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MRO DESCOBRE QUE O INTERIOR DE MARTE É MAIS FRIO QUE O ESPERADO
17 de Maio de 2008
 

Novas observações pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter da NASA indicam que a crosta e o manto superior de Marte são mais rígidos e frios do que pensava.

As descobertas sugerem que qualquer água líquida que possa existir por baixo da superfície do planeta (e possivelmente quaisquer organismos vivendo nessa água) estará localizada a uma maior profundidade que os cientistas suspeitavam.

"Descobrimos que a superfície rochosa de Marte não se está a dobrar devido à força da calote polar norte," disse Roger Phillips do Instituto de Pesquisa do Sudoeste em Boulder, Colorado. Phillips é o autor principal de um novo trabalho que aparece na edição online da revista Science. "Isto implica que o interior do planeta é mais rígido, e por isso mais frio, do que pensávamos."

A descoberta foi feita usando um instrumento a bordo da sonda, que providenciou as mais detalhadas imagens até à data das camadas interiores de gelo, areia e poeira que constituem a calote polar norte de Marte. As imagens de radar revelam camadas longas e contínuas que se prolongam quase 1000 km, ou cerca de um-quinto do tamanho dos EUA.

"Nos nossos primeiros olhares dentro da calote polar com o radar da Mars Reconnaissance Orbiter, podemos claramente ver camadas de material gelado que contam a história do clima de Marte," disse Jeffrey Plaut do JPL da NASA em Pasadena, Califórnia. Plaut é membro da equipa científica e co-autor do artigo. "O radar abriu-nos uma nova janela para estudar o passado de Marte."

As imagens de radar mostram uma fronteira lisa entre a calote polar e a rochosa crosta marciana. Na Terra, o peso de uma semelhante camada de gelo faria com que a superfície do planeta abatesse. O facto da superfície marciana não se estar a dobrar significa que a sua forte concha exterior, ou litosfera -- uma combinação da sua crosta com o manto superior -- deve ser muito espessa e fria.

"A litosfera de um planeta é a parte rígida. Na Terra, a litosfera é a parte que se quebra durante um terramoto," disse Suzanne Smrekar, cientista do projecto MRO no JPL. "A capacidade do radar para ver através da calote polar e determinar que não existe qualquer abatimento da litosfera dá-nos uma boa ideia das temperaturas actuais dentro de Marte pela primeira vez."

As temperaturas na porção superior de um planeta rochoso como Marte aumentam com a profundidade na direcção do interior. Quanto mais espessa foi a litosfera, mais gradualmente aumentam as temperaturas. A descoberta de uma litosfera marciana mais espessa implica que qualquer água líquida desabrochando em aquíferos por baixo da superfície terá que estar mais profunda do que o calculado anteriormente, onde as temperaturas são maiores. Os cientistas especulam que qualquer vida em Marte associada com profundos aquíferos também terá que estar mais enterrada no interior.

As imagens de radar também revelam quatro zonas de camadas de gelo e poeira bem delineadas, separadas por espessas camadas de gelo quase puro. Os cientistas pensam que este padrão de camadas de gelo representam ciclos de mudanças climáticas em Marte numa escala de tempo de aproximadamente um milhão de anos. Tais mudanças climáticas são provocadas por variações na inclinação do eixo de rotação do planeta e na excentricidade da sua órbita em torno do Sol. As observações suportam a ideia que a calote polar norte é geologicamente activa e relativamente jovem, com cerca de 4 milhões de anos.

No dia 25 de Maio, espera-se que a sonda Phoenix Mars Lander da NASA aterre não muito longe da calote polar norte. Irá investigar a história da água em Marte, e espera-se que estude bem de perto, pela primeira vez, o gelo no Planeta Vermelho.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
SPACE.com
MSNBC
National Geographic

MRO:
Página oficial da NASA
Página oficial do JPL
HiRISE
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 


Imagem da calote polar norte de Marte, obtida pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter.
Crédito: NASA/JPL/Malin Space Science Systems
(clique na imagem para ver versão maior)


Este mapa mostra a espessura dos depósitos na calote polar norte de Marte, medida pelo radar a bordo da MRO.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade de Roma/SwRI
(clique na imagem para ver versão maior)


Esta imagem de radar (topo) revela as camadas de gelo, areia e poeira que constituem a calor polar norte de Marte. O mapa colorido por baixo mostra a topografia do correspondente terreno marciano.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade de Roma/SwRI
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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