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Edição n.º 1527
26/10 a 29/10/2018
 
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26/10/18 - OBSERVAÇÃO NOTURNA + PALESTRA

21:30 - Este evento inclui uma apresentação sobre o tema MUDANÇA DE HORA, seguida de observação astronómica noturna com telescópio no nosso maravilhoso terraço (dependente de meteorologia favorável).

Local: CCVAlg
Preço: 2€
Pré-inscrição: siga este link
Telefone: 289 890 920
E-mail: info@ccvalg.pt

 
EFEMÉRIDES

Dia 26/10: 299.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1968, o cosmonauta soviético Georgy Beregovoy pilota a Soyuz 3 para o espaço, numa missão de quatro dias.

Observações: Conjunção inferior de Vénus, pelas 15:12.
A Lua encontra-se a este com o avançar da noite. As Plêiades estão para cima e Aldebarã está mais perto para baixo e para a sua esquerda.

Dia 27/10: 300.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1961, primeiro lançamento com sucesso do foguetão Saturno I

Em 1973, o meteorito Cañon City, um condrito com 1,4 kg, atinge Fremont County, no estado norte-americano do Colorado. 
Em 1994, é inquestionavelmente identificado o primeiro objeto de massa subestelar, Gliese 229B.
Em 2005, é lançado o micro-satélite SSETI Express a partir do Cosmódromo de Plesetsk.
Observações: Um pequeno telescópio irá mostrar a maior lua de Saturno, Titã, esta noite a cerca de 4 diâmetros anulares para oeste do planeta.
Não se esqueça de atrasar o seu relógio uma hora, nesta noite de 27 para 28 de outubro.

Dia 28/10: 301.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1971 a Grã-Bretanha lança o Prospero, o seu primeiro satélite. 
Em 1974, lançamento da sonda Luna 23, missão soviética de recolha de amostras lunares. Mas o dispositivo de recolha falhou e nenhumas amostras foram enviadas.
Em 2009, a NASA lança com sucesso a sua missão Ares I-X, o único lançamento do cancelado programa Constellation

Observações: Mudança de hora. Às duas da manhã, atrase o seu relógio 60 minutos, passando para a uma da manhã.

Dia 29/10: 302.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1991, a sonda Galileu faz a sua maior aproximação de 951 Gaspra, a primeira a visitar um asteroide.
Em 1998, o vaivém espacial Discovery partia para o espaço na missão STS-95, levando a bordo o astronauta John Glenn de 77 anos.

Glenn, que fora o primeiro norte-americano a orbitar a Terra em 1962, tornou-se deste modo a pessoa mais velha a alguma vez ter estado no espaço.
Observações: Desenhe uma linha a partir de Altair, a estrela mais brilhante alta a sudoeste depois do cair da noite, até Vega, a estrela mais alta a oeste. Continue na mesma direção 0,5 vezes a distância entre essas duas estrelas e alcança a cabeça da constelação de Dragão.
O Grande Quadrado de Pégaso está agora bem alto a este-sudeste depois do anoitecer - mesmo assim, por agora, apoiado num canto (a partir de latitudes médias norte).

 
CURIOSIDADES

Na mitologia grega, Cefeu era o rei da Etiópia (a nação fenícia, não a africana), pai de Andrómeda e marido de Cassiopeia.
 
ONDAS GRAVITACIONAIS PODEM EM BREVE FORNECER MEDIÇÃO DA EXPANSÃO DO UNIVERSO
Cientistas da Universidade de Chicago estimam, com base na primeira deteção de uma colisão de duas estrelas de neutrões pelo LIGO, que podem ter uma medição extremamente precisa da velocidade de expansão do Universo dentro de 5 a 10 anos.
Crédito: Robin Dienel/Instituto Carnegie
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Há vinte anos, os cientistas ficaram chocados ao perceber que o nosso Universo não está apenas a expandir-se, mas que está a expandir-se mais depressa com o passar do tempo.

A determinação da taxa exata de expansão, chamada constante de Hubble, em honra ao famoso astrónomo Edwin Hubble, tem sido surpreendentemente difícil. Desde então, os cientistas usaram dois métodos para calcular o valor, com resultados angustiantemente diferentes. Mas a surpreendente captura de ondas gravitacionais do ano passado, oriundas de uma colisão de estrelas de neutrões, forneceu uma terceira forma de calcular a constante de Hubble.

Esse foi apenas um único ponto de dados de uma colisão, mas num novo estudo publicado no dia 17 de outubro na revista Nature, três cientistas da Universidade de Chicago estimam que, dada a rapidez com que os investigadores viram a primeira colisão entre estrelas de neutrões, podem ter uma medida muita precisa da constante de Hubble dentro de cinco a dez anos.

"A constante de Hubble diz-nos o tamanho e idade do Universo; é o 'santo Graal' desde o nascimento da cosmologia. O seu cálculo, recorrendo às ondas gravitacionais, poderá dar-nos uma perspetiva inteiramente nova do Universo," comenta o autor Daniel Holz, professor de física na Universidade de Chicago que foi coautor do primeiro cálculo do género aquando da descoberta de 2017. "A questão é: quando é que muda o jogo para a cosmologia?"

Em 1929, Edwin Hubble anunciou que, com base nas suas observações de galáxias para lá da Via Láctea, estas pareciam estar a afastar-se de nós - e que quanto mais distante a galáxia, mais rápido estava a retroceder. Esta é uma pedra fundamental da teoria do Big Bang e iniciou uma busca de quase um século pela taxa exata a que isto ocorre.

