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OSIRIS-REX DEIXA A SUA MARCA NO ASTEROIDE BENNU
20 de abril de 2021

 


Imagem do local de recolha de amostras Nightingale antes do evento TAG. As imagens foram obtidas dia 7 de março de 2019, pelo instrumento PolyCam da nave espacial OSIRIS-REx, como parte da campanha de mapeamento global da missão.
Crédito: NASA/Goddard/Universidade do Arizona

 

Como pegadas na Lua, a nave espacial OSIRIS-REx da NASA deixou a sua marca no asteroide Bennu. Agora, novas imagens - obtidas durante o voo rasante final da sonda de 7 de abril - revelam as consequências do seu encontro histórico com o asteroide.

A sonda voou a 3,7 km do asteroide - o mais perto que já esteve desde a sua manobra TAG (Touch-and-Go), o evento de recolha de amostras de 20 de outubro de 2020. Durante o evento TAG, a cabeça de amostragem da nave espacial afundou 48,8 cm na superfície do asteroide e simultaneamente disparou uma carga pressurizada de gás azoto, agitando o material da superfície e levando um pouco desse material para a câmara de recolha. Os propulsores da nave também lançaram rochas e poeira durante a manobra para reverter o curso e para se afastar com segurança do asteroide.

A comparação das duas imagens revela sinais óbvios de perturbação à superfície. No local de recolha de amostras, parece haver uma depressão, com vários blocos grandes evidentes no fundo, sugerindo que foram expostos pela amostragem. Há um aumento notável na quantidade de material altamente refletivo perto do ponto TAG contra o fundo geralmente escuro da superfície, e muitas rochas foram movidas.

Onde os propulsores dispararam contra a superfície, é aparente o movimento de massa substancial. Múltiplas rochas submétricas foram mobilizadas pelas plumas para uma forma que se assemelha ao anel de uma fogueira - parecido aos anéis de pedregulhos vistos em torno de pequenas crateras que marcam a superfície.

Jason Dworkin, cientista do projeto da missão no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado norte-americano de Maryland, notou que uma rocha que mede 1,25 metros de largura na orla do local de amostragem parecia apenas estar visível na imagem pós-TAG. "A rocha provavelmente pesa cerca de uma tonelada, com uma massa algures entre a de uma vaca e a de um carro."

Dante Lauretta, da Universidade do Arizona e investigador principal da missão, salientou mais tarde que esta rocha é provavelmente uma daquelas presentes na imagem pré-TAG, mas está muito mais perto do local de amostragem, e estima que tenha sido lançada a uma distância de mais ou menos 12 metros pelo evento de recolha de amostras.

Para comparar as imagens de antes e depois, a equipa teve que planear meticulosamente este sobrevoo final. "Bennu é acidentado e rochoso, de modo que se o observarmos de um ângulo diferente ou se o fotografarmos noutro momento em que o Sol não está diretamente por cima, isso muda drasticamente a aparência da superfície," disse Dathon Golish, membro do grupo de trabalho de processamento de imagens da OSIRIS-REx, com sede na Universidade do Arizona. "Estas imagens foram obtidas deliberadamente perto do meio-dia, com o Sol brilhando diretamente para baixo, quando não existem tantas sombras."

"Estas observações não faziam parte do plano original da missão, de modo que estávamos ansiosos por voltar e documentar o que fizemos," disse Golish. "A equipa realmente uniu-se para esta tarefa final em Bennu."

A nave espacial vai permanecer na vizinhança de Bennu até à partida de dia 10 de maio, quando a missão começar a sua viagem de dois anos de volta à Terra. Quando estiver perto do nosso planeta, a nave libertará a cápsula SRC (Sample Return Capsule) que contém as amostras de Bennu. A SRC viajará então pela atmosfera da Terra e pousará com a ajuda de para-quedas no deserto do Utah, EUA, no dia 24 de setembro de 2023.

Depois de recuperada, a cápsula será transportada para as instalações do Centro Espacial Johnson NASA em Houston, onde as amostras serão removidas para distribuição por laboratórios de todo o mundo, permitindo que os cientistas estudem a formação do nosso Sistema Solar e da Terra como um planeta habitável. A NASA vai reservar 75% das amostras para futuras gerações estudarem com tecnologias ainda não inventadas.

A missão OSIRIS-REx é a primeira missão da NASA a visitar um asteroide próximo da Terra, a estudar a superfície e a recolher uma amostra para entrega à Terra.

 

 


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Imagem do local de recolha de amostras Nightingale depois do evento TAG. As imagens foram obtidas dia 7 de abril de 2021 como parte da campanha de observação final para documentar o estado da superfície depois do evento TAG.
Crédito: NASA/Goddard/Universidade do Arizona


A superfície de Bennu foi perturbada de três maneiras diferentes: pela força do pouso da nave espacial; pelo mecanismo de amostragem, que recolheu material "soprando" gás para o seu filtro de recolha; e pelos quatro propulsores da OSIRIS-REx, que a afastaram do local de recolha de amostras Nightingale (assinalado pelo "X" vermelho na segunda destas duas imagens) e agitaram poeira e rochas à superfície. A imagem mostra o local TAG e realça (círculo vermelho) um pedregulho atirado cerca de 12 metros.
Crédito: NASA/Goddard/Universidade do Arizona


// NASA (comunicado de imprensa)
// Universidade do Arizona (comunicado de imprensa)

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