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BEPICOLOMBO DESCOLA PARA INVESTIGAR OS MISTÉRIOS DE MERCÚRIO
23 de outubro de 2018

 


A missão ESA-JAXA BepiColombo, até Mercúrio, descola a partir do Porto Espacial Europeu em Kourou.
Crédito: 2018 ESA-CNES-Arianespace
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A missão ESA-JAXA BepiColombo a Mercúrio descolou num Ariane 5, a partir do Porto Espacial Europeu em Kourou, às 01:45:28 GMT de 20 de outubro, para a sua emocionante missão de estudar os mistérios do planeta mais interior do Sistema Solar.

Os sinais da nave espacial, recebidos no centro de controlo da ESA em Darmstadt, na Alemanha, através da estação de monitorização terrestre de Nova Nórcia, às 02:21 GMT, confirmaram que o lançamento foi bem-sucedido.

O BepiColombo é um empreendimento conjunto entre a ESA e a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, a JAXA. É a primeira missão europeia a Mercúrio, o menor e menos explorado planeta do Sistema Solar interior, e a primeira a enviar duas aeronaves para fazer medições complementares do planeta e do seu ambiente dinâmico, ao mesmo tempo.

"O lançamento de BepiColombo é um enorme marco para a ESA e a JAXA, e grandes sucessos estão ainda por vir," afirma Jan Wörner, Diretor-Geral da ESA.

"Além de completar a desafiante viagem, esta missão retornará uma enorme recompensa científica. É graças à colaboração internacional e às décadas de esforços e conhecimentos de todos os envolvidos no projeto, e à construção desta incrível máquina, que estamos agora no caminho para investigar os mistérios do planeta Mercúrio."

"Parabéns pelo lançamento bem-sucedido do Ariane 5 transportando BepiColombo, a missão conjunta de exploração de Mercúrio da ESA-JAXA," diz Hiroshi Yamakawa, Presidente da JAXA.

"Gostaria de expressar a minha gratidão pela excelente realização das operações de lançamento. A JAXA tem grandes expectativas de que as subsequentes observações detalhadas sobre a superfície e o interior de Mercúrio nos ajudem a entender melhor o meio ambiente do planeta e, em última análise, a origem do Sistema Solar, incluindo o da Terra."

BepiColombo é composta por duas sondas científicas: a Sonda Planetária de Mercúrio (MPO) da ESA e a Sonda Magnetosférica de Mercúrio da JAXA. O Módulo de Transferência de Mercúrio (MTM), construído pela ESA, transportará as sondas para Mercúrio usando uma combinação de propulsão elétrica solar e sobrevoos de assistência à gravidade, com um sobrevoo na Terra, dois em Vénus e seis em Mercúrio, antes de entrar em órbita em Mercúrio em 2025.

"Há uma longa e emocionante estrada à nossa frente antes que BepiColombo comece a recolher dados para a comunidade científica," diz Günther Hasinger, Diretor de Ciência da ESA.

"Esforços como a missão Rosetta e as suas descobertas inovadoras, mesmo anos após a sua conclusão, já nos mostraram que missões complexas de exploração científica valem a pena."

As duas sondas científicas poderão também operar alguns dos seus instrumentos durante a fase de cruzeiro, proporcionando oportunidades únicas para recolher dados cientificamente valiosos em Vénus. Além disso, alguns dos instrumentos projetados para estudar Mercúrio de uma maneira particular podem ser usados de maneira completamente diferente em Vénus, que tem uma atmosfera espessa em comparação com a superfície exposta de Mercúrio.

"BepiColombo é uma das missões interplanetárias mais complexas que já voámos," afirma Andrea Accomazzo, Diretor de Voo da ESA para a missão BepiColombo.

"Um dos maiores desafios é a enorme gravidade do Sol, o que torna difícil colocar uma aeronave numa órbita estável ao redor de Mercúrio. Temos de travar constantemente para garantir uma queda controlada em direção ao Sol, com os propulsores de iões a fornecer o baixo impulso, necessário durante longos períodos da fase de cruzeiro."

Outros desafios incluem o ambiente de temperatura extrema que a aeronave irá suportar, que vai de -180ºC a mais de 450ºC - mais quente do que um forno de pizza. Muitos dos mecanismos das naves espaciais e revestimentos exteriores não tinham sido previamente testados em tais condições.

O design geral dos três módulos da aeronave também reflete as condições intensas que estes enfrentarão. Os grandes painéis solares do módulo de transferência têm de ser inclinados no ângulo certo para evitar danos de radiação, enquanto ainda fornece energia suficiente para a aeronave. Na MPO, o radiador largo significa que a aeronave pode eficientemente remover o calor dos seus subsistemas, bem como refletir o calor e voar sobre o planeta em altitudes mais baixas do que já haviam sido alcançadas anteriormente. O Mio de oito lados gira 15 vezes por minuto para distribuir uniformemente o calor do Sol sobre os seus painéis solares, para evitar o superaquecimento.

