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CURIOSITY ANALISA PRIMEIRAS AMOSTRAS DE SOLO MARCIANO
02 de Novembro de 2012

 

O rover Curiosity da NASA completou experiências iniciais que mostram que a mineralogia do solo marciano é semelhante a solos basálticos intemperizados de origem vulcânica.

Os minerais foram identificados na primeira amostra de solo marciano analisado recentemente pelo rover. O Curiosity usou o instrumento CheMin para obter os resultados, que estão preenchendo lacunas e acrescentando confiança em estimativas anteriores da composição mineralógica da poeira e do solo difundido no Planeta Vermelho.

"Tivemos muitas inferências anteriores e discussões acerca da mineralogia do solo marciano," afirma David Blake do Centro de Pesquisa Ames da NASA em Moffett Field, Califórnia, EUA, que é o investigador principal do CheMin. "Os nossos resultados quantitativos providenciam identificações refinadas e em alguns casos, novas, dos minerais nesta primeira análise por difracção de raios-X em Marte."

"A identificação dos minerais nas rochas e no solo é fundamental para o objectivo da missão de avaliar as condições ambientais do passado. Cada mineral regista as condições em que se formou. A composição química de uma rocha fornece apenas informação mineralógica ambígua, como no caso de estudo para o diamante e para a grafite, que têm a mesma composição química, mas que são notavelmente diferentes em termos de estrutura e propriedades.

O CheMin usa difracção por raios-X, a prática padrão para os geólogos na Terra, usando instrumentos de laboratório muito maiores. Este método fornece identificações mais precisas de minerais do que qualquer método usado anteriormente em Marte. A difracção por raios-X "lê" a estrutura interna dos minerais ao registar como os seus cristais interagem distintamente com raios-X. As inovações do Centro Ames levaram a um instrumento de difracção por raios-X compacto o suficiente para caber dentro do rover.

Estes avanços tecnológicos da NASA têm outras aplicações cá na Terra, incluindo equipamento compacto e portátil de difracção de raios-X para a exploração de petróleo e gás, análise de objectos arqueológicos e triagem de produtos farmacêuticos falsificados, entre outros usos.

"A nossa equipa está exultante com estes primeiros resultados do instrumento," afirma Blake. "Eles aumentam a nossa expectativa para análises futuras pelo CheMin nos meses e quilómetros que se seguem para o Curiosity."

A amostra específica para a primeira análise do CheMin foi solo recolhido pelo Curiosity numa mancha de poeira e areia que a equipa chamou de Rocknest. A amostra foi processada através de uma peneira para excluir partículas maiores do que 150 micrómetros, mais ou menos a largura de um cabelo humano. A amostra tem pelo menos dois componentes: poeira distribuída globalmente em tempestades de areia e areia fina de origem mais local. Ao contrário de rochas investigadas pelo Curiosity há algumas semanas, com vários milhares de milhões de anos e indicativas de água corrente, o material que o CheMin analisou é mais representativo de processos modernos em Marte.

"Grande parte de Marte está coberto por poeira, e nós tínhamos uma compreensão incompleta da sua mineralogia," afirma David Bish, co-investigador do CheMin da Universidade de Indiana em Bloomington, EUA. "Nós sabemos agora que é mineralogicamente semelhante ao material basáltico, com quantidades significativas de piroxénio, feldspato e olivina, o que não era inesperado. Cerca de metade do solo é material não-cristalino, como vidro vulcânico ou produtos de intemperismo do vidro."

Bish disse, "Até agora, os minerais que o Curiosity analisou são consistentes com as nossas ideias iniciais dos depósitos da Cratera Gale, que registam uma transição através do tempo a partir de um ambiente húmido até um ambiente seco. As rochas antigas, como os conglomerados, sugerem água corrente, enquanto os minerais do solo mais jovem são consistentes com interacção limitada com água."

Durante a missão principal de dois anos do rover, os cientistas vão utilizar os 10 instrumentos a bordo do Curiosity para investigar se a área da Cratera Gale já teve condições ambientais favoráveis à vida microbiana.

Links:

Cobertura da missão do rover Curiosity pelo CCVAlg:
02/10/2012 - Curiosity descobre que tempo em Marte é surpreendentemente quente
28/09/2012 - Rover Curiosity descobre antigo leito na superfície marciana
21/09/2012 - Rover Curiosity aponta armas para rocha invulgar na sua viagem
07/09/2012 - Rover Curiosity começa actividades com o seu braço robótico
31/08/2012 - Curiosity começa viagem para Este
28/08/2012 - Curiosity envia incrível imagem em alta-resolução do Monte Sharp
21/08/2012 - Laser e braço do Curiosity passam primeiros testes
10/08/2012 - Curiosity envia 1.º panorama a cores
07/08/2012 - Curiosity aterra em Marte!
03/08/2012 - Rover Curiosity: tudo ou nada
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17/07/2012 - Rover Curiosity a caminho da aterragem no início de Agosto
20/12/2011 - Rover marciano da NASA começa pesquisa no espaço
25/11/2011 - Como é que o Curiosity vai para Marte? Com muito cuidado
22/11/2011 - Mega-rover pronto para pesquisar sinais de vida em Marte
05/07/2011 - Rover Curiosity poderá subir monte com altura do Kilimanjaro

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
PHYSORG
SPACE.com
Universe Today
POPSCI
Discover Magazine
Mars Daily
redOrbit
BBC News

Rover Curiosity (MSL):
NASA
NASA - 2 
NASA - 3
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia


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Este gráfico mostra os resultados da primeira análise de solo marciano pelo CheMin do rover Curiosity.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Ames
(clique na imagem para ver versão maior)


Este par de imagens obtidas com a câmara do mastro do Curiosity mostram a porção superior do depósito com o nome de "Rocknest".
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
(clique na imagem para ver versão maior)


Esta imagem mostra a marca da "mordidela" onde o Curiosity recolheu solo marciano.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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