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SONDA HAYABUSA PODE NUNCA REGRESSAR À TERRA
16 de Abril de 2008
 

Embora a problemática sonda japonesa, Hayabusa, esteja a regressar à Terra, pode nem completar a sua viagem. Os membros da missão dizem que uma falha catastrófica da sua última roda de reacção, que ajuda a apontar a sonda, pode impedi-la de alcançar o nosso planeta e libertar uma cápsula para a atmosfera.

A Hayabusa tinha o objectivo principal de recolher amostras do asteróide Itokawa ao disparar pequenos chumbos para a superfície da rocha com 535 metros. Mas os dados das duas aterragens em Novembro de 2005 sugerem que os chumbos nunca foram disparados porque o computador de bordo da sonda enviou sinais conflituosos para os seus instrumentos de recolha.

Mesmo assim, os cientistas da missão esperavam fazer regressar a sonda à Terra, caso alguma poeira do asteróide tenha de facto sido recolhida por acaso no compartimento. Se completar a viagem, espera-se que liberte uma cápsula, com aterragem prevista para o deserto australiano em Junho de 2010.

Mas o gestor do projecto Hayabusa, Jun'ichiro Kawaguchi, disse que se qualquer outro sistema falha, pode ser fatal para a missão. Está particularmente preocupado com a última roda de reacção da sonda. "Estamos ansiosos de a trazer de volta com os nossos melhores esforços, mas a situação não é optimista," diz.

Os cientistas da missão estão agora apontando a Hayabusa com os seus jactos de xénon, a partir do sistema de propulsão iónica da sonda. Os motores relativamente fracos, que usam campos eléctricos para acelerar um feixe de iões de xénon, foram originalmente desenhados para apenas mover a nave para a frente durante a sua viagem de regresso do asteróide Itokawa, uma viagem de 2 mil milhões de quilómetros.

Sem a capacidade de dirigir a sonda, os engenheiros da missão não conseguem manter comunicações com a Hayabusa ou mantê-la na trajectória correcta de regresso à Terra. A equipa já perdeu uma vez contacto com a sonda, no final de 2005, e conseguiu restabelecê-lo só três meses depois. Uma falha, desta vez, seria permanente.

Mesmo com todas estas preocupações, e de acordo com o membro da equipa da Hayabusa, Don Yeomans, do JPL da NASA em Pasadena, Califórnia, EUA, os cientistas ainda esperam que aterre em segurança: "Não apostaria contra eles - estão a lidar muito bem com a situação," afirma.

De facto, a equipa da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), conseguiu manter a Hayabusa a voar mesmo após uma longa lista de falhas quase-catastróficas, inluindo as perdas de combustível crítico e uma quebra de contacto temporário com a sonda, que atrasou o seu regresso em mais de três anos.

"Sim, a sonda está bastante debilitada," diz Yeomans. "É de louvar que os Japoneses tenham conseguido contornar todos estes obstáculos."

Durante a missão, os engenheiros também sofreram com o desaparecimento do pequeno robot Minerva, que tinha a tarefa de viajar pela superfície do asteróide, mas que foi libertado acidentalmente para o espaço.

Mesmo com todas estas falhas, a Hayabusa teve sucesso em enviar "imagens espectaculares "do Itokawa, diz Yeomans. As imagens e outros dados recolhidos pela sonda revelaram uma superfície inesperadamente sem crateras e um corpo pouco compacto.

"Parece ser o que poderíamos chamar de monte de detritos, um objecto que foi despedaçado e está ligado por não muito mais que a sua própria gravidade," diz.

"Estamos basicamente a marcar passo até que a cápsula da amostra regresse," acrescenta Yeomans. "Com sorte, a cápsula regressa."

Links:

Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve:
04/11/05 - Apesar das imagens Hayabusa sofre retrocesso
22/11/05 - Hayabusa falha aterragem
29/11/05 - Missão Hayabusa com sucesso
13/12/05 - Missão Hayabusa provavelmente falhou
29/08/07 - Sonda Hayabusa recupera terceiro motor iónico

Sonda Hayabusa:
JAXA
NASA
Universidade de Tohoku
Wikipedia

 


Impressão de artista da sonda Hayabusa.
Crédito: JAXA
(clique na imagem para ver versão maior)


O asteróide Itokawa. Ninguém sabe o porquê de não existirem crateras de impacto, embora existam duas teorias.
Crédito: ISAS/JAXA
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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