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Edição n.º 1331
09/12 a 12/12/2016
 
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EFEMÉRIDES

Dia 09/12: 344.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1965, queda de um satélite em Kecksburg, perto de Pittsburgh, EUA.
Observações: Vega ainda brilha alto a noroeste ao início destas noites. Deneb é a estrela mais brilhante para cima. É a cabeça da grande constelação de "Cruzeiro do Norte" (Cisne). Pelas 22 horas, esta cruz "enterra-se" no horizonte a noroeste, quase na vertical.

Dia 10/12: 345.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1684, a derivação das leis de Kepler por Isaac Newton, que formam a sua teoria da gravidade, no artigo De motu corporum in gyrum, é lida à Sociedade Real por Edmund Halley.
Em 1901 foram atribuídos pela primeira vez os prémios Nobel.

Röntgen receberia o da Física pela descoberta dos raios-X.
Em 1974, lançamento da Helios A, uma missão americana/germânica que consistia em duas naves desenhadas (lançamento da Helios B teve lugar em 15/01/1976) para penetrar a coroa do Sol. As sondas continuaram a enviar dados até 1985 e permanecem em órbita heliocêntrica.
Em 1998, no oitavo dia missão STS-88, o comandante Bob Cabana e o cosmonauta russo Sergei Krikalev abrem pela primeira vez a escotilha da Estação Espacial Internacional (módulo Unity).
Observações: Trânsito da sombra de Europa, entre as 04:05 e as 06:44.
Trânsito de Europa, entre as 06:11 e as 08:49.
Saturno em conjunção com o Sol, pelas 11:43.

Dia 11/12: 346.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1863, nascimento de Annie Jump Cannon, pioneira americana na classificação do espectro estelar.
Em 1972, a Apollo 17 faz a sua alunagem.

Observações: Maior elongação este de Mercúrio, pelas 08:32.
Logo a seguir ao anoitecer, encontrará as Plêiades bem altas a este, com Aldebarã e as Híades para baixo. Ainda mais para baixo, Orionte começa a ficar desimpedido do horizonte. Pelas 22 horas, está muito mais alto e agora Sirius nasce por baixo, completando esta famosa "fila" de estrelas de dezembro.

Dia 12/12: 347.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1901, Marconi envia o primeiro sinal transatlântico de rádio (a letra "S" em código Morse), percursor da telecomunicações que hoje se utilizam no espaço.
Em 1970, lançamento do satélite Uhuru, o primeiro desenhado especificamente com o propósito de fazer astronomia em raios-X.

A missão terminou em março de 1973. Levou a cabo o primeiro estudo intensivo de todo o céu em busca de fontes raios-X, com uma sensibilidade de aproximadamente 0,01 vezes a intensidade da Nebulosa do Caranguejo. 
Em 2012, a Coreia do Norte lança com sucesso o seu primeiro satélite, a Unidade 2 do Kwangmyŏngsŏng-3, usando um foguetão Unha-3.
Observações: Ocultação de Europa, entre as 01:16 e as 03:53.
A Lua, quase Cheia, encontra-se mesmo para a direita de Aldebarã, tapando algumas das estrelas das Híades.

 
CURIOSIDADES


Mizar foi o primeiro binário telescópio a ser descoberto - provavelmente por Benedetto Castelli que, em 1617, pediu a Galileu para a observar.

 
CASSINI TRANSMITE PRIMEIRAS IMAGENS DE NOVA ÓRBITA
Esta imagem foi captada pela sonda Cassini da NASA cerca de dois dias antes da sua primeira passagem íntima pelo limite exterior dos anéis principais de Saturno, durante a penúltima fase da sua missão.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/SSI
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A sonda Cassini da NASA transmitiu para a Terra as suas primeira imagens da atmosfera de Saturno desde que começou a última fase da sua missão. As novas imagens mostram cenas do alto do hemisfério norte de Saturno, incluindo o intrigante jato em forma de hexágono.

A Cassini deu início à sua nova fase da missão no passado dia 30 de novembro. Cada uma das órbitas rasantes - 20 no total - levam a nave espacial bem acima do hemisfério norte de Saturno antes de a enviar a "raspar" os limites externos dos anéis principais do planeta.

