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O ENXAME DE GALÁXIAS MAIS DISTANTE E EVOLUÍDO
11 de Março de 2011

 

Os astrónomos utilizaram um arsenal de telescópios, tanto no solo como no espaço, incluindo o Very Large Telescope instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile, para descobrir e medir a distância ao enxame de galáxias mais distante mas mais evoluído encontrado até agora. Embora este enxame se observe quando o Universo tinha menos de um quarto da sua idade actual, o objecto assemelha-se de forma surpreendente aos enxames de galáxias do Universo actual.

"Medimos a distância ao enxame de galáxias mais distante mas mais evoluído alguma vez encontrado", diz Raphael Gobat (CEA, Paris), autor principal do estudo que utilizou as observações do VLT do ESO. "O surpreendente é que quando o observamos mais detalhadamente, este enxame de galáxias não parece ser jovem - muitas das galáxias já evoluíram e não parecem ser galáxias com formação estelar intensa como as que se observam tipicamente no Universo primitivo."

Os enxames de galáxias são as maiores estruturas do Universo que se mantêm coesas devido à força da gravidade. Os astrónomos pensam que estes enxames crescem ao longo do tempo e por isso os enxames de maior massa deverão ser raros no Universo primitivo. Embora enxames mais distantes tenham sido observados, todos eles parecem ser objectos jovens em processo de formação e não sistemas já evoluídos.

A equipa internacional de astrónomos utilizou os instrumentos VIMOS e FORS2 montados no Very Large Telescope do ESO (VLT) para medir as distâncias a algumas das manchas pertencentes a um curioso agrupamento de objectos vermelhos muito ténues observado inicialmente com o telescópio espacial Spitzer. Este agrupamento, chamado CL J1449+0856, apresentava todos os indícios de se tratar dum enxame de galáxias remoto. Os resultados mostraram que estamos efectivamente a observar um enxame de galáxias tal como era quando o Universo tinha cerca de três mil milhões de anos - menos de um quarto da sua idade actual.

Uma vez determinada a distância a este objecto raro, a equipa observou cuidadosamente as galáxias componentes, utilizando tanto o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA como telescópios no solo, incluindo o VLT. Foram encontradas evidências que sugerem que a maioria das galáxias do enxame não está a formar estrelas, mas são compostas por estrelas que têm já mil milhões de anos de idade, o que faz deste enxame um objecto evoluído, semelhante em massa ao Enxame da Virgem, o enxame de galáxias rico mais próximo da Via Láctea.

Outra evidência que mostra que este é um enxame evoluído chega-nos de observações de raios-X feitas com o observatório espacial da ESA XMM-Newton. O enxame emite raios-X que devem estar a vir de uma nuvem muito quente de gás ténue que enche o espaço entre as galáxias e está concentrada na direcção do centro do enxame. Este é outro sinal dum enxame de galáxias evoluído, que se mantém firmemente coeso pela sua própria gravidade, o que não acontece com enxames muito jovens que ainda não tiveram tempo de prender o gás quente deste modo.

Como Gobar conclui: "Estes novos resultados apoiam a ideia de que enxames evoluídos existiam quando o Universo tinha menos de um quarto da sua idade actual. Segundo as teorias atuais, tais enxames devem ser muito raros e nós tivemos muita sorte em encontrar um. Mas se observações futuras mostrarem que existem muitos mais, então isso quer dizer que precisamos de rever o nosso conhecimento sobre o Universo primitivo."

Links:

Notícias relacionadas:
ESO (comunicado de imprensa)
ESA (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
SPACE.com
PHYSORG.com
Discovery News

Universo:
Universo (Wikipedia)
Idade do Universo (Wikipedia)
Estrutura a grande-escala do Universo (Wikipedia)
Big Bang (Wikipedia)
Cronologia do Big Bang (Wikipedia)

ESO:
Página oficial
Wikipedia

VLT:
Página oficial
Wikipedia

Telescópio Espacial Hubble: 
Hubble, NASA 
ESA
STScI
SpaceTelescope.org
Wikipedia

XMM-Newton:
ESA
Wikipedia

Telescópio Subaru:
Página oficial
Wikipedia

 
Esta imagem é uma composição de exposições muito longas obtidas com o VLT do ESO no Chile e com o telescópio Subaru no Hawaii. A maioria dos objectos visíveis são galáxias muito distantes e muito ténues.
Crédito: ESO/NOAJ/Subaru/R. Gobat
(clique na imagem para ver versão maior)
 
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