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Edição n.º 1094
02/09 a 04/09/2014
 
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EFEMÉRIDES

Dia 02/09: 245.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1859, uma super tempestade solar afecta serviços telegráficos por toda a Europa, América, Japão e Austrália.
Em 1970, a NASA anuncia o cancelamento de duas missões Apollo à Lua, a Apollo 15 (a mesma designação é re-usada numa missão posterior) e a Apollo 19.

Observações: Lua em Quarto Crescente, pelas 12:11.
O Grande Quadrado de Pégaso está alto a Este ao anoitecer. É maior que um punho à distância do braço esticado e actualmente está apoiado sobre um canto.

Dia 03/09: 246.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1976, a sonda Viking 2 aterrava na Planície Utopia, em Marte

Observações: O "Bule de Chá" de Sagitário está para baixo e para a esquerda da Lua.

Dia 04/09: 247.º dia do calendário gregoriano.
Observações: Use binóculos para tentar avistar Vénus mesmo por cima do horizonte a Este cerca de 30 minutos antes do nascer-do-Sol. Encontra-se bem para baixo de Júpiter e um pouco para a esquerda. Consegue discernir Régulo, a 1,5º de Vénus?

 
CURIOSIDADES


Última contagem de planetas extrasolares descobertos: 1821 planetas em 1135 sistemas planetários, 467 são sistemas multiplanetários.

 
TELESCÓPIO SPITZER TESTEMUNHA COLISÃO ENTRE ASTERÓIDES

O Telescópio Espacial Spitzer da NASA avistou uma erupção de poeira em redor de uma estrela jovem, possivelmente o resultado de uma colisão entre dois asteróides grandes. Este tipo de colisão pode eventualmente conduzir à formação de planetas.

Os cientistas rastreavam regularmente a estrela, com o nome NGC 2547-ID8, quando entre Agosto de 2012 e Janeiro de 2013 surgiu uma enorme quantidade de poeira fresca.

"Nós achamos que dois grandes asteróides colidiram um com o outro, criando uma enorme nuvem de partículas do tamanho de grãos de areia muito fina, que agora estão quebrando-se em pedaços e lentamente afastando-se da estrela," afirma o autor principal Huan Meng, da Universidade do Arizona em Tucson, EUA.

Ilustração de artista que mostra o rescaldo imediato de um grande impacto de asteróide em torno de NGC 2547-ID8, uma estrela parecida com o Sol e com apenas 35 milhões de anos. O Spitzer testemunhou um grande surto de poeira em redor da estrela, provavelmente o resultado da colisão entre dois asteróides.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O Spitzer já observou vários episódios empoeirados de colisões suspeitas entre asteróides, mas esta é a primeira vez que os cientistas recolheram dados do "antes e depois" de uma colisão deste género noutro sistema planetário. A observação fornece um vislumbre do violento processo de formação de planetas rochosos como o nosso.

Os planetas rochosos começam a sua vida como material poeirento em redor de estrelas jovens. O material agrupa-se para formar asteróides que chocam uns com os outros. Muitas vezes os asteróides são destruídos, mas alguns crescem ao longo do tempo e transformam-se em protoplanetas. Depois de aproximadamente 100 milhões de anos, os objectos tornam-se planetas terrestres plenamente desenvolvidos. Pensa-se que a nossa Lua tenha sido formada a partir de um impacto gigante entre a proto-Terra e um objecto do tamanho de Marte.

No novo estudo, o Spitzer observou a estrela NGC 2547-ID8 no infravermelho, que tem mais ou menos 35 milhões de anos e está situada a 1200 anos-luz de distância na direcção da constelação de Vela. As observações anteriores já tinham registado variações na quantidade de poeira em redor da estrela, sugerindo a possível existência de colisões entre asteróides. Na esperança de testemunhar um impacto ainda maior, um passo fundamental no nascimento de um planeta terrestre, os astrónomos observaram regularmente a estrela com o Spitzer. A partir de Maio de 2012, o telescópio começou a observar a estrela, às vezes diariamente.

A mudança dramática na estrela surgiu quando o Spitzer teve de apontar para longe de NGC 2547-ID8 porque o Sol estava no caminho. A equipa científica ficou em estado de choque quando retomou as observações da estrela, cinco meses depois, e recebeu os dados novos.

