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PHOENIX ATERRA EM MARTE E ENVIA PRIMEIRAS IMAGENS
28 de Maio de 2008
 

A Phoenix Mars Lander da NASA sobreviveu uma ardente queda pela atmosfera marciana e aterrou nas planícies árticas do Planeta Vermelho, de onde já enviou as suas primeiras imagens, muito para o delírio dos cientistas da missão.

"Parece que os painéis solares estão completamente abertos, é absolutamente lindo," disse Dan McCleese, cientista no Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA. "É espectacular, imagens perfeitamente nítidas."

A sonda aterrou nas planícies de Vastitas Borealis, dentro do círculo ártico marciano, onde se espera que passe pelo menos três meses à procura de água gelada escondida por baixo da superfície congelada. A descida e a sequência de aterragem correram completamente como planeado.

"Esta equipa desempenhou as suas tarefas na perfeição", disse um exuberante Peter Smith, investigador principal da Phoenix da Universidade do Arizona. "Não está em nenhuma rocha... aterrou num local seguro."

Os cientistas da missão no JPL receberam o sinal que a Phoenix tinha aterrado pelas 00:53 (hora de Portugal) da noite de Domingo para Segunda, exactamente à hora que esperavam (os sinais da sonda demoram cerca de 15 minutos para percorrer os 275 milhões de quilómetros entre Marte e as estações aqui na Terra).

"A Phoenix aterrou! A Phoenix aterrou!" gritava um comentador da NASA à medida que o sinal era recebido. "Bem-vindos às planícies norte de Marte!"

A missão Phoenix, que custou 420 milhões de dólares e foi lançada em Agosto, está desenhada para escavar as camadas rochosas até à água gelada que se pensa estar mesmo por baixo do solo marciano na região ártica de Marte. A chegada da Phoenix marca a primeira aterragem bem sucedida em Marte desde que os dois rovers da NASA, Spirit e Opportunity, aí chegaram aos saltos em 2004, e a primeira aterragem motorizada para a NASA em mais de 30 anos.

A aterragem nivela a percentagem de aterragens bem sucedidas e falhadas em Marte para 50/50 (embora o rácio de sucesso para aterragens americanas seja bastante mais alto: 6 entre 7).

"Pela primeira vez em 32 anos, e apenas pela terceira vez na história, uma equipa do JPL conseguiu uma suave aterragem em Marte," disse Michael Griffin, Administrador da NASA a partir do centro de controlo da missão no JPL. "Não podia estar mais contente de estar aqui a testemunhar esta incrível proeza."

Quando lhe perguntaram qual será o objectivo da Phoenix agora, Smith respondeu, "Receber algumas imagens. Queremos ver Marte!". Às 02:50 (hora de Portugal) de Segunda-feira, Smith viu o seu desejo realizado, à medida que a Phoenix enviava várias imagens a preto-e-branco de si própria e do terreno em volta, através da sua ligação com a sonda Mars Odyssey.

A Phoenix está construída para testar o solo e o gelo marciano em busca de sinais que água poderá já ter existido no estado líquido e para saber se poderá ter oferecido uma zona habitável para a vida microbiana em algum ponto no seu passado. Os intrumentos incluem um braço robótico que irá escavar poeira e gelo, bem como um laboratório químico que irá analisar o solo e ver que compostos poderão aí existir.

"A equipa científica tem esperado pacientemente... e estão ansiosos por usar os seus instrumentos," disse Peter Smith, da Universidade do Arizona, de onde a Phoenix irá ser controlada durante a maioria da sua missão.

Os cientistas estavam apreensivos sobre a queda de sete minutos da sonda pela atmosfera marciana, mas cada estágio correu perfeitamente como esperavam.

"Só nos meus sonhos esperava que corresse tão perfeitamente como correu esta noite, aterrámos mesmo no meio do alvo," disse Barry Goldstein do JPL, visivelmente aliviado, agora que a parte mais difícil tinha terminado.

"Nós testámos todos os problemas e nenhum deles ocorreu," acrescentou numa breve conferência de imprensa, momentos após a aterragem.

"Estava certo em ser optimista," disse Smith, enquanto elogiava a equipa da missão, acrescentando que precisou de se agarrar à cadeira durante a descida para evitar que caísse.

O corte de comunicações que os cientistas pensavam que ia ocorrer durante o início da descida (devido ao inflamável plasma criado pela fricção à medida que a sonda descia, que se previa interferir com o sinal de rádio) nunca aconteceu. Os controladores da missão disseram que tinham uma aposta sobre quanto tempo iria durar este corte, se de facto ocorresse. Goldstein apostou que não ia acontecer.

Quando lhe perguntaram qual seria a parte da descida que os controladores mais temiam, Ed Sedivy, gestor da sonda Phoenix da Lockheed Martin, disse, "Bem, durante os últimos quatro dias, sub-avaliar quão nervosos ficam os cientistas da missão sobre a aterragem."

A sonda aterrou em terreno liso, inclinado por apenas um quarto de grau, o que significa que não há rochas para prejudicar a abertura dos painéis solares, que providenciarão à sonda energia durante os três meses da missão.

Os cientistas tiveram a sua primeira ligação através da Odyssey, que retransmitiu informações preciosas acerca da saúde da sonda. Estas indicaram que a abertura dos painéis solares tinha sido bem sucedida. Outra imagem mostrava uma das pernas da Phoenix, bem apoiada no chão. Outra ainda mostrava a planície ártica de Marte, que nunca tinha sido observada da superfície.

A Phoenix junta-se agora aos dois rovers, Spirit e Opportunity. Usou uma técnica diferente para aterrar em segurança (usando motores em vez de airbags). Até agora, a técnica não tinha sido bem sucedida desde a aterragem das duas Vikings em 1976 e foi pela última vez usada em 1999 pela falhada Mars Polar Lander.

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Phoenix:
Página oficial
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Kit de aterragem (formato PDF)
Descida de entrada e aterragem (vídeo em formato Flash, cortesia YouTube)

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Procurar água nos locais certos (vídeo em formato Flash)

 


A Phoenix é aqui vista a travar de pára-quedas em Marte, nesta imagem capturada pela câmara HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment) a bordo a Mars Reconnaissance Orbiter da NASA. É a primeira vez que uma sonda tira fotografias da descida final de outra sonda num corpo planetário. Note a diferença no tamanho da sonda e no da cratera, que se encontra a 20 km do local de aterragem.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)


A imagem é uma combinação de várias tiradas por uma câmara na Phoenix após a aterragem bem sucedida no ártico de Marte.
Crédito: NASA/JPL/UA/Lockheed
(clique na imagem para ver versão maior)


Esta imagem, uma das primeiras capturadas pela Phoenix, mostra as vastas planícies da região polar norte de Marte. A paisagem desolada é salpicada por pequenas pedras e mostras rachas poligonais, um padrão visto em larga-escala a grandes latitudes marcianas e também observadas em terrenos gelados na Terra.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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