiências recentes mostram que o hidrogénio não muda de fase rapidamente. Por isso o interior dos planetas jovianos provavelmente tem fronteiras indistintas entre as suas várias camadas interiores.
 

Pensa-se que existam três camadas distintas de nuvens, consistindo de gelo de amónia, hidrossulfato de amónia e uma mistura de gelo e água. No entanto, os resultados preliminares da sonda Galileu mostram apenas ténues indicações de nuvens (um instrumento parece ter detectado a camada mais externa, enquanto outro poderá ter visto a segunda). Mas o ponto de entrada da sonda era invulgar -- observações a partir de telescópios terrestres e estudos mais recentes da Galileu sugerem que o ponto de entrada da sonda poderá ter sido uma região das mais quentes e vazias porções de nuvens de Júpiter àquela altura.
Dados da sonda atmosférica da Galileu indicam também que existe muito menos água do que se pensava. Esperava-se que a atmosfera de Júpiter contivesse cerca do dobro da quantidade de oxigénio (combinado com o abundante hidrogénio para fazer água) do Sol. Mas parece agora que a concentração actual é muito menor que a do Sol. Também surpreendente é a alta temperatura e densidade das partes mais altas da atmosfera do planeta.

Júpiter e os outros planetas gasosos têm ventos de grande velocidade que estão confinados a largas bandas de latitude. Os ventos sopram em direcções opostas nas bandas adjacentes. As suas diferentes cores são devidas a diferenças químicas e de temperatura entre as mesmas. As bandas mais claras são chamadas zonas; as mais escuras são as cinturas. Sabe-se da sua existência já há algum tempo, mas as vertiginosas e complexas fronteiras entre as bandas foram pela primeira vez vistas pela Voyager. Os dados da Galileu indicam que os ventos ainda são mais rápidos que o esperado (quase 700 km/h) e estendem-se à profundidade que a sonda conseguia observar; podem até estender-se a milhares de quilómetros para o interior de Júpiter. A sua atmosfera é também bastante turbulenta. Isto indica que os ventos de Júpiter são na sua maioria devidos ao aquecimento interno, e não pela energia que recebem do Sol tal como na Terra.

As cores vívidas vistas nas nuvens de Júpiter são provavelmente o resultado de reacções químicas subtis de elementos na atmosfera, talvez envolvendo enxofre, dado que os seus compostos têm variadas cores. No entanto, os detalhes são ainda desconhecidos.

As cores correlacionam-se com a altitude das nuvens: as azuis são mais baixas, seguidas das castanhas e brancas, sendo as vermelhas as mais altas. Por vezes vemos as camadas mais baixas através de buracos nas mais altas.

A Grande Mancha Vermelha tem sido vista por observadores na Terra durante mais de 300 anos (a sua descoberta é normalmente atribuída a Cassini, ou a Robert Hooke no século XVII). Tem uma forma oval com 12,000 por 25,000 km, grande o suficiente para lá caberem duas Terras. Outras manchas mais pequenas mas parecidas são conhecidas há décadas. Observações por infravermelho e da direcção da sua rotação indicam que a Mancha é uma região de alta pressão em que os topos das suas nuvens são significativamente mais altos e frios que as regiões circundantes. Saturno e Neptuno também têm regiões deste tipo. Não se sabe como é que estas conseguem durar tanto tempo.


Figura 3 - Uma secção da atmosfera de Júpiter, cheia de redemoinhos, como também algumas faixas. Registada pela sonda Galileu
Crédito: USGS, JPL, NASA
 

Júpiter irradia mais energia para o espaço do que recebe do Sol. O interior de Júpiter é quente: o núcleo está provavelmente a uma temperatura de 20,000 K. O calor é gerado pelo mecanismo Kelvin-Helmhotz, a lenta compressão gravitacional do planeta (Júpiter NÃO produz energia por fusão nuclear tal como o Sol; é demasiado pequeno e daí o seu interior ser frio demais para iniciar as reacções nucleares). Este calor interno provavelmente causa efeitos de convecção nas camadas líquidas profundas de Júpiter e pensa-se que seja responsável pelos complexos movimentos que vemos no topo das nuvens. Saturno e Neptuno são parecidos com Júpiter neste aspecto, mas ao contrário do que se esperava, Urano não o é.

