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MISTERIOSA BOLHA CÓSMICA DESCOBERTA NO INÍCIO DO UNIVERSO
24 de Abril de 2009

 

Astrónomos avistaram a bolha de gás mais distante já observada e estão confusos acerca do que é. Data de muito cedo no Universo e o seu enorme tamanho poderá ser um desafio para os modelos actuais, que afirmam que objectos tão massivos tendem a crescer lentamente ao longo do tempo através de fusões.

A nuvem de gás - que pode esconder uma galáxia - é conhecida como uma bolha Lyman-alpha, denominada em honra de um particular comprimento de onda libertado quando um electrão perde energia num átomo de hidrogénio.

Mede uns 55.000 anos-luz de comprimento, cerca de metade do diâmetro da Via Láctea, e está localizado a uns 12,9 mil milhões de anos-luz da Terra. Isto significa que estamos a observá-lo como era há 12,9 mil milhões de anos atrás, quando o Universo tinha apenas 800 milhões de anos. É a bolha Lyman-alpha mais longínqua já observada e o quarto objecto mais distante já avistado.

Masami Ouchi dos Observatórios da Instituição Carnegie em Pasadena, Califórnia, e colegas, avistaram pela primeira vez o gás em imagens de céu-profundo obtidas com o Telescópio Subaru em Mauna Kea, no Hawaii.

A natureza exacta do objecto não é ainda conhecida. Poderá ser uma galáxia iluminada, ou por um gigantesco buraco negro supermassivo no seu centro, ou pelo calor de uma intensa erupção de formação estelar. Mas também pode ser duas galáxias em fusão, ou uma galáxia em desenvolvimento que está a devorar uma grande quantidade de gás.

O que se sabe é o seu tamanho massivo. O objecto tem uma massa estimada em 40 mil milhões de vezes a massa do Sol, o que o torna 10 vezes mais massivo que outras galáxias do seu tempo, afirma Ouchi.

A descoberta de uma galáxia tão grande e tão cedo - quando as primeiras estrelas e galáxias do Universo ainda estavam a formar-se - pode constituír um desafio para o modelo de formação galáctica prevalecente, no qual as galáxias massivas crescem lentamente a partir de fusões sucessivas com galáxias mais pequenas. A descoberta pode dar a entender que os "modelos padrões de formação galáctica podem estar errados ou que precisem de algumas correcções," diz Ouchi.

Mas Avi Loeb do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica diz que uma galáxia enorme não constitui um problema de imediato, pois os modelos permitem a formação de algumas pouco depois do Big Bang, em berços relativamente grandes de matéria escura. "O modelo padrão prevê a existência de tais sistemas tão cedo e à abundância apropriada," disse Loeb.

A equipa espera que imagens futuras em raios-X possam revelar se o objecto é iluminado por um buraco negro supermassivo que se encontra a devorar os seus arredores, um processo que emite raios-X.

Imagens em maior resolução podem também discernir se o objecto é na realidade um par de galáxias em fusão. Estas poderão ser obtidas com a nova câmara WFC3 (Wide Field Camera 3) do Telescópio Espacial Hubble, que será instalada em Maio.

Links:

Notícias relacionadas:
Instituição Carnegie para a Ciência (comunicado de imprensa)
Telescópio Subaru (comunicado de imprensa)

Artigo científico (formato PDF)
SPACE.com
Universe Today
New Scientist
PHYSORG.com
Science Daily
COSMOS
National Geographic
Newsweek
Associated Press
AFP
BBC News

Bolha Lyman-alpha:
Wikipedia
Vídeo da série "Universo" (via Youtube)

Telescópio Subaru:
Página oficial
Wikipedia

 


Esta imagem do objecto denominado Himiko é uma composição em cores falsas. A barra branca no canto inferior direito indica uma escala com o tamanho de 10.000 anos-luz.
Crédito: M. Ouchi et al.


Espectro do objecto Himiko. Os dados a duas e a uma dimensões do Keck/DEIMOS são apresentados nos painéis de topo e no de baixo, respectivamente.
Crédito: M. Ouchi et al.
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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