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CANIBALISMO EM SISTEMAS BINÁRIOS
24 de Março de 2006
 

A Agência Espacial Europeia anunciou ontem a descoberta de novos dados para a compreensão dos sistemas binários de raios X de baixa massa (LMXB). Os LMXB são sistemas binários em que uma das estrelas é apenas o núcleo compacto de uma estrela "morta". Medindo normalmente entre 15 e 20 quilómetros de diâmetro, a estrela "morta" do par é um pacote altamente compacto de neutrões contendo mais de 1.4 vezes a massa do Sol.

A sua densidade enorme gera um enorme campo gravitacional que puxa gás da sua vizinha no sistema binário, num processo que recebe o nome de acreção.

Foi agora descoberto que existem nuvens de gás nos pontos onde a corrente de acreção atinge o disco de acreção. As temperaturas elevadíssimas induzidas pelo processo de acreção ionizam quase completamente os átomos de gás transformando-os em cargas eléctricas que podem ser aceleradas pelo campo magnético gerando sinais intermitentes.

Estes sinais intermitentes, conhecidos há décadas, eram um dos quebra-cabeças que não possuíam até agora qualquer solução.
 
Nos modelos anteriores eram usadas nuvens a baixa temperatura e acreditava-se que a intermitência se devia à interferência periódica do gás com a radiação proveniente da estrela de neutrões. No entanto, estes modelos nunca tinham conseguido reproduzir com fiabilidade a realidade observada.

As observações com o telescópio espacial de raios-X, XMM-Newton da ESA, resolveu este problema ao identificar a existência de ferro ionizado na nuvem de acreção da estrela.

Embora os processos de acreção continuem a não ser totalmente compreendidos, este foi mais um passo no sentido da compreensão do fenómeno.

Estes resultados foram publicados na revista Astronomy & Astrophysics (445, 179–195, 2006).

LINKS:
ESA (Press Release)

Binários de raios X:
The X ray binaries page
X ray binary stars(NASA)
Neutrons Stars/Binary stars (CHANDRA)


Impressão de artista da acreção de matéria pela estrela de neutrões de um sistema binário de pequena massa
Crédito: ESA

(clique na imagem para ver versão maior)


Impressão de artista do telescópio espacial XMM-Newton.
Crédito: ESA

 
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