Os astrónomos ficaram surpreendidos ao ver estes dados do Telescópio Espacial Spitzer em Janeiro de 2013, que mostravam uma grande erupção de poeira em redor de uma estrela chamada NGC 2547-ID8. Neste gráfico, o brilho infravermelho é representado no eixo vertical, o tempo no horizontal.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Nós não só testemunhámos o que parecem ser os restos de uma enorme colisão, mas fomos capazes de seguir as mudanças - o sinal está desaparecendo à medida que a nuvem se autodestrói, moendo os grãos para que possam escapar da estrela," afirma Kate Su da Universidade do Arizona e co-autora do estudo. "O Spitzer é o melhor telescópio para monitorizar estrelas regularmente e com precisão, em busca de pequenas mudanças na radiação infravermelha, durante meses e até mesmo anos."

Uma nuvem muito espessa de detritos de poeira orbita agora a estrela na zona onde os planetas rochosos se formam. À medida que os cientistas observam o sistema estelar, o sinal infravermelho da nuvem varia com base no que é visível da Terra. Por exemplo, quando a nuvem alongada está de frente para nós, mais da sua área de superfície é exposta e o sinal é maior. Quando a cabeça ou a cauda da nuvem são visíveis, recebemos menos luz infravermelha. Ao estudar as oscilações infravermelhas, a equipa está a recolher dados nunca antes obtidos do processo e resultado das colisões que criam planetas rochosos como a Terra.

"Estamos assistindo ao vivo à formação de planetas rochosos," afirma George Rieke, co-autor do novo estudo, também da mesma universidade. "É uma oportunidade única para estudar este processo quase em tempo real."

A equipa continua a estar atenta à estrela com o Spitzer. Vão ver durante quanto tempo estes níveis elevados de poeira persistem, o que vai ajudar a calcular a frequência destes eventos, nesta e noutras estrelas, e com sorte conseguem observar outra colisão gigantesca.

Os resultados deste estudo foram publicados online Quinta-feira passada na revista Science.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Science (requer subscrição)
SPACE.com
redOrbit
ScienceDaily
PHYSORG
io9
AstroPT

NGC 2547:
Wikipedia

Telescópio Espacial Spitzer:
Página oficial 
NASA
Centro Espacial Spitzer 
Wikipedia

 
RADIOTELESCÓPIOS RESOLVEM CONTROVÉRSIA SOBRE DISTÂNCIA ÀS PLÊIADES

Astrónomos usaram uma rede mundial de radiotelescópios para resolver uma controvérsia sobre a distância de um enxame estelar famoso - uma controvérsia que representou um desafio para a compreensão básica de como as estrelas se formam e evoluem. O novo trabalho mostra que a medição feita por um satélite de mapeamento cósmico estava errada.

Os astrónomos estudaram as Plêiades, o famoso enxame das "Sete Irmãs" na constelação de Touro, facilmente visto no céu de Inverno. O enxame inclui centenas de estrelas jovens e quentes, formadas há cerca de 100 milhões de anos. Um exemplo vizinho de enxame aberto jovem, M45 tem servido como um "laboratório cósmico" chave para refinar a compreensão de como os enxames deste género se formam. Além disso, os astrónomos usaram as características físicas das suas estrelas como ferramenta para estimar a distância até outros enxames mais distantes.

Até à década de 1990, o consenso era que as Plêiades se encontravam a cerca de 430 anos-luz da Terra. No entanto, o satélite europeu Hiparco, lançado em 1989 para medir com precisão as posições e distâncias de milhares de estrelas, produziu uma distância de apenas cerca de 390 anos-luz.

Imagem telescópica das Plêiades.
Crédito: NOAO/AURA/NSF
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Pode não parecer uma grande diferença mas, a fim de se adequar às características físicas das estrelas das Plêiades, desafiou a nossa compreensão geral de como as estrelas se formam e evoluem," afirma Carl Melis, da Universidade da Califórnia em San Diego, EUA. "Para encaixar a medição da distância obtida pelo Hiparco, alguns astrónomos chegaram a sugerir que um novo tipo de física desconhecida agia sobre estrelas tão jovens," acrescentou.

A fim de resolver o problema, Melis e colegas usaram uma rede global de radiotelescópios para fazer a medição da distância com o mais alto nível de precisão possível. A rede incluiu o VLBA (Very Long Baseline Array), um sistema de 10 radiotelescópios que vão desde o Hawaii até às Ilhas Virgens; o Telescópio Robert C. Byrd de Green Bank, no estado da Virgínia Ocidental; o Telescópio William E. Gordo do Observatório de Arecibo em Porto Rico e o Radiotelescópio Effelsberg na Alemanha.

