Top thingy left
 
ASTRÓNOMOS DIZEM QUE LUAS COMO A NOSSA SÃO RARAS
24 de Novembro de 2007
 

Da próxima vez que der um passeio ao luar, ou admirar uma brilhante Lua Cheia pairando no céu à noite, pode considerar-se sortudo(a). Novas observações pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA sugerem que luas como a da Terra - que se formaram a partir de colisões tremendas - são incomuns no Universo, formando-se no máximo entre 5 a 10 por cento dos sistemas planetários.

"Quando uma lua se forma a partir de uma violenta colisão, poeira é libertada por todo o lado," disse Nadya Gorlova da Universidade da Flórida, em Gainesville, autora principal de um novo estudo publicado na edição de 20 de Novembro do Astrophysical Journal. "Se houvessem muitas luas a formar-se deste modo, teríamos que ver muita mais poeira em torno das estrelas - mas não vemos."

É difícil imaginar a Terra sem uma lua. A nossa bola, tão familiar, há muito que é objecto de arte, mito e poesia. Os lobos uivam à lua, e os humanos já deixaram pegadas na sua superfície. A própria vida pode ter evoluído do oceano para terra graças às marés induzidas pela gravidade da Lua.

Os cientistas acreditam que a Lua apareceu entre 30 a 50 milhões de anos depois do nascimento do nosso Sol, e depois dos planetas rochosos terem começado a criar forma. Pensa-se que um corpo tão grande quanto Marte colidiu com a nossa jovem Terra, libertando um bocado do seu manto. Alguns dos detritos daí resultantes caíram em órbita da Terra, eventualmente coalescendo no satélite que vemos hoje em dia. As outras luas do nosso Sistema Solar formaram-se simultaneamente com o seu planeta ou foram capturadas pela sua gravidade.

Gorlova e os seus colegas procuraram sinais poeirentos de colisões semelhantes em torno de 400 estrelas com mais ou menos 30 milhões de anos - aproximadamente a idade do nosso Sol quando a lua da Terra se formou. Descobriram que apenas 1 das 400 estrelas está imersa nesta poeira intrigante. Entrando em consideração com o tempo de duração desta poeira, e o intervalo de anos nos quais as colisões que formam luas podem ocorrer, os cientistas calcularam que a probabilidade de um sistema solar criar uma lua como a da Terra situa-se no máximo entre 5 a 10 por cento.

"Não sabemos que a colisão que testemunhámos em torno dessa estrela irá definitivamente criar uma lua, por isso os eventos de formação lunar podem ser muito menos frequentes do que os nossos cálculos sugerem," disse George Rieke da Universidade do Arizona, em Tucson, EUA, co-autor do estudo.

Em adição, as observações dizem aos astrónomos que os próprios processos de formação planetária acabam 30 milhões de anos depois do nascimento da estrela. Tal como a Lua, os planetas rochosos são formados a partir de imensas colisões que espalham poeira por todo o lado. O pensamento actual diz que este processo dura entre 10 a 50 milhões de anos depois da formação da estrela. O facto que Gorlova e a sua equipa encontraram apenas 1 estrela entre 400 com poeira gerada por colisões, indica que as estrelas com 30 milhões de anos no estudo já acabaram, na maioria, o seu processo de formação planetária.

"Os astrónomos já observam estrelas jovens com poeira à sua volta há mais de 20 anos," afirma Gorlova. "Mas essas estrelas são geralmente tão jovens que a sua poeira pode ser apenas restos do processo de formação planetária. A estrela que descobrimos é mais velha, da mesma idade do Sol quando acabou de criar planetas e quando o sistema Terra-Lua tinha acabado de se formar a partir de uma colisão."

Para os amantes da Lua, esta notícia não é má de todo. Por um lado, as luas podem formar-se de várias maneiras. E, mesmo que a maioria dos planetas rochosos no Universo possam não ter luas como a da Terra, os astrónomos acreditam que existem milhares de milhões de planetas rochosos por aí. Cinco a dez por cento entre milhares de milhões são ainda muitas luas!

Links:

Notícias relacionadas:
Artigo científico (formato PDF)
NASA (comunicado de imprensa)
New Scientist

SPACE.com
BBC News
The Register
Science Daily
MSNBC
Wired News

Lua:
Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
Wikipedia

Terra:
Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
Wikipedia

Telescópio Espacial Spitzer:
Página oficial (NASA)
Wikipedia

 


O nosso sistema Terra-Lua, fotografado aqui pela sonda Galileu da NASA em 1992, pode ser algo incomum no Universo. Novas provas do Telescópio Espacial Spitzer sugerem que luas formadas como a nossa - a partir de colisões titânicas entre corpos rochosos - podem ser criadas, no máximo, entre 5 a 10 por cento dos sistemas planetários.
Crédito: NASA/JPL/Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)


Esta animação mostra corpos tão grandes quantos cadeias montanhosas colidindo uns com os outros. Tais colisões são a base do processo de formação planetária. Pensa-se que uma colisão ainda maior entre a Terra e um corpo do tamanho de Marte tenha criado a Lua.
Crédito: NASA/JPL/Caltech
(clique na imagem para ver animação em formatos de maior resolução)

 
Top Thingy Right