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NOVA IMAGEM DO JWST CAPTA A VISÃO MAIS CLARA DOS ANÉIS DE NEPTUNO EM DÉCADAS
23 de setembro de 2022

 


Imagem de Neptuno captada pelo instrumento NIRCam do Webb a 12 de julho de 2022 que mostra os gloriosos anéis do planeta pela primeira vez em mais de três décadas.
As características mais proeminentes da atmosfera de Neptuno nesta imagem são uma série de manchas brilhantes no hemisfério sul do planeta que representam nuvens de alta altitude de metano gelado. Mais subtilmente, uma linha fina de brilho em torno do equador do planeta pode ser uma assinatura visual da circulação atmosférica global que alimenta os ventos e tempestades de Neptuno. Além disso, pela primeira vez, o Webb observou uma faixa contínua de nuvens de alta latitude em torno de um vórtice previamente conhecido no pólo sul de Neptuno.
Crédito: NASA/ESA/CSA e STScI

 

O Telescópio Espacial James Webb da NASA/ESA/CSA está a mostrar as suas capacidades mais perto de casa com a sua primeira imagem de Neptuno. O Webb não só captou a visão mais clara dos anéis deste peculiar planeta em mais de 30 anos, como as suas câmaras estão também a revelar o gigante gelado sob uma luz totalmente nova.

O aspeto mais impressionante da nova imagem do Webb é a visão nítida dos anéis dinâmicos do planeta - alguns dos quais não têm sido vistos de todo, quanto mais com este detalhe, desde a passagem da Voyager 2 em 1989. Além dos vários anéis estreitos e brilhantes, as imagens do Webb mostram claramente as bandas de poeira mais fracas de Neptuno. A qualidade de imagem extremamente estável e precisa do Webb também permite detetar estes anéis fracos muito próximos de Neptuno.

Neptuno tem fascinado e deixado os investigadores perplexos desde a sua descoberta em 1846. Localizado 30 vezes mais longe do Sol do que a Terra, Neptuno orbita numa das áreas mais sombrias do nosso Sistema Solar. A essa distância extrema, o Sol é tão pequeno e ténue que o meio-dia em Neptuno é semelhante a um fraco crepúsculo na Terra.

Este planeta é caracterizado como um gigante de gelo devido à composição química do seu interior. Em comparação com os gigantes gasosos Júpiter e Saturno, Neptuno é muito mais rico em elementos mais pesados do que o hidrogénio e o hélio. Isto é aparente no bem conhecido aspeto azul de Neptuno nas imagens do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA em comprimentos de onda visíveis, provocado por pequenas quantidades de metano gasoso.

O instrumento NIRCam (Near-Infrared Camera) do Webb captura objetos no infravermelho próximo, de 0,6 a 5 micrómetros, pelo que Neptuno não aparece azul. De facto, o gás metano é tão fortemente absorvido que o planeta é bastante escuro nos comprimentos de onda do Webb, exceto quando existem nuvens de alta altitude. Tais nuvens de metano gelado são proeminentes como estrias brilhantes e manchas, que refletem a luz solar antes de ser absorvida pelo gás metano. Imagens de outros observatórios têm registado estas características de nuvens em rápida evolução ao longo dos anos.

Mais subtilmente, uma linha fina de luminosidade em torno do equador do planeta pode ser uma assinatura visual da circulação atmosférica global que alimenta os ventos e tempestades de Neptuno. A atmosfera desce e aquece no equador, e assim brilha mais em comprimentos de onda infravermelhos do que os gases mais frios e circundantes.

A órbita de 164 anos de Neptuno significa que o seu polo norte, no topo desta imagem, está justamente fora de vista para os astrónomos, mas as imagens do Webb sugerem um brilho intrigante nessa área. Um vórtice previamente conhecido no polo sul é evidente na imagem do Webb, mas pela primeira o telescópio revelou uma banda contínua de nuvens à sua volta.

O Webb também fotografou sete das 14 luas conhecidas de Neptuno. Dominando este retrato de Neptuno pelo Webb está um ponto de luz muito brilhante ostentando os picos de difração vistos em muitas das imagens do Webb; não é uma estrela, mas a lua mais invulgar de Neptuno, Tritão.

Coberta por uma camada gelada de azoto condensado, Tritão reflete uma média de 70% da luz solar que a atinge. É bem mais brilhante do que Neptuno porque a atmosfera do planeta é escurecida pela absorção de metano nos comprimentos de onda do Webb. Tritão orbita Neptuno numa órbita bizarra (retrógrada), levando os astrónomos a especular que esta lua era na realidade um objeto da Cintura de Kuiper que foi gravitacionalmente capturado por Neptuno. Estão planeados estudos adicionais de Tritão e Neptuno para o próximo ano.

 

 


Nesta versão da imagem de Neptuno pelo instrumento NIRCam do Webb, as luas visíveis do planeta são legendadas. Neptuno tem 14 satélites conhecidos e sete deles são visíveis na imagem.
Tritão, o ponto brilhante na parte superior esquerda desta imagem, brilha muito mais do que Neptuno porque a atmosfera do planeta é escurecida pela absorção do metano nos comprimentos de onda captados pelo Webb. Tritão reflete uma média de 70 por cento da luz solar que o atinge. Suspeita-se que Tritão, que orbita Neptuno numa órbita retrógrada, tenha sido originalmente um objecto da Cintura de Kuiper que foi gravitacionalmente capturado por Neptuno.
Crédito: NASA/ESA/CSA e STScI (ver versão sem legendas)


// ESA (comunicado de imprensa)
// NASA (comunicado de imprensa)

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