A maioria dos observadores celestes não tiveram a hipótese de observar o asteróide 2004 FH quando passou, esta Quinta-feira passada, mais perto da Terra do que qualquer outro registado. Mas astrónomos de muitas partes do mundo conseguiram observar o evento.
O asteróide, com aproximadamente 30 metros de comprimento, passou a cerca de 43,000 quilómetros acima do Oceano Atlântico Sul às 22:08 GMT, tal como previsto. Esta altitude é um pouco acima dos satélites meteorológicos estacionários, que orbitam a 36,000 quilómetros.
O asteróide 2004 FH é o traço quase horizontal ao meio. Os outros dois são rastos de satélites.
Crédito:
Robert Hutsebaut
A rocha espacial moveu-se rapidamente, cruzando a órbita da Lua em apenas 31 horas. Os cientistas dizem que 2004 FH teria sido visível de binóculos se os observadores fossem capazes de o localizar.
Embora este asteróide não tivesse qualquer hipótese de atingir a Terra, se a atingisse, provavelmente quebrar-se-ia ou explodiria na atmosfera, dizem os astrónomos. O resultado poderia provocar alguns estragos locais. Uma coisa ligeiramente maior poderia sobreviver até à superfície e destruir uma cidade.
A maioria dos asteróides residem numa cintura entre Marte e Júpiter, orbitando o Sol por gerações sem sair da sua região geral. Mas as interacções gravitacionais podem puxar alguns para o sistema solar interior. Não é incomum para os asteróides passarem perto da Terra. O que é invulgar é nós os detectarmos.
Anterior a este evento, o asteróide conhecido que passou mais próximo da Terra foi no dia 27 de Setembro do ano passado, quando outra pequena rocha chamada 2003 SQ22 chegou a 88,000 quilómetros da Terra. Só foi detectado depois de ter passado pelo nosso planeta. Os cientistas dizem que rochas espaciais com o mesmo tamanho passam perto da Terra uma ou duas vezes por ano, mas não são detectados.
Pedaços de rocha mais pequenos rotinamente mergulham na atmosfera e vaporizam-se ou explodem, por vezes deixando fragmentos na superfície ou provocando fogos ou até medo entre a população.
No princípio deste mês, os astrónomos juntaram-se para ponderar o risco de pequenas rochas espaciais que habitualmente não são detectadas até que estejam a poucas horas do impacto. As detecções de asteróides têm aumentado brutalmente em anos recentes. No entanto, à medida que novas câmaras electrónicas se tornam cada vez mais sensíveis e os telescópios automáticos pesquisam o céu por qualquer coisa que se mova em relação às estrelas de fundo, os cientistas dizem que é preciso gastar mais dinheiro para encontrar e monitorizar asteróides mais pequenos que 1 km.
Entretanto, os caçadores de asteróides têm, na década passada, procurado encontrar asteróides maiores, aqueles que podem causar danos globais. Claro que não conseguem encontrar todos os objectos mais pequenos que habitam o mesmo espaço que a Terra. Podem existir milhões.
O novo asteróide foi detectado na Segunda-feira. Orbita o Sol em cada 9 meses, de acordo com os cálculos dos astrónomos. Situa-se entre a órbita de Vénus e o afélio situa-se um pouco para lá da Terra, movendo-se praticamente no mesmo plano do espaço que os planetas.
É ainda desconhecido se o asteróide encontrará ou não a Terra no futuro à medida que orbita o Sol.
Asteróides não são as únicas maravilhas que frequentam o sistema solar interior. Esta Primavera, dois cometas recentemente descobertos deverão ficar visíveis a olho nu para os observadores em todo o mundo. Links:
Passagem do asteróide 2004 FH:
http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/image/0403/2004fh_sposetti_big.gif
http://www.space.com/images/040319_asteroid_flyby_03.gif
Outros:
http://neo.jpl.nasa.gov/
http://cfa-www.harvard.edu/cfa/ps/mpc.html
|