As câmaras da Cassini obtiveram estas últimas imagens nos dias 2 e 3 de dezembro, aproximadamente dois dias antes da primeira passagem íntima pelos anéis do planeta. As órbitas seguintes vão incluir imagens da maior aproximação, incluindo algumas das mais detalhadas visões dos anéis exteriores e das pequenas luas que aí orbitam.

"Este é o começo do fim da nossa exploração histórica de Saturno. Que estas imagens - e aquelas por vir - nos lembrem que vivemos uma aventura arrojada e audaz em torno do planeta mais magnífico do Sistema Solar," comenta Carolyn Porco, líder da equipa de imagem da Cassini no SSI (Space Science Institute) em Boulder, no estado norte-americano do Colorado.

Este conjunto de imagens obtidas pela Cassini mostram o hemisfério norte e os anéis de Saturno através de quatro filtros espectrais diferentes. Cada filtro é sensível a diferentes comprimentos de onda e revelam nuvens e neblinas a diferentes altitudes.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/SSI
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A próxima passagem pelas orlas exteriores dos anéis está planeada para o dia 11 de dezembro. Estas órbitas rasantes vão continuar até dia 22 de abril, quando o último "flyby" pela lua de Saturno, Titã, alterar novamente o percurso da Cassini. Com esse encontro, a Cassini começará o seu "Grande Final", saltando sobre os anéis e fazendo o primeiro de 22 mergulhos pela divisão de 2400 km entre Saturno e o seu anel mais interior no dia 26 de abril.

No dia 15 de setembro, a conclusão planeada da missão será um mergulho final na atmosfera de Saturno. Durante este evento, a Cassini transmitirá dados sobre a composição da atmosfera até que o sinal se perca.

Lançada em 1997, a Cassini tem visitado o sistema de Saturno desde que aí chegou em 2004 para um estudo detalhado do planeta, dos seus anéis e luas. A Cassini fez inúmeras descobertas, incluindo um oceano global com indicações de atividade hidrotermal no interior da lua Encélado e mares de metano líquido noutra lua, Titã.

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
25/11/2016 - Sonda Cassini prepara-se para as órbitas que vão "raspar" os anéis de Saturno
20/09/2016 - Cassini começa épico último ano em Saturno

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Sky & Telescope
SPACE.com
ScienceDaily
COSMOS
Popular Science
PHYSORG
redOrbit
New Scientist
EarthSky
BBC News
TIME
Forbes
The Verge
Engadget
Gizmodo
AstroPT

Saturno:
Solarviews
Wikipedia

Cassini:
Página oficial (NASA)
Wikipedia

 
A MATÉRIA ESCURA PODE SER MAIS UNIFORME DO QUE SE ESPERAVA
Este mapa de matéria escura no Universo foi obtido a partir de dados do rastreio KiDS, efetuado pelo Telescópio de Rastreio do VLT, instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile. O mapa revela-nos uma rede expansiva de regiões densas (iluminadas) e vazias (escuras). Esta imagem corresponde a uma das cinco regiões do céu observadas pelo KiDS. A matéria escura invisível está a cor de rosa e cobre uma área do céu de cerca de 420 vezes o tamanho da Lua Cheia. Esta imagem reconstruída foi criada a partir da análise da radiação colectada de mais de 3 milhões de galáxias distantes, situadas a mais de 6 mil milhões de anos-luz de distância da Terra. As imagens das galáxias observadas estavam distorcidas pela atração gravitacional da matéria escura, que ocorre à medida que a radiação emitida pelas galáxias viaja através do Universo.
Podemos ver na imagem algumas regiões escuras pequenas com fronteiras pronunciadas, que correspondem à localização de estrelas brilhantes e outros objetos próximos que se encontravam no trajeto da radiação emitida pelas galáxias mais distantes e que foram, por isso, retiradas destes mapas, já que nestas zonas não podemos medir nenhum sinal de lente gravitacional fraca.
Crédito: Colaboração KiDS/H. Hildebrandt & B. Giblin/ESO
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A análise de um enorme rastreio de galáxias, obtido pelo Telescópio de Rastreio do VLT do ESO (VST) no Chile, sugere que a matéria escura pode ser menos densa e estar distribuída de forma mais uniforme no espaço do que se pensava anteriormente. Uma equipa internacional de astrónomos utilizou dados do Rastreio KiDS (Kilo Degree Survey) para estudar como é que a radiação emitida por cerca de 15 milhões de galáxias distantes é afetada pela influência gravitacional da matéria das estruturas com maiores escalas do Universo. Os resultados do estudo parecem estar em desacordo com resultados anteriores obtidos com o satélite Planck.

