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MOTOR WARP DE "STAR TREK" PODE NÃO SER IMPOSSÍVEL
8 de Maio de 2009

 

O motor warp (ou "dobra"), um dos maiores marcos da série "Star Trek", pode um dia tornar-se verdadeira ciência em vez de ficção científica.

Alguns físicos dizem que a tecnologia para viajar mais depressa que a luz poderá permitir aos humanos alcançar as estrelas para "escapadelas de fim-de-semana". Mas claramente esta não será uma tarefa fácil. A ciência é complexa, mas não estritamente impossível, de acordo com alguns investigadores estudando maneiras de a tornar realidade.

O truque parece ser encontrar outros meios de propulsão além dos foguetões, que nunca poderão ser capazes de acelerar uma nave a velocidades maiores que a da luz, o limite de velocidade fundamental imposto pela Relatividade Geral de Einstein.

Felizmente para nós, este limite de velocidade aplica-se dentro do espaço-tempo (o contínuo das três dimensões do espaço, mais a do tempo, em que vivemos). Embora qualquer objecto não possa viajar mais depressa que a luz dentro do espaço-tempo, diz a teoria, talvez o próprio espaço-tempo possa.

"A ideia é obter um bocado do espaço-tempo e movê-lo," afirma Marc Millis, antigo líder do Projecto de Física e Avanços em Propulsão da NASA. "O veículo dentro dessa bolha pensa que não se está a mover. É o espaço-tempo que se está a mover."

Uma razão desta ideia parecer credível é a dos cientistas pensaram que já possa ter acontecido. Alguns modelos sugerem que o espaço-tempo cresceu a um ritmo maior que a velocidade da luz durante um período de rápida inflação pouco tempo depois do Big Bang.

"Se foi possível para o Big Bang, porque não para os nossos motores espaciais?" pergunta Millis.

Para tornar a técnica fazível, os cientistas terão que pensar em novos e criativos meios de propulsão para mover o espaço-tempo em vez da própria nave.

De acordo com a Relatividade Geral, qualquer concentração de massa ou energia dobra o espaço-tempo à sua volta (sendo assim, a gravidade é simplesmente a curvatura do espaço-tempo que faz com que massas menores caiam na direcção de massas menores).

Por isso talvez possa descobrir-se qualquer geometria única de massa ou qualquer forma exótica de energia que possa manipular uma bolha do espaço-tempo e que a possa mover a velocidades superiores à da luz, e transportar quaisquer objectos aí dentro durante a viagem.

"Se descobrirmos alguma maneira de alterar e desequilibar as propriedades do espaço-tempo, onde a parte de trás da nave está a fazer uma coisa e a da frente está a fazer outra, será que o espaço-tempo irá empurrar a nave e movê-la?" disse Millis. Esta ideia foi proposta pela primeira vez em 1994 pelo físico Miguel Alcubierre.

Já alguns estudos anunciaram a descoberta de possíveis assinaturas do movimento do espaço-tempo. Por exemplo, cientistas rodaram anéis suger-gelados num laboratório. Descobriram que giroscópios parados, colocados por cima dos anéis, parecem pensar para eles próprios que estão a rodar simplesmente devido à presença dos anéis em rotação por baixo. Os investigadores postularam que os anéis ultra-gelados estavam de algum modo a arrastar o espaço-tempo, e o giroscópio estava a detectar o efeito.

Outros estudos descobriram que a região entre duas placas de metal paralelas e sem carga, parece ter menos energia que o espaço em redor. Os cientistas denominaram este efeito como uma espécie de "energia negativa," que pode ser exactamente aquilo que se precisa para mover o espaço-tempo.

Desvantagens? Precisaríamos de gigantescas quantidades desta energia negativa para dobrar o espaço-tempo o suficiente para transportar uma bolha mais depressa que a velocidade da luz. Tais descobertas precisariam de acontecer não só na propulsão, mas também na energia. Alguns especialistas pensam que o domínio da força misteriosa chamada energia escura - que se pensa alimentar a expansão do Universo - possa ser a chave.

Embora resultados laboratoriais preliminares sejam muito diferentes de motores warp reais, alguns físicos estão optimistas.

"Ainda nem sequer sabemos se estas coisas são possíveis ou impossíveis, mas pelo menos avançámos até um ponto onde podemos investigá-las e vislumbrar o desconhecido," afirma Millis. "Mesmo que se venha a descobrir que é impossível, ao colocar estas questões, vamos provavelmente fazer descobertas que de outro modo podíamos nem sequer notar."

Links:

Notícias relacionadas:
Wired
Yahoo! News
MSNBC

Velocidade da luz:
Wikipedia

Velocidades superiores à da luz:
Wikipedia
Motor warp (Wikipedia)

 
Imagem do novo filme "Star Trek", que mostra a nave Enteprise a viajar a velocidades superiores à da luz.
Crédito: Paramount Pictures, Spyglass Entertainment, Bad Robot
(clique na imagem para ver versão maior)
 
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