BRAÇO ROBÓTICO DO PERSEVERANCE COMEÇA A REALIZAR CIÊNCIA 14 de maio de 2021
O rover Perseverance da NASA usou a sua câmara dupla Mastcam-Z para capturar esta imagem de "Santa Cruz", uma colina dentro da Cratera Jezero, no dia 29 de abril de 2021, o seu 68.º dia marciano, ou sol, da missão.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS
O rover Perseverance da NASA tem estado ocupado a servir de estação base de comunicações para o helicóptero Ingenuity e a documentar os voos históricos do veículo aéreo. Mas o rover também tem estado concentrado a focar os seus instrumentos científicos nas rochas que estão no chão da Cratera Jezero.
As informações que fornecerem vão ajudar os cientistas a criar uma linha temporal de quando um antigo lago se formou aí, quando secou e quando os sedimentos começaram a acumular-se no delta que se formou na cratera há muito tempo atrás. A compreensão desta linha temporal deverá ajudar a datar as amostras de rochas - a serem recolhidas posteriormente na missão - que podem preservar um registo de micróbios antigos.
Uma câmara chamada WATSON na extremidade do braço robótico do rover tirou fotos detalhadas das rochas. Um par de câmaras com zoom, que compõem o instrumento Mastcam-Z na "cabeça" do rover, também examinou o terreno. E um instrumento laser denominado SuperCam atingiu algumas das rochas para detetar a sua composição química. Estes e outros instrumentos permitem que os cientistas aprendam mais sobre a Cratera Jezero e se concentrem em áreas que gostariam de estudar em maior detalhe.
Uma questão importante que os cientistas querem responder: se estas rochas são sedimentares (como o arenito) ou ígneas (formadas por atividade vulcânica). Cada tipo de rocha conta com um tipo diferente de história. Algumas rochas sedimentares - formadas na presença de água a partir de fragmentos de rochas como areia e argilas - são mais adequadas para preservar bioassinatruras ou sinais de vida passada. As rochas ígneas, por outro lado, são relógios geológicos mais precisos que permitem que os cientistas criem uma linha temporal precisa de como uma área se formou.
Um fator complexo é que as rochas em torno do Perseverance sofreram erosão pelo vento ao longo do tempo e estão cobertas com areia e poeira mais jovens. Na Terra, um geólogo pode simplesmente ir lá e abrir uma amostra de rocha para ter uma melhor ideia das suas origens. "Quando olhamos dentro de uma rocha, é aí que vemos a história," disse Ken Farley do Caltech, cientista do projeto Perseverance.
Embora o Perseverance não tenha um martelo, tem outras maneiras de ultrapassar milénios de poeira. Quando os cientistas encontram um local particularmente atraente, podem estender o braço do rover e usar um abrasivo para moer e aplainar a superfície de uma rocha, revelando a sua estrutura e composição internas. Depois, a equipa recolhe informações químicas e mineralógicas mais detalhadas usando instrumentos no braço como o PIXL (Planetary Instrument for X-ray Lithochemistry) e o SHERLOC (Scanning for Habitable Environments with Raman & Luminescence for Organics & Chemicals).
"Quanto mais rochas estudarmos, mais conseguimos saber," disse Farley.
E quanto mais a equipa sabe, melhores amostras podem recolher com a broca no braço do rover. As melhores serão armazenadas em tubos especiais e depositados em coleções à superfície do planeta para eventual envio à Terra.