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CIENTISTAS PORTUGUESES RESOLVEM "ANOMALIA PIONEER"
5 de Abril de 2011

 

Quando a NASA lançou as duas sondas gémeas, Pioneer, para o Sistema Solar exterior no início dos anos 70, não esteve com poucas medidas.

Viajando para longe da Terra a mais de 51.000 km/h, a Pioneer 10 alcançou Júpiter em apenas 4 meses. A Pioneer 11 demorou 7, e depois dirigiu-se para Saturno. Em 1979, os seus dias de saltos entre planetas chegaram ao fim.

Mas mesmo quando começaram a dirigir-se para as estrelas, continuaram a enviar as suas posições e dados científicos para a Terra - e foi quando os dinamicistas notaram algo muito estranho: nenhuma das sondas estava tão longe quanto devia estar. Pelo contrário, era como se alguma força desconhecida as estava puxando para o Sol.

Ao longo dos anos, muitos teóricos estudaram a possível causa da "anomalia Pioneer." Logicamente, algumas das especulações focaram-se em erros de medição, fugas de combustível ou nalguma propriedade não antecipada da sonda.

Outros exploraram as interacções das Pioneer com o vento solar, a pressão da radiação solar, ou partículas interplanetárias. E outras são ainda mais exóticas, conjurando uma força comunicada por massas invisíveis, variações na física Newtoniana, e noções controversas do espaço-tempo.

Há cinco anos atrás, após muitos anos a arduamente trazer à tona antigos dados de posições e a reconstruir a trajectória das sondas, Slava Turyshev (JPL) anunciou que parte (não a totalidade) desta força retardante era devida a calor que irradiava desigualmente da sonda.

Agora, quatro físicos portugueses estudaram em detalhe como as Pioneer irradiam o seu calor. A chave da sua análise é uma técnica usada em programas computacionais gráficos conhecida como sombreamento Phong. Estuda como a luz e as reflexões especulares são espalhadas por uma superfície e usa polígonos para modelar superfícies curvas.

Liderada por Frederico Francisco do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear em Lisboa, a equipa descobriu que o calor residual de cada dos compartimentos principais das sondas é reflectido da antena paraboidal com 2,7 metros que sempre esteve apontada na direcção do Sol e da Terra.

Ainda é incerto quanto calor é reflectido: "A principal dificuldade em lidar com este problema tem sido sempre a falta de informações suficientes e fidedignas para uma modelação detalhada da sonda," escrevem. No entanto, ao assumir um intervalo de valores plausíveis, chegaram à conclusão que a pequena força que resulta destas reflexões coincide rigorosamente com a desaceleração observada das Pioneer.

"A não ser que surjam novos dados," concluem, "o puzzle da aceleração anómala das sondas Pioneer pode finalmente dar-se por terminado."

Links:

Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve:
23/11/04 - Seguindo os passos das Pioneer
26/07/05 - "Anomalia Pioneer" poderá ficar sem resolução indefinidamente
26/03/07 - Novos dados poderão resolver Anomalia Pioneer
27/06/07 - Causa exótica da 'Anomalia Pioneer' em dúvida
19/04/08 - Mistério da anomalia Pioneer com fim à vista?

Notícias relacionadas:
Artigo científico (formato PDF)
Sky & Telescope
io9
Technology Review
Discover

Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear:
Página oficial

Anomalia Pioneer:
Wikipedia
Sociedade Planetária

Sondas Pioneer:
Pioneer 10 - NSSDC
Pioneer 10 - Wikipedia
Pioneer 11 - NSSDC 
Pioneer 11 - Wikipedia

 


Impressão de artista da sonda Pioneer 10.
Crédito: NASA


Configuração das fontes usadas para modelar a parede de trás do compartimento principal e a primeira reflexão da antena principal.
Crédito: Frederico Francisco, IPFN
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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