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DESCOBERTO PLANETA EXTRASOLAR COM APENAS TRÊS VEZES A MASSA DA TERRA
4 de Junho de 2008
 

O objectivo de encontrar um planeta tipo-Terra em torno de outra estrela acaba de dar um passo em frente. Astrónomos anunciaram na passada segunda-feira que descobriram um planeta com apenas três massas terrestres orbitando uma estrela mais pequena que o nosso Sol.

De entre todos os planetas extrasolares conhecidos, este tem a massa mais aproximada do planeta Terra, e é o planeta mais leve alguma vez descoberto em torno de uma estrela de tamanho normal. "A nossa descoberta indica que até mesmo as estrelas de menor massa podem ter planetas," disse David Bennett da Universidade de Notre Dame na reunião de Segunda da Sociedade Astronómica Americana em St. Louis, Missouri, EUA, que liderou uma equipa de astrónomos até à descoberta.

O planeta tem a designação temporária de MOA-2007-BLG-192L e situa-se a cerca de 3000 anos-luz da Terra. A teoria de formação planetária sugere que é principalmente constituído por rocha e gelo.

A órbita do planeta em torno da estrela-mãe tem um raio semelhante à órbita da Vénus, embora se pense que seja muito mais frio que Plutão. Isto é devido à estrela-mãe, que se pensa ser uma anã castanha entre 6 e 8% da massa do Sol, não ser grande o suficiente para suster reacções nucleares no seu núcleo.

O pequeno tamanho da estrela-mãe do planeta é particularmente apelativo para os astrónomos porque implica que até mesmo estrelas de baixa massa perto do nosso Sol podem também albergar planetas. Isto significa que o Telescópio Espacial James Webb da NASA, com lançamento previsto para 2013, pode explorar sistemas planetários do género que se encontrem relativamente perto, alargando a busca por vida extraterrestre para muito mais perto de casa.

"Se conseguimos descobrir planetas como este, então somos certamente capazes de aprender mais sobre eles - e quando mais pequena for a estrela, melhor," disse John Mather, do Centro Aerospacial Goddard da NASA, prémio Nobel e cientista sénior do projecto do telescópio James Webb. Uma estrela mais pequena torna mais fácil a observação do trânsito planetário e dá-nos uma melhor oportunidade para medir a composição química da atmosfera - um factor importante na descoberta de sinais de vida.

A equipa de Bennett fez a sua descoberta através de um fenómeno chamado microlentes gravitacionais. Este baseia-se na análise da maneira como a estrela-mãe curva a luz que vem de outra estrela mais distante. A presença de um planeta pode distorcer a luz ainda mais.

Fazer tais observações é uma tarefa extremamente complicada, mas já possível graças à sensibilidade do telescópio MOA (Microlensing Observations in Astrophysics) II na Nova Zelândia.

O planeta foi já confirmado independentemente em observações feitas pelo VLT no Chile, e a equipa irá publicar a sua descoberta na edição de 1 de Setembro do Astrophysical Journal. Bennett está confiante que a técnica de microlentes está só apenas no começo, e que pode ser o primeiro método a detectar um planeta do tamanho da Terra.

Sabe-se que existe um planeta ainda mais pequeno, de nome PSR 1257+12b e com apenas 2% da massa da Terra, mas orbita um compacto "cadáver" estelar com apenas alguns quilómetros de diâmetro a que se dá o nome de estrela de neutrões.

Links:

Notícias relacionadas:
Universidade de Notre Dame (em formato PDF)
SPACE.com
Universe Today
New Scientist
National Geographic
Science
PHYSORG.com
Science Daily
BBC News

MOA-2007-BLG-192Lb:
Artigo científico (em formato PDF)
Universidade de Notre Dame

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net
Extrasolar Visions

 

Impressão de artista do recém-descoberto planeta MOA-2007-BLG-192Lb em órbita de uma "estrela" anã castanha com apenas uma massa 6% da do Sol. A teoria sugere que o planeta de três massas terrestres é constituído principalmente por rocha e gelo. Os estudos observacionais e teóricos das anãs castanhas revelam que têm uma cor magenta devido à absorção por elementos como o sódio e potássio nas suas atmosferas.
Crédito: Programa de Exploração de Exoplanetas da NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 
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