Júpiter é tão grande em diâmetro como um planeta gasoso pode ser. Se mais material fosse adicionado, iria ser comprimido pela gravidade de tal modo que o raio total iria aumentar apenas um pouco. Uma estrela pode ser maior apenas por causa da sua fonte de energia (nuclear) interna (Júpiter teria que ser pelo menos 80 vezes mais massivo para se tornar numa estrela).

 

Figura 4 - A magnetosfera de Júpiter.
Crédito: Steve Crusher Barlett

Júpiter tem um grande campo magnético, muito mais forte que o da Terra. A sua magnetosfera estende-se a mais de 650 milhões de quilómetros (chega a passar a órbita de Saturno!). (Note que a magnetosfera de Júpiter está longe de ser esférica -- estica-se "apenas" uns quantos milhões de quilómetros na direcção do Sol). Sendo assim, as luas de Júpiter situam-se dentro da sua magnetosfera, um facto que poderá explicar parcialmente o porquê de haver tanta actividade em Io. Infelizmente para os futuros viajantes planetários, e para os cientistas que conceberam as sondas Galileu e Voyager, o ambiente à volta de Júpiter contém grandes níveis de partículas energéticas apanhadas pelo campo magnético. Esta "radiação" é semelhante, embora muito mais intensa, à encontrada dentro da Cintura de Van Allen da Terra. Seria imediatamente fatal para um ser humano sem protecção.

A sonda atmosférica da Galileu descobriu uma nova e intensa cintura de radiação entre os anéis de Júpiter e as camadas atmosféricas mais altas. Esta nova cintura tem aproximadamente dez vezes a força da cintura de Van Allen da Terra. E com surpresa, também se descobriu que contém iões altamente energéticos de hélio de origem desconhecida.

 

Júpiter tem anéis tal como Saturno, mas muito mais ténues e pequenos. Foi uma descoberta totalmente inesperada e apenas vistos quando dois dos cientistas da Voyager 1 insistiram que depois de viajar mil milhões de quilómetros, pelo menos valeria a pena espreitar para ver se existiriam alguns. Todos os outros pensavam que não haveria qualquer hipótese de os encontrar, mas ali estavam. Foram desde aí vistos em infravermelho a partir de telescópios terrestres e pela Galileu.

Ao contrário dos anéis de Saturno, estes são escuros (com um albedo de cerca de 0.05). São provavelmente compostos de partículas muito pequenas de material rochoso. Também não parecem conter gelo.

As partículas nos anéis de Júpiter parecem não ficar lá durante muito tempo (devido ao puxo atmosférico e magnético). A sonda Galileu encontrou provas de que os anéis estão continuamente a ser "refortalecidos" através de impactos de micrometeoros nas quatro luas interiores de Júpiter, que são bastante energéticas devido ao grande campo gravitacional de Júpiter. O anel interior é alargado através das interacções com o campo magnético.


Figura 5 - Imagem dos anéis de Júpiter, pela sonda Galileu. O planeta aparece tapado para realçar os anéis.
Crédito: M. Belton (NOAO), J. Burns (Cornell) et al., Projecto Galileu, JPL, NASA
 

Figura 6 - Impactos do cometa Shoemaker-Levy 9 na atmosfera de Júpiter, maiores que até a própria Terra.
Crédito: H. Hammel (MIT), WFPC2, HST, NASA
Em Julho de 1994, o Cometa Shoemaker-Levy 9 colidiu com Júpiter, o que permitiu aos astrónomos recolher resultados espectaculares. Os efeitos foram claramente visíveis até com telescópios amadores. Os detritos da colisão foram visíveis quase durante um ano através do Telescópio Espacial Hubble.

Em 2000, a sonda Cassini, a caminho de Saturno, passou por Júpiter e registou algumas das imagens mais detalhadas jamais obtidas do planeta. Depois da descoberta de um oceano líquido subterrâneo na lua de Júpiter Europa, a NASA planeia enviar uma missão dedicada às suas luas geladas. JIMO, ou "Jupiter Icy Moons Orbiter", tem lançamento previsto para qualquer altura depois de 2015.

Em 2007, Júpiter foi brevemente visitado pela sonda New Horizons, a caminho de Plutão.

