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IMAGENS SUGEREM BREVES FLUXOS DE ÁGUA EM MARTE
13 de Dezembro de 2006
 

Fotografias da NASA revelaram brilhantes novos depósitos vistos em duas "gullies" em Marte que sugerem que água pode ter transportado sedimentos, algures durante os últimos sete anos.

"Estas observações são a maior prova até à data que água ainda corre ocasionalmente na superfície de Marte," disse Michael Meyer, líder científico do programa de exploração de Marte da NASA, em Washington.

A água líquida, ao contrário de gelo ou vapor, que se sabe existirem em Marte, é considerada necessária para a vida. Os novos achados aumentam a discussão sobre a potencial vida microbiana em Marte. A sonda Mars Global Surveyor da NASA providenciou as novas evidências de depósitos, a partir de imagens tiradas em 2004 e 2005.

"As formas destes depósitos são o que se esperaria se o material fosse transportado por água líquida," disse Michael Malin, dos Sistemas Científicos Espaciais Malin, em San Diego. "Parecem ter ramos tipo-dedos na parte mais baixa da encosta e são facilmente desviados à volta de pequenos obstáculos." Malin é o principal investigador para a câmara e o autor principal de um relatório acerca dos achados, publicado na revista Science.

A atmosfera de Marte é tão fina e a temperatura tão fria que a água líquida não pode persistir à superfície. Rapidamente congelaria ou evaporaria. Os cientistas propõem que a água pode permanecer líquida tempo suficiente, depois de ser libertada a partir de uma fonte subterrânea, para transportar detritos encosta abaixo antes de congelar totalmente. Os dois depósitos frescos têm ambos algumas centenas de metros de comprimento.

O tom claro dos depósitos pode ser de geadas na superfície, continuamente refornecidas por gelo dentro do corpo do depósito. Outra possibilidade é uma crosta salgada, que pode ser o sinal dos efeitos da água na concentração dos sais. Se os depósitos tivessem resultado de poeira seca, seriam muito provavelmente escuros, com base nos tons negros de poeira recém perturbada pelas marcas dos rovers, demónios de poeira e novas crateras em Marte.

A Mars Global Surveyor descobriu dezenas de milhares de "gullies" em encostas dentro de crateras e outras depressões em Marte. A maioria destas encontram-se a latitudes de 30 graus ou mais. Malin e sua equipa primeiro anunciaram as descobertas das "gullies" em 2000. Para observar mudanças que poderiam indicar fluxos modernos de água, a equipa da câmara tirou repetidamente imagens de centenas de locais. Um par de imagens mostrou uma "gully" que apareceu em meados de 2002. Encontrava-se numa duna de areia, e o processo de corte da "gully" foi interpretada como uma corrente seca de areia.

Este anúncio é o primeiro a revelar novos depósitos de material recentemente transportados por fluídos depois de uma análise anterior das mesmas "gullies". Os dois locais encontram-se dentro de crateras em Terra Sirenum e nas regiões de Centauri Montes, no Sul de Marte.

"Este frescos depósitos sugerem que em alguns lugares e alturas do moderno Marte, a água líquida pode emergir a partir da subsuperfície e brevemente fluir por encostas. Esta possibilidade levanta questões acerca de como a água conseguiria ficar descongelada por baixo do chão, quão espalhada pode estar, e se existe um habitat subterrâneo capaz de suster vida. Futuras missões poderão responder a tais questões", disse Malin.

Além de observar mudanças nas "gullies", a equipa da câmara da sonda estudou a velocidade a que novas crateras de impacto aparecem. A câmara fotografou aproximadamente 98% de Marte em 1999 e aproximadamente 30% do planeta foi outra vez fotografado em 2006. As novas imagens mostram 20 novas crateras de impacto, que variam entre os 2 e 148 metros em diâmetro, que não estavam presentes sete anos antes. Estes resultados têm importantes implicações na determinação das idades das características na superfície de Marte. Estes resultados também coincidem aproximadamente com previsões e implicam que o terreno marciano com poucas crateras é verdadeiramente jovem.

A sonda Mars Global Surveyor começou a orbitar Marte em 1997. A sonda é responsável por muitas descobertas importantes. Desde o princípio de Novembro que a sonda não é ouvida pela NASA. Continuam ainda tentativas de a contactar. A sua longevidade sem precedentes tem permitido monitorizar Marte durante anos, bem para lá do seu tempo de vista projectado.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
SPACE.com
Universe Today
New Scientist
Sky & Telescope

Mars Global Surveyor:
Página da NASA
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Google Mars

 


Um novo depósito de "gully" numa cratera da Região Centauri Montes.
Crédito: NASA/JPL/Malin Space Science Systems

(clique na imagem para ver versão maior)


Um novo depósito de "gully" numa cratera em Terra Sirenum.
Crédito: NASA/JPL/Malin Space Science Systems
(clique na imagem para ver versão maior)


Uma cratera recém-formada no flanco norte do vulcão marciano Ulysses Patera.
Crédito: NASA/JPL/Malin Space Science Systems
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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