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NUSTAR DESVENDA MISTÉRIO DE COMO AS ESTRELAS EXPLODEM
21 de Fevereiro de 2014

 

Um dos maiores mistérios da Astronomia, como as estrelas explodem em supernovas, está finalmente sendo revelado com a ajuda do telescópio NuSTAR (Nuclear Spectroscopic Telescope Array) da NASA.

O observatório de raios-X de alta anergia criou o primeiro mapa de material radioactivo num remanescente de supernova. Os resultados de Cassiopeia A (Cas A) revelam como as ondas de choque provavelmente rasgam as estrelas gigantes e moribundas.

"As estrelas são bolas esféricas de gás, e podemos pensar que quando terminam as suas vidas e explodem, essa explosão parece-se com uma bola uniforme e poderosa em expansão," afirma Fiona Harrison, investigador principal do NuSTAR no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) em Pasadena, EUA. "Os nossos novos resultados mostram como o coração da explosão, ou motor, é distorcido, possivelmente porque as regiões do interior literalmente chapinham ao redor antes de detonar." Harrison é co-autor de um artigo acerca dos resultados, publicado na edição de 20 de Fevereiro da Nature.

Cas A foi criada quando uma estrela gigante explodiu como supernova, deixando um denso cadáver estelar e expelindo os seus restos. A luz da explosão chegou à Terra há algumas centenas de anos, e por isso estamos a ver o remanescente estelar quando era fresco e jovem.

As supernovas semeiam o Universo com muitos elementos, incluindo o ouro nas jóias, o cálcio nos ossos e o ferro no sangue. Enquanto as estrelas pequenas como o Sol têm mortes menos violentas, as estrelas com pelo menos oito vezes a sua massa explodem em supernovas. As altas temperaturas e partículas criadas na explosão fundem elementos leves para criar elementos mais pesados.

O NuSTAR é o primeiro telescópio capaz de produzir mapas de elementos radioactivos nos restos de supernovas. Neste caso, o elemento é o titânio-44, que tem um núcleo instável produzido no coração da estrela em explosão.

O mapa NuSTAR de Cas A mostra o titânio concentrado em aglomerados no centro do remanescente e aponta para uma possível solução do mistério de como a estrela encontrou o seu fim. Quando os cientistas simulam explosões de supernova em computador, à medida que uma estrela massiva morre e colapsa, a principal onda de choque frequentemente estagna e a estrela não consegue quebrar-se.

As últimas descobertas sugerem fortemente que a estrela em explosão é literalmente chapinhada, dando nova energia à onda de choque parada e permitindo com que a estrela finalmente ejecte as suas camadas exteriores.

"Com o NuSTAR temos uma nova ferramenta forense para investigar a explosão," realça o autor principal do artigo, Brian Grefenstette do Caltech. "Antes, era difícil interpretar o que estava acontecendo em Cas A porque o material que vemos apenas brilha em raios-X quando é aquecido. Agora que podemos ver o material radioactivo, que brilha em raios-X independentemente do que aconteça, estamos recebendo uma imagem mais completa do que se passa no centro da explosão."

O mapa NuSTAR também lança dúvidas sobre outros modelos de explosões de supernovas, em que a estrela gira rapidamente antes de morrer e lança correntes estreitas de gás que alimentam a explosão estelar. Apesar de já terem sido observadas marcas de jactos em torno de Cas A, não se sabia se tinham provocado a explosão. O NuSTAR não viu o titânio, essencialmente a cinza radioactiva da explosão, nas regiões estreitas que coincidem com os jactos, por isso os jactos não serviram como gatilho explosivo.

"É por isso que construímos o NuSTAR," realça Paul Hertz, director da divisão de astrofísica da NASA em Washington. "Para descobrir coisas que não sabíamos - e que não esperávamos - acerca do Universo de alta-energia."

Os cientistas vão continuar a investigar o caso da explosão dramática de Cas A. Séculos após a sua morte ter marcado os nossos céus, este resto de supernova continua a causar perplexidade.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
NuSTAR (comunicado de imprensa)
Conferência de imprensa (via USTREAM)
Nature (requer subscrição)
Vídeo de simulação de supernova (via YouTube)
UC Berkeley
Universe Today
e! Science News
PHYSORG
SPACE.com
Space Daily
redOrbit
UPI
CNN
AstroPT

Cassiopeia A:
Wikipedia

Supernova:
Wikipedia 
NASA

Resto de supernova:
Wikipedia
NASA
NASA - 2
Núcleo de Astronomia do CCVAlg

NuSTAR:
NASA
Caltech
Wikipedia


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Este é o primeiro mapa de radioactividade num resto de supernova, os detritos expelidos pela explosão de uma estrela. A cor azul mostra material radioactivo mapeado em raios-X de alta-energia usando o NuSTAR.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/CXC/SAO
(clique na imagem para ver versão maior)


O NuSTAR complementa observações prévias do resto de supernova Cassiopeia A ao providenciar os primeiros mapas de material radioactivo criado na poderosa explosão (azul).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/CXC/SAO
(clique na imagem para ver versão maior)


Estas ilustrações mostram a progressão de uma explosão de supernova. Uma estrela massiva (esquerda), que criou elementos pesados como o ferro no seu interior, morre numa explosão tremenda (meio), espalhando as suas camadas exteriores numa estrutura chamada resto de supernova (direita).
Crédito: NASA/CXC/SAO/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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