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DESCOBERTO O MUNDO TEMPERADO MAIS PERTO DE NÓS EM ÓRBITA DE UMA ESTRELA CALMA
17 de novembro de 2017

 


Esta imagem artística mostra o planeta temperado Ross 128 b com a sua estrela anã vermelha progenitora ao fundo. Este planeta, que se situa a apenas 11 anos-luz de distância da Terra, foi descoberto por uma equipa que utilizou o instrumento HARPS, o caçador de planetas único do ESO. O novo mundo é o segundo planeta temperado mais próximo a ser detetado depois de Proxima b. Trata-se também do planeta mais próximo a ser descoberto em torno de uma estrela anã vermelha inativa, o que aumenta a probabilidade deste planeta poder potencialmente sustentar vida. Ross 128 b será o alvo principal do ELT (Extremely Large Telescope) do ESO, o qual terá a capacidade de procurar marcadores biológicos na atmosfera do planeta.
Crédito: ESO/M. Kornmesser
(clique na imagem para ver versão maior)

 

Com o auxílio do instrumento HARPS, o caçador de planetas único do ESO, descobriu-se um exoplaneta temperado do tamanho da Terra a apenas 11 anos-luz de distância do Sistema Solar. O novo mundo, designado Ross 128 b, é o segundo planeta temperado mais próximo a ser detetado depois de Proxima b. Trata-se também do planeta mais próximo a ser descoberto em torno de uma estrela anã vermelha inativa, o que aumenta a probabilidade deste planeta poder potencialmente sustentar vida. Ross 128 b será o alvo principal do ELT (Extremely Large Telescope) do ESO, o qual terá a capacidade de procurar marcadores biológicos na atmosfera do planeta.

Com o auxílio do instrumento HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Searcher) do ESO, instalado no Observatório de La Silla, no Chile, uma equipa de astrónomos descobriu um exoplaneta de pequena massa, que orbita a estrela anã vermelha Ross 128 a cada 9,9 dias. Pensa-se que este mundo do tamanho da Terra seja temperado, com uma temperatura de superfície que poderá também ser próxima da da Terra. A estrela Ross 128 é a estrela próxima "mais calma" que alberga um tal exoplaneta temperado.

"Esta descoberta baseia-se em mais de uma década de monitorização intensa por parte do HARPS, juntamente com técnicas de redução e análise de dados de vanguarda. Só o HARPS tem demonstrado uma tal precisão, permanecendo o melhor instrumento de velocidades radiais, mesmo após 15 anos de operações," diz Nicola Astudillo-Defru (Observatório de Genebra — Universidade de Genebra, Suíça), coautor do artigo científico que revela a descoberta.

As anãs vermelhas encontram-se entre as estrelas mais frias e ténues do Universo — sendo também as mais comuns. São, por isso, bons alvos para a procura de exoplanetas, sendo cada vez mais estudadas. De facto, o autor principal Xavier Bonfils (Institut de Planétologie et d'Astrophysique de Grenoble – Université Grenoble-Alpes/CNRS, Grenoble, França) chamou ao seu programa HARPS "Atalho para a felicidade", uma vez que é mais fácil detetar pequenos planetas frios do tipo terrestre em torno destas estrelas do que em torno de estrelas mais parecidas ao Sol.

Muitas estrelas anãs vermelhas, incluindo Proxima Centauri, ejetam ocasionalmente plumas de material que banham os planetas que se encontram em sua órbita com radiação ultravioleta e raios-X. No entanto, Ross 128 é uma estrela muito mais calma e, por isso, os seus planetas podem bem ser os mais próximos conhecidos que poderão sustentar vida de modo confortável.

Apesar de se situar atualmente a 11 anos-luz de distância da Terra, Ross 128 move-se na nossa direção, esperando-se que seja a nossa vizinha mais próxima daqui a apenas 79.000 anos — um piscar de olhos em termos cósmicos. Nessa altura, Ross 128 b destronará Proxima b, tornando-se o exoplaneta mais próximo da Terra!

Com dados do HARPS, a equipa descobriu que Ross 128 b se encontra numa órbita 20 vezes mais próxima da sua estrela do que a Terra do Sol. Apesar da proximidade, Ross 128 b recebe apenas 1,38 vezes mais radiação do que a Terra, o que resulta numa temperatura de equilíbrio estimada entre -60º C e 20º C, graças à natureza fria e ténue da sua pequena estrela anã vermelha progenitora — que apresenta apenas cerca de metade da temperatura de superfície do Sol. Embora os cientistas envolvidos na descoberta considerem Ross 128 b um planeta temperado, não se sabe se o planeta se situa no interior, no exterior ou na periferia da zona habitável, onde pode existir água líquida à superfície do planeta.

Os astrónomos detetam cada vez mais exoplanetas temperados, sendo que a próxima fase será estudar as suas atmosferas, composições e química com mais detalhe. A deteção de marcadores biológicos, como por exemplo o oxigénio, nas atmosferas dos planetas mais próximos, constituirá um enorme passo em frente. O futuro ELT (Extremely Large Telescope) do ESO estará muito bem preparado para levar a cabo tais estudos.

"Novas infraestruturas no ESO desempenharão um papel crucial na construção de um census de planetas com a massa da Terra favoráveis a serem caracterizados. Em particular, o NIRPS, o braço infravermelho do HARPS, aumentará a eficiência na observação de anãs vermelhas, as quais emitem a maior parte da sua radiação no infravermelho. Por fim, o ELT dar-nos-á a oportunidade de observar e caracterizar uma grande fração destes planetas," conclui Xavier Bonfils.

 


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