Top thingy left
 
Chelyabinsk, uma década depois: os asteroides invisíveis do Sol
17 de fevereiro de 2023
 

Simulação tridimensional da explosão do meteoro de Chelyabinsk, renderizada por Brad Carvey utilizando o código CTH no supercomputador Red Sky do Laboratório Nacional de Sandia.
Crédito: SNL
 
     
 
 
 

No dia 15 de fevereiro de 2013, ninguém previu a chegada do meteoro de Chelyabinsk - o maior asteroide a atingir a Terra em mais de um século. Logo após o nascer-do-Sol num dia ensolarado de inverno, um asteroide de 20 metros e 13.000 toneladas atingiu a atmosfera sobre os Montes Urais, na Rússia, a uma velocidade superior a 18 km/s.

A rocha relativamente pequena explodiu na atmosfera a uma altitude de 30 km, libertando uma energia de cerca de meia megatoneladas (o equivalente a 35 bombas de Hiroxima). Dois minutos depois, a onda de choque atingiu o solo danificando milhares de edifícios, quebrando janelas e ferindo cerca de 1500 pessoas devido aos estilhaços dos vidros.

Escondidos no brilho do nosso Sol, um número desconhecido de asteroides, em percursos que não conhecemos, muitos dos quais podem estar a dirigir-se para a Terra e nós simplesmente não o sabemos.

"Asteroides do tamanho do meteoro de Chelyabinsk atingem a Terra aproximadamente a cada 50-100 anos", explica Richard Moissl, Chefe da Defesa Planetária da ESA.

"As lesões provocadas por explosões aéreas ou eventos semelhantes podem ser evitadas se as pessoas forem informadas de um impacto iminente e dos seus efeitos previstos. Com aviso prévio, as autoridades locais poderiam aconselhar o público a manter-se bem afastado de janelas e vidros".

Richard acrescenta, "a missão NEOMIR da ESA irá detetar asteroides como o de Chelyabinsk, vindos da mesma região no céu que o Sol, preenchendo uma lacuna vital nas nossas capacidades atuais de prever e planear impactos perigosos".

Naturalmente, existe também o risco de um asteroide ainda maior colidir com a Terra a partir do lado diurno. Tal cenário é menos provável, pois quanto maior for o asteroide, menor será a quantidade desses objetos no Sistema Solar e mais fácil será a sua deteção. De facto, quase todos os asteroides maiores que 1 km já foram descobertos.

Mas como os dinossauros nos diriam, se pudessem, quando um enorme asteroide ataca, causa danos inimagináveis. Felizmente, como o impacto da DART da NASA demonstrou e a missão Hera da ESA vai continuar a expor, a deflexão de asteroides é uma possibilidade real.

Então, como é que nos certificamos de que estamos preparados? A NEOMIR estará localizada no ponto "L1" de Lagrange entre a Terra e o Sol. Não perturbado pela atmosfera do nosso planeta, o seu telescópio infravermelho será capaz de detetar asteroides de tamanho igual ou superior a 20 metros e atualmente escondidos por entre o brilho do Sol.

Com aviso suficiente, o impacto de um asteroide é o único desastre natural que podemos evitar.

// ESA (comunicado de imprensa)

 


Cobertura do evento de Chelyabinsk pelo CCVAlg - Astronomia:
08/11/2013 - NASA e investigadores internacionais obtêm dados cruciais a partir de impacto de meteoróide
08/03/2013 - Actualização do meteoro russo
26/02/2013 - Cientistas calculam órbita e origens de bola de fogo russa
19/02/2013 - Impacto de asteróide na Rússia: actualização e avaliação
15/02/2013 - Explosão de meteoro nos céus da Rússia

Notícias relacionadas:
The Planetary Society
SPACE.com
Sky News
Gizmodo

Meteoro de Chelyabinsk :
Wikipedia

DART (Double Asteroid Redirection Test):
NASA
Wikipedia
Facebook
Twitter
Instagram

Missão Hera:
ESA
Página oficial
Wikipedia

 
   
 
 
 
Top Thingy Right