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Rover Curiosity pode ter resolvido o mistério do carbonato em falta de Marte
22 de abril de 2025
 

O rover Curiosity, da NASA, viu os seus rastos a afastarem-se num local apelidado de "Ubajara", no dia 30 de abril de 2023. Foi neste local que o Curiosity fez a descoberta de siderite, um mineral que pode ajudar a explicar o destino da antiga atmosfera mais espessa do planeta.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
 
     
 
 
 

Novas descobertas do rover Curiosity da NASA poderão dar uma resposta ao mistério do que aconteceu à antiga atmosfera de Marte e de como o planeta evoluiu ao longo do tempo.

Há muito que os investigadores pensam que Marte já teve uma atmosfera espessa, rica em dióxido de carbono, e água líquida à superfície do planeta. Esse dióxido de carbono e a água deveriam ter reagido com as rochas marcianas para criar minerais de carbonato. Até agora, porém, as missões dos rovers e as análises espetroscópicas no infravermelho próximo efetuadas por satélites em órbita de Marte não encontraram as quantidades de carbonato na superfície do planeta previstas por esta teoria.

Num artigo científico publicado na revista Science, dados de três dos locais de perfuração do Curiosity revelaram a presença de siderite, um mineral composto por carbonato de ferro, nas camadas rochosas ricas em sulfato do Monte Sharp, na Cratera Gale de Marte.

"A descoberta de siderite abundante na Cratera Gale representa um avanço surpreendente e importante na nossa compreensão da evolução geológica e atmosférica de Marte", disse Benjamin Tutolo, professor associado da Universidade de Calgary, Canadá, e principal autor do artigo científico.

Para estudar a composição química e mineral do Planeta Vermelho, o Curiosity perfura três a quatro centímetros na subsuperfície e depois deixa cair as amostras de rocha em pó no seu instrumento CheMin. O instrumento, liderado pelo Centro de Investigação Ames da NASA, em Silicon Valley, no estado norte-americano da Califórnia, utiliza a difração de raios X para analisar rochas e solo. Os dados do CheMin foram processados e analisados por cientistas da Divisão ARES (Astromaterials Research and Exploration Science) do Centro Espacial Johnson da NASA, em Houston.

"Perfurar a superfície marciana em camadas é como percorrer um livro de história", disse Thomas Bristow, investigador de Ames e coautor do artigo científico. "Apenas alguns centímetros de profundidade dão-nos uma boa ideia dos minerais que se formaram à superfície ou perto dela há cerca de 3,5 mil milhões de anos".

A descoberta deste mineral de carbonato em rochas abaixo da superfície sugere que o carbonato pode ser mascarado por outros minerais em análises de satélite no infravermelho próximo. Se outras camadas ricas em sulfato em Marte também contiverem carbonatos, a quantidade de dióxido de carbono armazenada seria uma fração da necessária na atmosfera antiga para criar condições suficientemente quentes para suportar água líquida. O resto pode estar escondido noutros depósitos ou ter-se perdido para o espaço ao longo do tempo.

No futuro, missões ou análises de outras áreas ricas em sulfatos em Marte poderão confirmar estas descobertas e ajudar-nos a compreender melhor a história inicial do planeta e como se transformou à medida que a sua atmosfera se foi perdendo.

// NASA (comunicado de imprensa)
// Universidade de Calgary (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Science)

 


Quer saber mais?

Siderite:
Wikipedia

Cratera Gale:
Wikipedia

Marte:
NASA
CCVAlg - Astronomia
Wikipedia
The Nine Planets

Rover Curiosity:
NASA
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Wikipedia

 
   
 
 
 
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