Hendrik Hildebrandt do Argelander-Institut für Astronomie em Bona, Alemanha, e Massimo Viola do Observatório de Leiden, Holanda, lideraram uma equipa de astrónomos de instituições de vários países, que processou as imagens obtidas no rastreio KiDS (Kilo Degree Survey), feito com o Telescópio de Rastreio do VLT do ESO (VST), instalado no Chile. Para a análise foram utilizadas imagens do rastreio que cobriam cinco zonas no céu, numa área total de cerca de 2200 vezes o tamanho da Lua Cheia e contendo cerca de 15 milhões de galáxias.

Tirando partido da qualidade de imagem excecional que o VST usufrui no Paranal e usando software de computador inovador, a equipa conseguiu levar a cabo as medições mais precisas de sempre de um efeito conhecido por cisalhamento cósmico. Trata-se de uma variante subtil do efeito de lente gravitacional fraco, no qual a radiação emitida por galáxias distantes se encontra ligeiramente distorcida pelo efeito gravitacional de enormes quantidades de matéria, como por exemplo enxames de galáxias.

Este mapa de matéria escura no Universo foi obtido a partir de dados do rastreio KiDS, efetuado pelo Telescópio de Rastreio do VLT, instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile. O mapa revela-nos uma rede expansiva de regiões densas (iluminadas) e vazias (escuras). Esta imagem corresponde a uma das cinco regiões do céu observadas pelo KiDS. A matéria escura invisível está a cor de rosa e cobre uma área do céu de cerca de 280 vezes o tamanho da Lua Cheia. Esta imagem reconstruída foi criada a partir da análise da radiação colectada de mais de 2 milhões de galáxias distantes, situadas a mais de 6 mil milhões de anos-luz de distância da Terra. As imagens das galáxias observadas estavam distorcidas pela atração gravitacional da matéria escura, que ocorre à medida que a radiação emitida pelas galáxias viaja através do Universo.
Podemos ver na imagem algumas regiões escuras pequenas com fronteiras pronunciadas, que correspondem à localização de estrelas brilhantes e outros objetos próximos que se encontravam no trajeto da radiação emitida pelas galáxias mais distantes e que foram, por isso, retiradas destes mapas, já que nestas zonas não podemos medir nenhum sinal de lente gravitacional fraca.
Crédito: Colaboração KiDS/H. Hildebrandt & B. Giblin/ESO
(clique na imagem para ver versão maior)
 

No efeito de cisalhamento cósmico esta matéria não se encontra sob a forma de enxames de galáxias, mas sim de estruturas de larga escala do Universo que distorcem a radiação, dando origem a um efeito ainda mais reduzido. Rastreios muito grandes e profundos, como o KiDS, são necessários de modo a garantir que o sinal muito fraco do cisalhamento é captado com intensidade suficiente para poder ser medido e utilizado pelos astrónomos para mapear a distribuição da matéria. Este estudo fez uso da maior área total do céu mapeada até à data com esta técnica.

Intrigantemente, os resultados da análise parecem ser inconsistentes com deduções obtidas a partir de resultados do satélite Planck da Agência Espacial Europeia, a principal missão espacial que investiga as propriedades fundamentais do Universo. Particularmente, a medição da equipa KiDS relativa a quão "grumosa" é a matéria que se encontra distribuída no Universo — um parâmetro cosmológico fundamental — é significativamente mais baixa do que o valor derivado dos dados Planck.

Massimo Viola explica: "Este resultado indica que a matéria escura na rede cósmica, a qual corresponde a cerca de um-quarto do conteúdo do Universo, é menos grumosa do que o que se pensava anteriormente."

A matéria escura é muito difícil de detetar, inferindo-se apenas a sua presença pelo efeito gravitacional que exerce. Estudos como este são atualmente a melhor maneira de determinar a forma, a escala e a distribuição desta matéria invisível.