"Usando estes telescópios ao mesmo tempo, tivemos o equivalente a um telescópio do tamanho da Terra," afirma Amy Miouduszewski, do NRAO (National Radio Astronomy Observatory). "Isso deu-nos a capacidade de fazer medições extremamente precisas da posição" - o equivalente a medir a espessura de uma moeda de 10 cêntimos em Moscovo, a partir de Lisboa.

Os astrónomos usaram este sistema para observar várias estrelas das Plêiades durante cerca de ano e meio e para medir com precisão a aparente mudança de posição de cada estrela provocada pela rotação da Terra em torno do Sol. Em pontos opostos da órbita da Terra, uma estrela parece mover-se ligeiramente contra o pano de fundo de objectos cósmicos ainda mais distantes. Com o nome de paralaxe, este é o método mais preciso que os astrónomos possuem para medir distâncias, e baseia-se em trigonometria simples.

Com a técnica da paralaxe, os astrónomos observam um objecto em lados opostos da órbita da Terra em torno do Sol para medir com precisão a sua distância.
Crédito: Alexandra Angelich, NRAO/AUI/NSF
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O resultado deste trabalho é uma distância às Plêiades de 443 anos-luz que, segundo os astrónomos, tem uma precisão até 1%. É a distância mais exacta e precisa já obtida para as Plêiades.

"É um alívio," comenta Mellis, porque a distância recém-medida está suficientemente perto da distância pré-Hiparco para que os modelos científicos padrão de formação estelar representem com precisão as estrelas nas Plêiades.

"A questão agora é, o que aconteceu com o Hiparco?" pergunta Melis. Durante os seus quatro anos de operação, o satélite mediu a distância de 118.000 estrelas. A origem do erro de medição na distância até M45 é desconhecida. Outra nave espacial, Gaia, lançada em Dezembro de 2013, usa tecnologias semelhantes para medir a distância de aproximadamente mil milhões de estrelas.

"Os sistemas de radiotelescópios como os que usámos para as Plêiades vão proporcionar uma importante verificação cruzada para garantir a precisão das medições do Gaia," afirma Mark Reid, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica.

Muitas culturas antigas usavam as Plêiades como teste de visão. Quantas mais estrelas de M45 viam - normalmente entre cinco e nove - melhor a visão do observador.

"Nós agora usámos um sistema que fornece a 'visão' mais nítida da astronomia moderna para resolver um debate científico de longa duração sobre as Plêiades propriamente ditas," realça Melis.

O trabalho foi publicado na edição de 29 de Agosto da revista Science.

Links:

Notícias relacionadas:
NRAO (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Science (requer subscrição)
Science - 2
Nature
Astronomy
SPACE.com
redOrbit
Universe Today
Sky & Telescope
PHYSORG
Scientific American
EarthSky
(e) Science News

Plêiades (M45):
Wikipedia
SEDS.org

Paralaxe:
Wikipedia
Paralaxe estelar (Wikipedia)

VLBA:
NRAO
Wikipedia

Telescópio Robert C. Byrd Green Bank:
NRAO
Wikipedia

Observatório de Arecibo:
Página oficial
Wikipedia

Radiotelescópio de Effelsberg:
Instituto Max Planck para Radioastronomia
Wikipedia

Satélite Hiparco:
ESA
Wikipedia

Gaia:
ESA
ESA - 2
SPACEFLIGHT101
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - No Centro da Nebulosa da Lagoa
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Arquivo de Dados do HubbleNASAESA - Processamento e Licença: Judy Schmidt
 
O centro da Nebulosa da Lagoa é um turbilhão espectacular de formação estelar. Perto do centro da imagem são visíveis pelo menos duas nuvens longas e em forma de funil, cada com aproximadamente 0,5 anos-luz de comprimento, formadas por poderosos ventos estelares e luz estelar intensa e energética. A estrela vizinha, Herschel 36, tremendamente brilhante, ilumina a área. Paredes de poeira escondem e avermelham outras estrelas jovens e quentes. À medida que a energia destas estrelas é "derramada" para a poeira e gás frios, a grande diferença de temperatura nas regiões adjacentes pode criar ventos cortantes e dar origem aos funis. A imagem, que cobre cerca de 5 anos-luz, combina imagens obtidas pelo Hubble. A Nebulosa da Lagoa, também conhecida como M8, está situada a cerca de 5000 anos-luz de distância na direcção da constelação de Sagitário.
 

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