No céu nocturno, Júpiter é frequentemente a "estrela" mais brilhante (fica apenas em segundo lugar, a seguir a Vénus). As quatro luas de Galileu são também facilmente visíveis com binóculos; umas quantas bandas e a Grande Mancha Vermelha podem ser vistas com um pequeno telescópio.

 

Júpiter tem 66 satélites conhecidos (Julho de 2012): as quatro grandes Luas de Galileu, outros 34 mais pequenos, e os restantes foram descobertos recentemente e ainda não têm nome. Júpiter está gradualmente a diminuir de velocidade devido ao puxo das marés produzidas pelos satélites Galileanos. As mesmas forças das marés estão a alterar as órbitas das luas, forçando-as lentamente a afastarem-se de Júpiter. Io, Europa e Ganimedes estão contidas numa ressonância orbital de 1:2:4 e as suas órbitas evoluem em grupo. Calisto quase que faz parte do conjunto. Dentro umas quantas centenas de milhões de anos, Calisto irá também ter a mesma ressonância, orbitando exactamente ao dobro do período de Ganimedes (oito vezes o período de Io). Os satélites de Júpiter tem nomes de outras figuras da vida de Zeus (muitas vezes as suas numerosas amantes).

 

Principais satélites conhecidos de Júpiter (ver tabela em baixo para lista completa):
Métis
Adrástea
Amalteia
Tebe
Io
Europa
Ganimedes
Calisto
Leda
Himalia
Lisitea
Elara
Ananke
Carme
Pasifaé
Sinope

 

 

 


Figura 7 - A família joviana, o grande Júpiter e seus maiores satélites, observados pela primeira vez por Galileu.
Crédito: Projecto Galileu, Projecto Voyager, JPL, NASA

