No dia 2 de Novembro, a Estação Espacial Internacional celebra o seu quinto aniversário como veículo espacial habituado.
Desde que a missão Expedition 1 chegou ao local a 2 de Novembro de 2000, a estação espacial cresceu e evoluiu num complexo, sem precedentes, laboratório topo-de-gama. Oferecendo um ambiente em microgravidade que não pode ser duplicado na Terra, a estação espacial continua a expandir o conhecimento científico da Humanidade, e como o corpo humano funciona durante extensos períodos de tempo no espaço - todos dos quais serão vitais para missões de longa duração até Marte.
"Dá-nos acesso único ao ambiente espacial, onde esperamos fazer pesquisas muito interessantes e produtivas, mas realmente significa que desenvolvemos muitas das capacidades e tecnologia que nos permitirá ir além do nosso planeta," disse o Comandante da Expedition 1, Bill Sheperd, acerca da estação espacial. "Sendo assim, se não tivermos este progresso com esta estação espacial, isso significa que os humanos no espaço estão destinados a ficar bem perto da Terra -- e penso que não é isso que queremos."
Até à data, 89 investigações científicas foram levadas a cabo na estação espacial e mais descobertas estão para chegar. Novos resultados de pesquisas iniciais na estação espacial, que variam desde ciência básica até pesquisa de exploração, têm vindo a ser publicadas todos os meses.
Por exemplo, fizeram-se grandes avanços numa melhor compreensão da perda de estrutura óssea dos membros da tripulação enquanto em órbita, e onde nos ossos esta perda está a ocorrer. Também foi levada a cabo uma completa caracterização do estudo do ambiente de radiação na estação espacial, com a avaliação de modelos de protecção de radiação pela estrutura da estação.
Tudo, desde hábitos de alimentação e deficiências nutricionais, tem sido estudado de modo a ver como se relacionam com os efeitos psicológicos de estar em microgravidade. Novos usos de equipamento médico de ultrasons como ferramenta de diagnóstico e soldadura no espaço para reparar potenciais estragos de hardware também têm sido testados na ISS. E isto é apenas uma fracção dos estudos conduzidos até agora.
O Engenheiro de Voo da Expedition 9, Mike Fincke, que teve a oportunidade de trabalhar com o Diagnóstico Avançado de Ultrasons e a Soldadura no Espaço enquanto se encontrava na Estação Espacial, acredita que muitos "desconhecidos" podem ser resolvidos durante as expedições.
"A Estação Espacial Internacional é o local perfeito para aperfeiçoar a tecnologia, para aperfeiçoar o tempo operacional, os parâmetros operacionais que precisamos para fazer com sucesso aquelas missões de longa-duração," disse Fincke.
Devido ao acidente com o vaivém Columbia a 1 de Fevereiro de 2003, a estação espacial teve que se tornar numa máquina de pesquisa mais eficiente. As tripulações foram limitadas a duas pessoas, e as experiências e mantimentos tiveram que ser transportados para o posto orbital usando ou a nave russa Soyuz ou a Progress.
No entanto, o que poderia ter sido um problema para o programa revelou-se uma ferramenta de aprendizagem única. As futuras viagens a Marte poderão levar anos a completar, com poucas ou nenhumas oportunidades de refornecimento, bem como espaço de carga limitado. As técnicas de reparação que estão a ser aperfeiçoadas poderão ser usadas nas missões de longa-duração. As lições retiradas da ISS durante este período de maior eficácia irão ajudar no planeamento futuro das missões a Marte.
À medida que a estação espacial servia como laboratório científico, também deu às tripulações algo bem mais importante - um lar longe do lar na Terra. Durante o próximo aniversário de cinco anos, a estação será o lar da sua décima segunda tripulação, a Expedition 12. Dentro da "casa" ultra-moderna, 15 Americanos e 14 Russos viveram e trabalharam a bordo da estação espacial.
Dentro do volume habitável de 435 metros cúbicos, mais espaço do que uma casa convencional com três quartos, a estação espacial contém muitos dos confortos que encontramos na Terra. Existe um "ginásio", e até um teclado musical mesmo ao lado das instalações de pesquisa. Os feriados são respeitados, e também as comidas tradicionais.
Uma coisa que torna a estação espacial tão distinta é a experiência que proporciona às tripulações que visitam o complexo orbital. Ao fim de meses de estabelecer uma "rotina" a bordo da estação, os tripulantes nunca esquecem quão especial é o estar onde estão.
"Claro, esta 'rotina' tem lugar no ambiente romântico do espaço," escreveu a Engenheira de Voo da Expedition 5, Peggy Whitson, na sua décima terceira carta à família a partir da estação. "O estar aqui, viver aqui, é algo que muito provavelmente irei gastar o resto da minha vida na busca de palavras adequadas para tentar descrever apenas uma fracção do que faz os nossos esforços no espaço serem tão especiais e essenciais."
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