Top thingy left
 
HUBBLE DESCOBRE UMA SÉRIE DE ANÃS BRANCAS
27 de Abril de 2009

 
Vinte e quatro estrelas invulgares, 18 das quais foram recentemente descobertas, foram observadas pelo Telescópio Espacial Hubble. Estas estrelas são anãs brancas, um tipo comum de resultado da morte das estrelas, mas estas são estranhas porque são feitas de hélio em vez dos habituais carbono e oxigénio. Esta é a primeira vez que se observa uma grande série de anãs brancas com núcleo de hélio num enxame globular, neste caso um denso enxame de algumas das mais antigas estrelas em nossa galáxia.

Um estudo, já aceite para publicação no Astrophysical Journal, sugere que estes anãs brancas com núcleo de hélio tiveram sua vida abreviada devido à sua órbita em torno de uma parceira estelar.

"As anãs brancas com núcleo de hélio têm apenas cerca de metade da massa típica das anãs brancas, mas encontram-se concentradas no centro do enxame ", disse Adrienne Cool, professora da Física e de Astronomia na San Francisco State University, que é co-autora do estudo com o estudante de licenciatura Rachel R. Strickler. "Com massas tão baixas, as anãs brancas com núcleo de hélio deveriam, de acordo com a teoria, orbitar em redor do enxame nas suas regiões mais exteriores. O facto de apenas serem encontrados nas regiões centrais sugere que elas têm companheiras de maior massa - estrelas parceiras que as fixam ao centro do enxame".

Estar associada a estes grandes companheiros também ajuda a explicar a "composição química atípica" destas estrelas. As anãs brancas são estrelas que já chegaram ao fim da sua vida e e que ficaram sem combustível. A maioria das estrelas queimam o seu combustível nuclear deixando como produto final uma densa bola de carbono e oxigénio, mas estas anãs brancas são feitas de hélio. A astrónoma Cool sugere que uma estrela que se vai tornar uma anã branca com núcleo de hélio deve ter um companheiro tão perto que, quando a estrela se tornou uma gigante vermelha, as suas camadas exteriores são absorvidas pelo companheiro. A estrela nunca teve a oportunidade de atingir a maturidade e queimar o seu hélio, transformando-o em carbono e oxigénio.

O estudo incidiu sobre o enxame estelar NGC 6397, um dos enxames globulares mais próximos da Terra, a cerca de 7.200 anos-luz de distância. Seis anãs brancas com o núcleo de hélio já haviam sido observadas antes neste enxame. Cool e os seus colegas descobriram as primeiras três em 1998.

"Esta é a primeira vez que estrelas anãs brancas com núcleos de hélio foram descobertas em parcerias com outras anãs brancas num enxame globular," disse Cool. "Esta grande amostra permite-nos responder a perguntas sobre a massa e a natureza da estrela parceira, e sobre a prevalência deste tipo de binários no aglomerado globular."

As estrelas binárias desempenham um papel importante na evolução dos enxames de estrelas. A sua contínua dança ao redor uma do outra fornece energia para o enxame que os astrónomos acreditam poder ajudar a prevenir a formação de buracos negros. A partir dos dados, Cool e sua equipa são capazes de inferir que um a cinco por cento das estrelas deste enxame globular vai terminar a sua vida como estrelas anãs brancas com núcleo de hélio com estrelas companheiras, uma descoberta que ajudará a melhorar os modelos teóricos da dinâmica dos aglomerados estelares. "Isto pode não soar a muito, mas não são necessários muitos binários para agitar as coisas", disse Cool.

Uma descoberta permanece um mistério. Apesar do alto nível de sensibilidade da câmara do Hubble, não são visíveis anãs brancas com núcleos de hélio do tipo mais ténue.

"É possível que estas anãs brancas com núcleos de hélio arrefeçam tão lentamente que as anãs brancas não tiveram tempo para formar os tipos muito pouco brilhantes", disse Cool. Outra possibilidade é que os binários mais velhos que continham anãs brancas com núcleos de hélio tenham sido destruídos pelas interações com outras estrelas do enxame.

Links:

Notícias:
EurekAlert!

Notícias Relacionadas:
Universe Today

 

Exemplo de fotografia e respectiva legenda
As estrelas descobertas anãs brancas com núcleos de hélio descobertas no enxame globular NGC 6397.
Crédito: Jay Anderson / Space Telescope Science Institute

 
Top Thingy Right