 
GALERIA DE FOTOS

Figura 8 - Corte Júpiter de pólo a pólo, "descasque" as suas camadas exteriores de nuvens, estique-as numa superfície plana... e acabará com uma coisa parecida a esta. Este é um mosaico a cores de Júpiter, registado pela sonda Cassini. O mosaico é na realidade um único "frame" de um filme de catorze construído a partir de dados registados pela Cassini durante o seu voo rasante pelo maior planeta do Sistema Solar no final do ano 2000. O filme assemelha-se aos movimentos das nuvens de Júpiter durante 24 rotações jovianas. Para o fazer, uma série de observações cobrindo a completa circunferência de Júpiter a 60 graus Norte e Sul do equador foram combinadas numa projecção cilíndrica animada do planeta. Tal como nos familiares mapas rectangulares da superfície da Terra, os tamanhos relativos e formas das características estão correctas perto do equador mas tornam-se progressivamente mais distorcidas à medida que nos aproximamos da região polar. No filme da Cassini, em que também aparecem as luas Io e Europa, as mais pequenas estruturas das nuvens visíveis no equador têm aproximadamente 600 km de diâmetro.
Crédito: Projecto Cassini, NASA
Figura 9 - Todos os dias são nublados em Júpiter, o rei gasoso dos planetas do Sistema Solar. Os topos rodopiantes das nuvens é o que observamos nesta incrivelmente detalhada imagem a cores reais, uma porção de um grande mosaico digital de Júpiter, registado pela sonda Cassini durante o seu voo rasante em Dezembro de 2000. As características visíveis mais pequenas têm aproximadamente 60 km de diâmetro. A composição de Júpiter é dominada por hidrogénio e as nuvens contêm compostos baseados neste elemento, tais como o amoníaco, o sulfureto de hidrogénio, e até água. Verdadeiramente um planeta gigante, o diâmetro de Júpiter é mais de 11 vezes o da Terra e as tempestades mais pequenas visíveis pela Cassini são semelhantes em tamanho a grandes furacões terrestres.
Crédito: Projecto Cassini, NASA
Figura 10 - Lançada em 1997, a sonda Cassini, antes de alcançar Saturno, passou por Júpiter. Na imagem à esquerda está uma imagem registada em Janeiro de 2001, na altura em que a sonda já dizia adeus ao planeta. Esta não seria possível de obter a partir da Terra: Júpiter mostra uma fase crescente. A partir da Terra e em todos os pontos na direcção entre Júpiter e o Sol, o gigante gasoso irá aparecer mais iluminado que um crescente.
Crédito: Projecto Cassini, NASA
Figura 11 - O gigante gasoso Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, com cerca de 320 vezes a massa do planeta Terra. É famoso pela presença da Grande Mancha Vermelha e pelas bandas regulares e equatoriais de nuvens, visíveis até mesmo através de modestos telescópios. As cinturas escuras e as zonas brilhantes das bandas de nuvens de Júpiter são organizadas pelos ventos que alcançam velocidades de mais de 500 km/h. Perto dos pólos jovianos, no entanto, as estruturas das nuvens tornam-se mais "misturadas" e convolutas até que, observada neste mosaico registado pela sonda Cassini, a região polar do planeta começa a parecer-se com um cérebro! Esta mudança radical do equador até ao pólo nos padrões das nuvens não é ainda actualmente percebido, mas pode ser em parte devido ao efeito da rápida rotação de Júpiter ou aos vórtices de rotação gerados a altas latitudes pela tremenda perda de calor do planeta.
Crédito: Projecto Cassini, NASA
Figura 12 - Na imagem do lado temos o mais interior dos satélites galileanos, Io, em frente do planeta gigante Júpiter. Para a esquerda de Io encontra-se uma mancha escura, a sua própria sombra. Um eclipse solar teria sido observado dentro da mancha da sombra em Júpiter. A partir do planeta Terra, sombras semelhantes das grandes luas de Júpiter podem frequentemente ser observadas a passar pelo disco do planeta gigante. Esta imagem a cores naturais em que o seu contraste foi aumentado, foi registada no ano 2000, quando a sonda Cassini por lá passou no seu caminho para Saturno.
Crédito: Projecto Cassini, NASA
Figura 13 - A turbulenta região a Oeste da Grande Mancha Vermelha de Júpiter é observada nesta imagem construída a partir de dados registados pela sonda Galileu. A imagem é manipulada para mostrar a altura e espessura das nuvens; as nuvens brancas são altas e espessas, as nuvens azul-claras são altas e finas, as nuvens avermelhadas são baixas. O limite da própria Grande Mancha Vermelha aparece aqui azul (canto inferior direito) e estica-se cerca de 10,000 quilómetros ao longo do limbo curvado do planeta (Norte é para cima). Ventos de direcção Oeste, deflectidos a Norte pela circulação dentro da Mancha, colidem com ventos de Oeste a altas latitudes e geram as estruturas turbulentas e circulares. Os maiores redemoínhos perto da região Noroeste da Grande Mancha Vermelha são brilhantes, sugerindo uma convecção para cima e uma grande altitude, onde está a ter lugar formação de nuvens.
Crédito: Projecto Galileu, NASA
Figura 14 - O que são estas características ovais em Júpiter? As nuvens de Júpiter giram rapidamente em sistemas de tempestades a alta pressão que circulam o planeta. As características ovais brancas da imagem do lado estão localizadas perto da Grande Mancha Vermelha, e têm persistido em Júpiter desde os anos 30. A Grande Mancha Vermelha já existe há pelo menos 300 anos. Actualmente, ninguém sabe porque é que os ovais duram tanto tempo. Estes estão confinados às bandas ciculares em torno de Júpiter, mas podem interagir e formar regiões caóticas de nuvens.
Crédito: Projecto Galileu, JPL, NASA

