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ÁGUA DESCOBERTA EM SEGUNDO ASTERÓIDE, PODE SER AINDA MAIS COMUM
12 de Outubro de 2010

 

De acordo com um novo estudo apresentado a semana passada, a água gelada nos asteróides pode ser mais comum do que se pensava.

Duas equipas de investigadores que, em Abril, tinham provado a existência de água gelada e moléculas orgânicas noutro asteróide, descobriram agora que o asteróide 65 Cybele contém o mesmo material.

As equipas usaram dois diferentes instrumentos da NASA: o Telescópio em Mauna Kea, Hawaii, e o Telescópio Espacial Spitzer. Os telescópios detectaram as assinaturas tantalizantes de água gelada e de material orgânico na superfície da rocha espacial.

"A descoberta sugere que esta região do nosso Sistema Solar contém mais água gelada do que antecipado," afirma o professor Humberto Campins, da Universidade da Flórida Central. "E suporta a teoria de que os asteróides podem ter atingido a Terra e trazido ao nosso planeta a água e os blocos da vida para aí se formar e evoluir."

O asteróide 65 Cybele é um pouco maior que o asteróide 24 Themis - o alvo do primeiro artigo da equipa. Cybele tem um diâmetro de 290 km. Themis tem um diâmetro de 200 km. Ambos estão na mesma região da cintura de asteróides entre Marte e Júpiter.

Não encontraram muito gelo - a camada de gelo do asteróide tem provavelmente menos de um micrómetro de espessura. A camada é também muito instável, por isso cobre o asteróide há apenas alguns milhares de anos. A equipa não sabe de onde veio, mas uma possibilidade é a subsuperfície da rocha.

Se o gelo realmente migrou desde o interior de 65 Cybele, a água poderá ser primordial, afirma Campins - restos da formação do Sistema Solar. Mas isto é apenas pura especulação.

Pensava-se, normalmente, que os asteróides eram muito secos, mas agora parece que quando os asteróides e os planetas formavam-se no início do Sistema Solar, o gelo encontrava-se até à cintura de asteróides principal, o que significa que água e material orgânico podem ser mais comuns perto da zona habitável de cada estrela.

A Terra tem uma história violenta, tendo sido bombardeada por rochas espaciais praticamente toda a sua vida. Em particular, pensa-se que uma grande rocha colidiu com a Terra há 4,5 mil milhões de anos, expelindo um grande bocado de material que eventualmente se tornou na nossa Lua.

Nessa altura, a colisão deve ter aquecido a Terra e a água que aí havia deve ter sido vaporizada. Então, como é que se formaram os oceanos?

Os cometas contêm grandes quantidades de água gelada, mas não são os candidatos ideais para encher os oceanos primordiais da Terra. A água cometária tende a ser de natureza diferente - os seus átomos têm uma configuração diferente - que a maioria da água na Terra.

Estes novos resultados reforçam a teoria dos asteróides como portadores de água para a Terra. Nos primeiros tempos do Sistema Solar, os asteróides provavelmente colidiram com a Terra a uma frequência muito maior que a actual. Se muitos destes asteróides tivessem gelo, a Terra poderia ter ficado algo "encharcada".

Links:

Notícias relacionadas:
Universidade Central da Flórida (comunicado de imprensa)
SPACE.com
Universe Today
Space Daily
EurekAlert!
CNN
MSNBC

65 Cybele:
Wikipedia
Centro de Planetas Menores

 
Impressão de artista de um asteróide em torno de um corpo planetário.
Crédito: Gabriel Pérez, Instituto de Astrofísica das Canárias
(clique na imagem para ver versão maior)
 
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