"Ver a nossa aeronave descolar para o espaço é o momento pelo qual todos esperávamos," diz Ulrich Reininghaus, Diretor de Projetos na missão BepiColombo da ESA. "Superámos muitos obstáculos ao longo dos anos, e as equipas estão felizes por ver agora BepiColombo no encalço do intrigante planeta Mercúrio."

Alguns meses antes de chegar a Mercúrio, o módulo de transferência será descartado, deixando as duas sondas científicas - ainda ligadas uma à outra - para serem capturadas pela gravidade de Mercúrio.

A sua altitude será ajustada usando os propulsores da MPO, até que a órbita polar elíptica desejada da MMO seja alcançada. Então, a MPO irá separar-se e descer para a sua própria órbita usando os seus propulsores.

Juntas, as sondas farão medições que revelarão a estrutura interna do planeta, a natureza da superfície e a evolução das características geológicas - incluindo o gelo nas crateras sombreadas do planeta - e a interação entre o planeta e o vento solar.

"Um aspeto único desta missão é ter duas aeronaves a monitorizar o planeta a partir de dois locais diferentes ao mesmo tempo: isso é realmente fundamental para entender os processos ligados ao impacto do vento solar na superfície de Mercúrio e o seu ambiente magnético," acrescenta Johannes Benkhoff, cientista do projeto BepiColombo da ESA.

"BepiColombo basear-se-á nas descobertas e questões levantadas pela missão Messenger da NASA para fornecer a melhor compreensão da evolução de Mercúrio e do Sistema Solar até o momento, que por sua vez será essencial para entender como os planetas que orbitam perto das suas estrelas em sistemas de exoplanetas se formam e evoluem, também."

 


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Impressão de artista da sonda BepiColombo na sua configuração de cruzeiro, com Mercúrio no plano de fundo. Na sua viagem de 7,2 anos até ao planeta mais interior do Sistema Solar, BepiColombo vai passar pela Terra uma vez, duas por Vénus e seis por Mercúrio antes de entrar em órbita.
O MTM (Mercury Transfer Module) é visto aqui com os seus motores iónicos em funcionamento e com os seus painéis solares estendidos, que medem aproximadamente 30 metros de ponta a ponta. O painel solar de 7,5 metros da MPO (Mercury Planetary Orbiter), no meio, é visto quase de lado, estendendo-se no topo. A MMO (Mercury Magnetospheric Orbiter) está escondida no interior do escudo de calor.
BepiColombo é uma missão conjunta entre a ESA e a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, a JAXA.
A imagem de Mercúrio é baseada em dados da missão Mariner 10 da NASA.
Crédito: nave - ESA/ATG medialab; Mercúrio: NASA/JPL
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A carenagem do veículo de lançamento Ariane 5 é descido sobre a plataforma que contém a nave BepiColombo.
Crédito: ESA - Manuel Pedoussaut
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O MPO (Mercury Planetary Orbiter), órbita interior, e o MMO (Mercury Magnetospheric Orbiter), órbita exterior, nas suas órbitas elípticas polares em torno de Mercúrio.
O MPO vai operar numa órbita de 2,3 horas a partir de uma altitude de 480 x 1500 km acima da superfície do planeta; o MMO vai demorar 9,3 horas a orbitar o planeta na sua órbita de 590 x 11640 km.
Crédito: ESA/ATG medialab
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Os objetivos científicos da missão BepiCOlombo abrangem todos os aspetos do planeta e do seu ambiente. De um modo geral, isso será alcançado estudando os seguintes temas:

  • A origem e evolução de um planeta perto da sua estrela-mãe;
  • A estrutura e composição do interior do planeta;
  • Características e origem do seu campo magnético interno;
  • Processos de superfície, como crateras, atividade tectónica, depósitos polares e vulcanismo;
  • A estrutura, composição, origem e dinâmica da exosfera de Mercúrio;
  • A estrutura e dinâmica da magnetosfera de Mercúrio;
  • A Teoria da Relatividade Geral de Einstein (fazendo medições precisas da órbita e posição da nave).

Crédito: ESA
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Links:

Cobertura da missão BepiColombo pelo Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
12/10/2018 - Conheça a missão europeia BepiColombo

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ESA (comunicado de imprensa)
ESA Euronews - Missão BepiColombo: À Descoberta de Mercúrio
Os Pontos Altos do Lançamento da BepiColombo (ESA via YouTube)
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Mercúrio:
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ESA
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