Figura 15 - Conhecida pela suas espectaculares imagens das luas de Júpiter, Io, Ganimedes, Calisto e Europa, a sonda robótica Galileu explorou agressivamente a atmosfera Joviana. A Dezembro de 1995, a sonda atmosférica da Galileu desceu pelas nuvens de Júpiter e registou uma surpreendente falta de água. Agora acredita-se que a sonda entrou por uma das manchas secas de Júpiter, semelhantes às regiões negras nesta imagem de uma nuvem joviana. As mais pequenas características aqui visíveis medem dezenas de quilómetros em diâmetro. Estas regiões secas parecem corresponder a locais onde os ventos convergem para baixo. As correntes geram zonas limpas de nuvens por onde as camadas mais fundas e quentes de Júpiter podem ser observadas. Tal como as áreas negras são extremamente secas, as regiões vizinhas estão cheias de humidade. O contraste é análogo aos desertos e trópicos da Terra.
Crédito: Projecto Galileu, JPL, NASA
Figura 16 - Tudo é grande em Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. Por exemplo, a Grande Mancha Vermelha é um sistema tipo-furacão com pelo menos duas vezes o diâmetro da Terra. A sonda Cassini, ao se aproximar de Júpiter, registou imagens que foram usado para compôr esta excelente animação do sistema de bandas e da grande Mancha. Sete "frames" compõem a sequência, cada uma separada por um ou dois períodos de rotação (Júpiter completa uma rotação a cada 10 horas). É vista como um simples mapa de projecção cilíndrica que se estica a 50 graus Sul e a 50 graus Norte do equador joviano. Consegue reparar nas pequenas e brilhantes "nuvens" que aparecem rapidamente a Oeste (esquerda) da Grande Mancha Vermelha? Dados da sonda Galileu sugerem que estas características são grandes tempestades de relâmpagos.
Crédito: CICLOPS, NASA, JPL, Universidade do Arizona
Figura 17 - Júpiter tem auroras. Tal como na Terra, o campo magnético do gigante gasoso afunila as partículas carregadas libertadas pelo Sol nos pólos. À medida que estas partículas atingem a atmosfera, os electrões são temporariamente afastados das moléculas de gás existentes. As forças eléctricas atraem de volta estes electrões. À medida que são recombinadas para refazer as moléculas neutras, a luz da aurora é emitida. Nesta imagem registada pelo Telescópio Espacial Hubble no ultra-violeta, a aurora aparece como folhas anulares em torno do pólo. Ao contrário das auroras na Terra, as de Júpiter incluem riscos brilhantes e pontos. Estas marcas são causadas pelos tubos de fluxo magnético que ligam Júpiter e as suas maiores luas. Especificamente Io, causada pelo brilhante marca mais à esquerda, Ganimedes pelo ponto brilhante por baixo do centro, e Europa pela ponto mais à sua direita.
Crédito: John T. Clarke (Universidade de Michigan), ESA, NASA
Figura 18 - Ilustração de artista da sonda JIMO, com lançamento previsto para não mais cedo que 2015. Tem o objectivo de explorar as luas de Júpiter. Os seus alvos principais são Europa, Ganimedes e Calisto, que se pensa que tenham oceanos líquidos por baixo da sua superfície gelada. É a primeira missão do projecto da NASA, Prometeu, um programa para desenvolver a fissão nuclear num meio viável de propulsão espacial.
Crédito: NASA
 
DADOS OBSERVACIONAIS
 
Distância média da Terra
 
628.8x106 km
 
 
Brilho visual
 
-2.70m
 
CARACTERÍSTICAS ORBITAIS
 
Semi-eixo maior
 
778,412,027 km
5.20336301 UA
 
 
Circunferência orbital
 
4.888 Tm
(32.675 UA)
 
 
Excentricidade
 
0.04839266
 
 
Periélio
 
740,742,598 km
4.95155843 UA
 
 
Afélio
 
816,081,455 km
5.45516759 UA
 
 
Período orbital
 
4335.3545 dias
(11.87 anos)
 
 
Período sinódico
 
398.86 dias
 
 
Velocidade orbital média
 
13.050 km/s
 
 
Velocidade orbital máxima
 
13.705 km/s
 
 
Velocidade orbital mínima
 
12.440 km/s
 
 
Inclinação
 
1.30530º
(6.09º do equador do Sol)
 
 
Longitude do nodo ascendente
 
100.55615º
 
 
Argumento do periélio
 
274.19770º
 
 
Número de satélites
 
63
 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
 
Diâmetro equatorial
 
142,984 km
(11.209 Terras)
 
  Diâmetro polar  
133,709 km
(10.517 Terras)
 
  Achatamento dos pólos  
0.06487
 
 
Área da superfície
 
6.14x1010 km2
(120.5 Terras)
 
 
Volume
 
1.338x1015 km3
(1235.6 Terras)
 
 
Massa
 
1.899x1027 kg
(317.8 Terras)
 
 
Densidade Média
 
1.326 g/cm3
 
 
Gravidade equatorial
 
23.12 m/s2
(2.358 g)
 
 
Velocidade de escape
 
59.54 km/s
 
 
Período de rotação
 
0.413538021 dias
(9 h 55 min 29.685 s)
 
