Top thingy left
 
TERCEIRO ANIVERSÁRIO DO SDO
12 de Fevereiro de 2013

 

A 11 de Fevereiro de 2010, a NASA lançou um observatório solar sem precedentes para o espaço. O SDO (Solar Dynamics Observatory) da NASA seguiu num foguetão Atlas V, transportando instrumentos que os cientistas esperavam revolucionar as observações do Sol. Se tudo corresse como o previsto, o SDO forneceria dados de incrível alta-resolução de todo o disco solar, quase tão rapidamente quanto uma vez por segundo.

Quando a equipa de cientistas divulgou as suas primeiras imagens em Abril de 2010, os dados do SDO excederam todas as esperanças e expectativas, fornecendo vistas incrivelmente detalhadas do Sol. Nos três anos desde então, as imagens do SDO continuaram a mostrar retratos de tirar o fôlego e filmes de eventos eruptivos no Sol. Tais imagens são mais que apenas bonitas, são os próprios dados que os cientistas estudam. Ao destacar diferentes comprimentos de onda, os cientistas podem seguir o movimento do material no Sol. Este movimento, por sua vez, contém pistas sobre o que provoca estas explosões gigantes, que, quando dirigidas à Terra, podem perturbar tecnologia no espaço.

 
 

No seu terceiro ano de observações, no entanto, o SDO também abriu várias e inesperadas portas para a investigação científica. Durante o ano passado os cientistas passaram muito tempo debruçados sobre dados de observações de cometas. Há muito que se observam cometas que viajam perto do Sol, mas a vista foi sempre obscurecida pela brilhante luz do Sol quando os cometas chegam muito perto. Mas o SDO já capturou imagens de dois cometas à medida que passavam muito perto do Sol.

Em Dezembro de 2011, o Cometa Lovejoy passou pela coroa do Sol. O SDO enviou imagens da longa cauda cometária sendo golpeada por sistemas em redor do Sol. Estas caudas movem-se em resposta ao campo magnético do Sol, por isso podem agir como marcadores do complexo campo magnético mais acima na coroa, dando aos cientistas uma forma única de observar aí o movimento. As observações das caudas de vapor de água dos cometas e do seu material perdido, bem como do modo como se vaporizam na intensa radiação do Sol, podem também ser usadas para estudar o material atómico e os seus rácios na coroa. O terceiro ano do SDO, portanto, uniu duas comunidades: os investigadores cometários que podem usar observações solares nos seus estudos e cientistas solares que podem usar observações cometárias para estudar o Sol.

O segundo destaque do terceiro ano do SDO ocorreu a 5 de Junho de 2012, quando Vénus passou em frente do Sol, a partir do ponto de vista da Terra - um evento que não tornará a acontecer durante mais de 100 anos. As câmaras do SDO usaram o trânsito para calibrar os instrumentos e aprender mais sobre a atmosfera de Vénus. Dado que os pontos em que Vénus primeiro toca e finalmente deixa o disco solar são cronologicamente conhecidos até ao minuto, o SDO pôde usar esta informação para ter a certeza de que as suas imagens estão orientadas para o verdadeiro norte solar - calibrando a sua orientação até um décimo de pixel. Os cientistas também registaram como a extrema radiação ultravioleta do Sol viajou através da atmosfera de Vénus, a fim de aprender mais sobre os elementos que existem em torno do planeta.

A terceira nova área de dados do SDO veio de uma fonte planeada, o instrumento HMI (Helioseismic and Magnetic Imager). O HMI fornece mapas em tempo real dos campos magnéticos de toda a superfície do Sol, mostrando quão fortes são e - pela primeira vez - em que direcção apontam. Dado que o HMI fornece um tipo de dados até agora nunca recolhido, abriu uma nova área de investigação. A mudança dos campos magnéticos está intimamente ligada às erupções solares, por isso é um conjunto fundamental de dados. Os cientistas passaram muito tempo o ano passado a descobrir a melhor forma de criar mapas visuais a partir dos dados - bem como a interpretá-los. As imagens do HMI foram carinhosamente apelidadas de "imagens ouriço" porque mostram linhas espetadas apontando para fora - ou na direcção - do Sol.

O estudo destes complexos movimentos magnéticos dentro do Sol pode ajudar os cientistas a compreender os campos magnéticos da nossa estrela, que levam às erupções e que podem causar efeitos espaciais perto da Terra e noutros objectos do Sistema Solar. Em última análise, a investigação nestes campos sempre em mudança pode levar a pré-avisos de tal actividade, que podem enviar radiação, partículas e campos magnéticos na direcção da Terra e por vezes interromper tecnologia na Terra e noutros planetas.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Universe Today
redOrbit

SDO:
NASA
Canal do SDO no YouTube
Wikipedia

Sol:
Wikipedia
Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve


comments powered by Disqus

 


Impressão de artista do SDO.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)


Um dos grandes momentos do SDO da NASA durante o seu terceiro ano no espaço: observações do trânsito de Vénus pelo Sol. A imagem foi capturada mesmo quando Vénus deixava o disco solar às 12:15 (EDT) de dia 6 de Junho de 2012.
Crédito: NASA/SDO/HMI
(clique na imagem para ver versão maior)


As linhas brancas representam o campo magnético que rodopiam para fora da superfície solar nesta imagem do HMI do SDO.
Crédito: NASA/SDO/HMI
(clique na imagem para ver versão maior)

 
Top Thingy Right