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IMAGENS DE MARTE SUGEREM MUDANÇAS CLIMÁTICAS RECENTES
18 de Outubro de 2006
 

Uma camada de poeira situada entre sedimentos de gelo perto do pólo norte de Marte sugere que o clima do planeta mudou drasticamente mais ou menos nos últimos 100,000 anos, revelam imagens recentemente obtidas pela sonda MRO da NASA.

Pesquisas prévias sugeriram que a inclinação do eixo de rotação de Marte flutua entre os 10º e os 40º com a variação do tempo, levando a grandes mudanças climáticas.

A sonda MRO, que começou a enviar imagens detalhadíssimas do Planeta Vermelho no final de Setembro de 2006, providenciou novas evidências que o clima de Marte sofreu grandes alterações há relativamente pouco tempo.

A imagem foi feita com o instrumento CRISM (Compact Reconnaissance Imaging Spectrometer for Mars) e mostra parte de um vale chamado Chasma Boreale que corta a calote polar Norte de Marte.

Três camadas são visíveis na calote. A do topo corresponde ao mais recente período da história climática de Marte, durante o qual o gelo cresceu no pólo Norte. A camada de baixo é também constituída por gelo e parece representar um período com um clima similar.

Entre estas duas encontra-se uma camada de poeira. A sua presença sugere uma era com um clima muito diferente, quando o gelo já não era depositado na região polar.

"O que isto nos diz é que na calote polar norte, ao longo dos últimos 100,000 anos, tem havido uma mudança climática bem dinâmica," afirma Scott Murchie, líder da equipa do CRISM, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins em Laurel, Maryland, EUA.

A MRO também enviou imagens capturadas pela câmara HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment) que mostram leitos de rio entrelaçados e outros sinais de água passada em Marte.

No hemisfério Sul, uma imagem de alta-resolução de "gullies" esculpidas nos lados de uma cratera reinforça a visão de que algumas destas características, que são observadas em vários locais no planeta, podem ter sido causadas por água líquida.

Alguns cientistas já tinham previamente sugerido que estes sinuosos canais foram criados por avalanches de dióxido de carbono ou rios de poeira.

A imagem mostra que algumas destas "gullies" têm uma estrutura entrelaçada, estrutura esta característica de correntes sedimentárias aqui na Terra. Os sedimentos amontoam-se em partes mais lentas do leito, eventualmente bloqueando-o e forçando o leito a contornar essas áreas.

A água parece ter fluído mais que uma vez na área da imagem, dado que "gullies" mais pequenas cortam as maiores e presumivelmente mais antigas, diz Alfred McEwan da Universidade do Arizona em Tucson, EUA. "Não se formou em apenas um dia," diz. "Isto é algo que se formou durante um período de tempo com múltiplos eventos."

Desde que as imagens foram tiradas na primeira semana de Outubro, Marte moveu-se para bastante próximo do Sol segundo a perspectiva da Terra, o que impede uma comunicação fiável com a MRO durante um mês.

Durante o hiato de comunicações, a sonda irá tirar imagens e fazer medições da atmosfera do planeta. Os dados serão guardados na sonda até que a comunicação regular possa ser resumida no princípio de Novembro.

Links:

Notícias relacionadas:
Comunicado de imprensa (NASA)
Universidade do Arizona
SPACE.com
Science Daily
PHYSORG.com

MRO:
Página oficial da NASA
Página oficial do JPL
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Google Mars

 


Uma camada de poeira entre duas de gelo sugere mudanças climáticas em Marte. O topo da imagem tem cores reais. A de baixo revela a vista no infravermelho, que realça o contraste entre o gelo brilhante e a poeira escura.
Crédito: NASA/JPL/JHUAPL


As "gullies" cortam os lados de uma cratera sem nome com cerca de 12 km de diâmetro no hemisfério sul de Marte. Uma mostra uma estrutura entrelaçada, característica de leitos na Terra que transportam sedimentos.
Crédito: NASA/JPL/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)


Diferentes tipos de barro são revelados perto de um canal chamado Mawrth Vallis, 25 graus a Norte do equador de Marte, nestas imagens a cores falsas tiradas pelo CRISM. O azul e o verde indicam barros ricos em ferro na imagem à esquerda. As mesmas cores realçam os barros ricos em alumínio à direita. Ambos pensam-se que tenham sido formados com a ajuda de água.
Crédito: NASA/JPL/JHUAPL
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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