 
Velocidade de rotação
 
12.6 km/s = 45,300 km/h
(equador)
 
 
Inclinação do eixo
 
3.13º
 
 
Ascensão recta do Pólo Norte
 
268.05º
(17 h 52 min 12 s)
 
 
Declinação
 
64.49º
 
 
Albedo
 
0.52
 
  Temperatura à superfície  
miníma: 110 K
média: 152 K
máxima: N/A K
 
CARACTERÍSTICAS ATMOSFÉRICAS
 
Pressão atmosférica
 
70 kPa
 
 
Hidrogénio
 
~86%
 
 
Hélio
 
~14 %
 
 
Metano
 
0.1%
 
  Vapor de água  
0.1%
 
  Amoníaco  
0.02%
 
  Etano  
0.0002%
 
  Fosfeno  
0.001%
 
  Sulfureto de Hidrogénio  
< 0.0001%
 

ANÉIS DE JÚPITER
  Anel   Distância (km)   Largura (km)   Massa (kg)  
  Halo   100,000   22,800   ?  
  Principal   122,800   6,400   1x1013  
  Gossamer   129,200   85,000   ?  
  A distância é medida do centro do planeta até ao início do anel.  

DATAS IMPORTANTES
  1610  
O astrónomo italiano Galileu Galilei descobre quatro luas orbitando Júpiter (Io, Europa, Ganimedes e Calisto - os satélites galileanos.
 
  1973  
A Pioneer 10, a primeira sonda a alcançar Júpiter, passa a 130,354 km do topo exterior das suas nuvens.
 
  1974  
A Pioneer 11 passa a 43,000 km do topo das nuvens de Júpiter, tirando as primeiras imagens das regiões polares.
 
  1979  
A Voyager 1 passa 350,000 km do centro de Júpiter e descobre um ténue sistema de anéis e três luas.
 
  1979  
A Voyager 2 passa a 650,000 km do centro de Júpiter, providenciando imagens detalhadas do anel joviano e do vulcanismo de Io.
 
  1992  
A sonda Ulisses usa a gravidade de Júpiter para entrar na órbita polar do Sol.
 
  1994  
O Cometa Shoemaker-Levy 9 colide com Júpiter, permitindo aos cientistas estudar com extremo detalhe este acontecimento através do Hubble. Há quem diga que este foi o evento astronómico mais importante do século XX.
 
  1995  
A sonda Galileu chega a Júpiter; a sonda atmosférica enviada pela Galileu sobrevive a uma profundidade de pressão de 23 bars.
 
  1995-2003  
A Galileu orbita o sistema de Júpiter, estudando o planeta, anéis, satélites e magnetosfera.
 
  2000-2001  
A sonda Cassini observa Júpiter enquanto se dirige para Saturno.
 

LINKS
 

Mais informações (em inglês)
Wikipedia
Solar Views
Galeria de fotos - NSSDC
Sumário científico de Júpiter pela Voyager - Solar Views
Sonda Galileu - SEPO
Os anéis de Júpiter - JPL
Relatório da Galileu sobre os anéis de Júpiter
O sistema anular de Júpiter
Eventos de Júpiter - TAMU
Informações da Galileu para professores
A descoberta do satélites galileanos
Tabela de nomenclatura do sistema joviano - USGS
Resultados da sonda atmosférica da Galileu - JPL; ARC; Solar Views
Sumário científico da sonda atmosférica da Galileu
Relatório científico da Galileu
Resultados da Galileu
Satélites de Júpiter - Scott Shepard
JIMO, "Jupiter Icy Moons Orbiter"

Vídeos sobre Júpiter
Animação de Júpiter (841 KB)
Voo por Io (656 KB)
Rotação de Júpiter e sua atmosfera (189 KB)
A atmosfera de Júpiter (453 KB)
A Grande Mancha Vermelha de Júpiter (172 KB)
O campo magnético de Júpiter (1 MB)
O "dia" de Júpiter (2.6 MB)

 
 

Tabela de todos os satélites conhecidos de Júpiter

Nota: os satélites exteriores não seguem a simples relação período/eixo sugerida pela terceira lei de Kepler devido à influência gravitacional do Sol, que distorce as suas órbitas. A tabela abaixo encontra-se na ordem do aumento do período, que não é a mesma que a ordem crescente da média dos períodos orbitais.