Este mapa de matéria escura no Universo foi obtido a partir de dados do rastreio KiDS, efetuado pelo Telescópio de Rastreio do VLT, instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile. O mapa revela-nos uma rede expansiva de regiões densas (iluminadas) e vazias (escuras). Esta imagem corresponde a uma das cinco regiões do céu observadas pelo KiDS. A matéria escura invisível está a cor de rosa e cobre uma área do céu de cerca de 400 vezes o tamanho da Lua Cheia. Esta imagem reconstruída foi criada a partir da análise da radiação colectada de mais de 2,5 milhões de galáxias distantes, situadas a mais de 6 mil milhões de anos-luz de distância da Terra. As imagens das galáxias observadas estavam distorcidas pela atração gravitacional da matéria escura, que ocorre à medida que a radiação emitida pelas galáxias viaja através do Universo.
Podemos ver na imagem algumas regiões escuras pequenas com fronteiras pronunciadas, que correspondem à localização de estrelas brilhantes e outros objetos próximos que se encontravam no trajeto da radiação emitida pelas galáxias mais distantes e que foram, por isso, retiradas destes mapas, já que nestas zonas não podemos medir nenhum sinal de lente gravitacional fraca.
Crédito: Colaboração KiDS/H. Hildebrandt & B. Giblin/ESO
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O resultado surpreendente deste estudo tem igualmente implicações na compreensão mais alargada do Universo e em como é que este evoluiu durante os quase 14 mil milhões de anos da sua história. Um tal desacordo aparente com os resultados anteriormente estabelecidos pelo Planck significa que os astrónomos terão agora que reformular o seu conhecimento de alguns dos aspetos fundamentais do desenvolvimento do Universo.

Hendrik Hildebrandt comenta: "Os nossos resultados ajudarão a refinar os modelos teóricos que explicam como é que o Universo se desenvolveu desde o seu início até aos dias de hoje."

A análise dos dados do rastreio KiDS do VST é um passo importante, no entanto espera-se que telescópios futuros executem rastreios do céu ainda maiores e mais profundos.

A colíder do estudo, Catherine Heymans da Universidade de Edinburgh, Reino Unido, acrescenta: "Desvendar o que se passou desde o Big Bang é um desafio complexo, mas ao estudarmos o céu distante, podemos construir uma imagem de como é que o nosso Universo moderno evoluiu."

"Deparamo-nos atualmente com uma discrepância intrigante relativamente à cosmologia derivada pelo Planck. Missões futuras, tais como o satélite Euclid e o Telescópio de Rastreio Large Synoptic, permitirão repetir estas medições e compreender melhor o que é que o Universo nos está a querer dizer", conclui Konrad Kuijken (Observatório de Leiden, Holanda), investigador principal do rastreio KiDS.

Links:

Notícias relacionadas:
ESO (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Sky & Telescope
SPACE.com
PHYSORG

Matéria escura:
Wikipedia

Cisalhamento cósmico:
LSST
Universidade de Chicago
Wikipedia

Rastreio KiDS:
Página oficial

VST:
ESO
Wikipedia

ESO:
Página oficial
Wikipedia

Observatório Planck:
ESA (ciência e tecnologia)
ESA (centro científico)
ESA (página de operações)
NASA
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - NGC 4696: Filamentos em Redor de um Buraco Negro
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: NASAESAHubbleA. Fabian
 
O que está a acontecer no centro da galáxia elíptica NGC 4696? Aí, foram fotografados pelo Telescópio Espacial Hubble e em grande detalhe, filamentos longos de gás e poeira. Estes filamentos parecem ligar-se à região central da galáxia, uma região que se pensa estar ocupada por um buraco negro supermassivo. A especulação sustenta que este buraco negro expele para fora energia que aquece o gás em redor, empurra filamentos mais frios de gás e poeira e desliga a formação estelar. Equilibrados por campos magnéticos, estes filamentos parecem então espiralar de volta para o interior e, eventualmente, circundar o buraco negro central. NGC 4696 é a maior galáxia do Enxame Galáctico de Centauro, localizado a cerca de 150 milhões de anos-luz de distância da Terra. A imagem em destaque mostra uma região com mais ou menos 45.000 anos-luz em diâmetro.
 

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