 
Nome
Diâmetro (km)
Massa (kg)
Raio orbital (km)
Período orbital (d)
Inclinação (º)
Excentricidade
 
Grupo
  Métis  
43
 
1.2E+16
 
128,000
 
0.295
 
0.019º
 
0.0012
   
Amalteia
 
  Adrástea  
26x20x16
 
7.5E+14
 
129,000
 
0.298
 
0.054º
 
0.0018
 
  Amalteia  
262x146x134
 
0.2E+18
 
181,400
 
0.498
 
0.388º
 
0.0031
 
  Tebe  
110x90
 
0.1E+18
 
221,900
 
0.675
 
1.070º
 
0.0177
 
  Io  
3643
 
0.9E+22
 
421,800
 
1.769
 
0.036º
 
0.0041
   
Galileanos
 
  Europa  
3122
 
0.5E+22
 
671,100
 
3.551
 
0.469º
 
0.0094
 
  Ganimedes  
5262
 
1.5E+22
 
1,070,400
 
7.155
 
0.170º
 
0.0011
 
  Calisto  
4821
 
1.1E+22
 
1,882,700
 
6.690
 
0.187º
 
0.0074
 
  Themisto  
8
 
0.7E+14
 
7,284,000
 
130.020
 
43.259º
 
0.2426
   
Themisto
 
  Leda  
20
 
0.1E+16
 
11,165,000
 
240.920
 
27.457º
 
0.1636
   
Himalia
 
  Himalia  
170
 
0.7E+18
 
11,461,000
 
250.560
 
27.496º
 
0.1623
 
  Lisitea  
36
 
0.6E+16
 
11,717,000
 
259.200
 
28.302º
 
0.1124
 
  Elara  
86
 
8.7E+16
 
11,741,000
 
259.640
 
26.627º
 
0.2174
 
  S/2000 J 11  
4
 
9.0E+12
 
12,555,000
 
286.950
 
28.273º
 
0.2484
 
  Carpo  
3
 
4.5E+12
 
16,989,000
 
456.100
 
51.395º
 
0.4297
   
?
 
  S/2003 J 12  
1
 
0.1E+12
 
17,582,000
 
489.500
 
151.140º
 
0.5095
   
?
 
  Euporie  
2
 
1.5E+12
 
19,304,000
 
550.740
 
145.767º
 
0.1432
   
Ananke?
 
  S/2003 J3  
2
 
1.5E+12
 
20,221,000
 
583.880
 
147.550º
 
0.1970
 
  J/2003 J 18  
2
 
1.5E+12
 
20,514,000
 
596.590
 
146.104º
 
0.0221
 
  S/2003 J 16  
2
 
1.5E+12
 
20,957,000
 
616.360
 
148.537º
 
0.2246
   
Ananke
 
  Mneme  
2
 
1.5E+12
 
21,069,000
 
620.040
 
148.635º
 
0.2273
 
  Euanthe  
3
 
4.5E+12
 
20,797,000
 
620.490
 
148.910º
 
0.2321
 
  Orthosie  
2
 
1.5E+12
 
20,720,000
 
622.560
 
145.921º
 
0.2808
   
Ananke?
 
  Harpalyke  
4
 
0.1E+14
 
20,858,000
 
623.310
 
148.644º
 
0.2268
   
Ananke
 
  Praxidike  
7
 
0.4E+14
 
20,907,000
 
625.380
 
148.967º
 
0.2308
 
  Thyone  
4
 
9.0E+12
 
20,939,000
 
627.210
 
148.509º
 
0.2286
 
  Thelxinoe  
2
 
1.5E+12
 
21,162,000
 
628.090
 
151.417º
 
0.2206
   
Ananke?
 
  Ananke  
28
 
0.3E+16
 
21,276,000
 
629.770
 
148.889º
 
0.2435
   
Ananke
 
  Iocaste  
5
 
0.2E+14
 
21,061,000
 
631.600
 
149.429º
 
0.2160
 
  Hermippe  
4
 
9.0E+12
 
21,131,000
 
633.900
 
150.725º
 
0.2096
   
Ananke?
 
  Helike  
4
 
9.0E+12
 
21,263,000
 
634.770
 
154.773º
 
0.1558
 
  S/2003 J 15  
2
 
1.5E+12
 
22,627,000
 
689.770
 
146.501º
 
0.1910
 
  S/2003 J 17  
2
 
1.5E+12
 
22,992,000
 
714.470
 
164.917º
 
0.2378
   
Carme
 
  S/2003 J 10  
2
 
1.5E+12
 
23,041,000
 
716.250
 
165.086º
 
0.4295
   
Carme?
 
  Eurydome  
3
 
4.5E+12
 
22,865,000
 
717.330
 
150.274º
 
0.2759
   
Pasifaé?
 
  Pasithee  
2
 
1.5E+12
 
23,004,000
 
719.440
 
165.138º
 
0.2675
   
Carme
 
  Chaldene  
4
 
7.5E+12
 
23,100,000
 
723.700
 
165.191º
 
0.2519
 
  Arche  
3
 
4.5E+12
 
22,931,000
 
723.900
 
165.001º
 
0.2588
 
  Isonoe  
4
 
7.5E+12
 
23,155,000
 
726.250
 
165.268º
 
0.2471
 
  Erinome  
3
 
4.5E+12
 
23,196,000
 
728.510
 
164.934º
 
0.2665
 
  Kale  
2
 
1.5E+12
 
23,217,000
 
729.470
 
164.996º
 
0.2599
 
  Aitne  
3
 
4.5E+12
 
23,229,000
 
730.180
 
165.091º
 
0.2643
 
  Taygete  
5
 
0.2E+14
 
23,280,000
 
732.410
 
165.272º
 
0.2525
 
  S/2003 J 23  
2
 
1.5E+12
 
23,563,000
 
732.440
 
146.314º
 
0.2714
   
Pasifaé
 
  S/2003 J 9  
1
 
0.1E+12
 
23,384,000
 
733.290
 
165.079º
 
0.2632
   
Carme
 
  Carme  
46
 
1.3E+16
 
23,404,000
 
734.170
 
164.907º
 
0.2533
 
  S/2003 J 5  
4
 
9.0E+12
 
23,495,000
 
738.730
 
165.247º
 
0.2478
 
  Hegemone  
3
 
4.5E+12
 
23,947,000
 
739.600
 
155.214º
 
0.3276
   
Pasifaé
 
  S/2003 J 19  
2
 
1.5E+12
 
23,533,000
 
740.420
 
165.153º
 
0.2556
   
Carme
 
  Kalyke  
5
 
0.2E+14
 
23,566,000
 
742.030
 
165.159º
 
0.2465
 
  Pasifaé  
60
 
3.0E+16
 
23,624,000
 
743.630
 
151.431º
 
0.4090
   
Pasifaé
 
  Eukelade  
4
 
9.0E+12
 
23,661,000
 
746.390
 
165.431º
 
0.2721
   
Carme
 
  Sponde  
2
 
1.5E+12
 
23,487,000
 
748.340
 
150.998º
 
0.3121
   
Pasifaé
 
  Cyllene  
2
 
1.5E+12
 
23,951,000
 
751.940
 
150.123º
 
0.4116
 
  Megaclite  
5
 
0.2E+12
 
23,493,000
 
752.880
 
152.769º
 
0.4197
 
  S/2003 J 4  
2
 
1.5E+12
 
23,930,000
 
755.240
 
149.581º
 
0.3618
 
  Callirrhoe  
9
 
0.9E+14
 
24,103,000
 
758.770
 
147.158º
 
0.2828
 
  Sinope  
38
 
0.7E+16
 
23,939,000
 
758.900
 
158.109º
 
0.2495
 
  Autonoe  
4
 
9.0E+12
 
24,046,000
 
760.950
 
152.109º
 
0.3168
 
  Aoede  
4
 
9.0E+12
 
23,981,000
 
761.500
 
158.257º
 
0.4322
 
  Kallichore  
2
 
1.5E+12
 
24,043,000
 
764.730
 
165.501º
 
0.2640
   
Carme?
 
  S/2003 J 14  
2
 
1.5E+12
 
24,011,000
 
779.180
 
144.529º
 
0.3351
   
Pasifaé
 
  S/2003 J 2  
2
 
1.5E+12
 
29,541,000
 
979.990
 
160.638º
 
0.2255
   
?
 
 
Última actualização: 2012-07-06
 
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