Para calcular a taxa de expansão do Universo, os cientistas precisam de dois números. Um é a distância até um objeto distante; o outro é quão rápido o objeto se afasta de nós devido à expansão do Universo. Se pudermos vê-lo com um telescópio, o segundo valor é relativamente fácil de determinar, porque a luz que vemos quando olhamos para uma estrela distante desvia-se para o vermelho à medida que se afasta. Os astrónomos há mais de um século que usam este truque para ver a velocidade com que um objeto se move - é como o efeito Doppler, no qual uma sirene muda de tom quando a ambulância passa por nós.

Ao contrário das anteriores deteções do LIGO, da fusão de buracos negros, as duas estrelas de neutrões que colidiram lançaram um flash brilhante de luz - tornando-se visível para os telescópios da Terra.
Crédito: A. Simon
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Grandes questões nos cálculos

Mas obter uma medida exata da distância é muito mais difícil. Tradicionalmente, os astrofísicos usam uma técnica chamada escada de distâncias cósmicas, na qual o brilho de certas estrelas variáveis e supernovas pode ser usado para construir uma série de comparações que chegam até ao objeto em questão. "O problema, é que para lá chegar, existem muitos passos com muitas suposições," comenta Holz.

Talvez as supernovas usadas como marcadores não sejam tão consistentes quanto se pensa. Talvez estejamos a confundir alguns tipos de supernovas com outros, ou exista algum erro desconhecido nas nossas medições das distâncias até estrelas próximas. "Há muita astrofísica complicada que pode prejudicar as leituras de várias maneiras," realça.

A outra maneira importante de calcular a constante de Hubble é olhar para a radiação cósmica de fundo em micro-ondas - o pulso de luz criada no início do Universo, que ainda é vagamente detetável. Embora também seja útil, este método baseia-se igualmente em suposições sobre como o Universo funciona.

O surpreendente é que, embora os cientistas que fazem cada cálculo estejam confiantes nos seus resultados, estes não são iguais. Um diz que o Universo está a expandir-se quase 10% mais depressa do que o outro. "Esta é uma grande questão da cosmologia," afirma o autor principal do estudo, Hsin-Yu Chen, na altura estudante da Universidade de Chicago e agora membro da Iniciativa Black Hole da Universidade de Harvard.

Então os detetores do LIGO captaram a sua primeira ondulação no tecido do espaço-tempo a partir da colisão de duas estrelas no ano passado. Isto não somente abalou o observatório, mas o próprio campo da astronomia: ser capaz de sentir a onda gravitacional e ver a luz do rescaldo da colisão com um telescópio deu aos cientistas uma nova e poderosa ferramenta. "Foi uma espécie de constrangimento de riquezas," comenta Holz.

As ondas gravitacionais fornecem uma maneira completamente diferente de calcular a constante de Hubble. Quando duas estrelas massivas colidem uma com a outra, emitem ondulações no tecido do espaço-tempo que podem ser detetadas na Terra. Medindo esse sinal, os cientistas podem obter uma assinatura da massa e da energia das estrelas em colisão. Quando comparam essa leitura com a força das ondas gravitacionais, podem inferir a que distância elas estão.

Esta medição é mais limpa e contém menos suposições sobre o Universo, o que deve torná-la mais precisa, disse Holz. Juntamente com Scott Hughes do MIT, ele sugeriu a ideia de fazer esta medição com ondas gravitacionais emparelhadas com observações telescópicas em 2005. A única questão é a frequência com que os cientistas podiam captar estes eventos, e quão bons seriam os dados.

A DECam (Dark Energy Camera) captou esta imagem do flash brilhante libertado pelo rescaldo da colisão de duas estrelas de neutrões, que desvaneceu ao longo das duas semanas seguintes.
Crédito: DES (Dark Energy Survey)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

'Só vai ficar mais interessante'

O artigo prevê que, assim que os cientistas tenham detetado 25 leituras de colisões de estrelas de neutrões, possam medir a expansão do Universo com uma precisão de 3%. Com 200 leituras, esse número diminui para 1%.

"Para mim foi uma grande surpresa quando entrámos nas simulações," disse Chen. "Ficou claro que poderíamos alcançar precisão e que poderíamos alcançá-la rapidamente."

Os cientistas dizem que um novo número preciso para a constante de Hubble seria fascinante, não importa a resposta. Por exemplo, uma razão possível para a incompatibilidade nos outros dois métodos é que a natureza da própria gravidade pode ter mudado com o tempo. A leitura também pode lançar luz sobre a energia escura, uma força misteriosa responsável pela expansão do Universo.

"Com a colisão que vimos no ano passado, tivemos sorte - estava perto de nós, foi relativamente fácil de encontrar e analisar," comenta Maya Fishbach, estudante da Universidade de Chicago e outra autora do estudo. "As deteções futuras estarão muito mais distantes, mas assim que tivermos a próxima geração de telescópios, poderemos encontrar também contrapartes para essas deteções distantes."

Está planeado que os detetores do LIGO comecem uma nova campanha de observações em fevereiro de 2019, juntamente com os seus homólogos italianos no VIRGO. Graças a uma atualização, a sensibilidade dos detetores será muito maior - expandindo o número e distância de eventos astronómicos que podem captar.

"Só vai ficar mais interessante," conclui Holz.

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
09/01/2018 - Ondas gravitacionais medem o Universo

Notícias relacionadas:
Universidade de Chicago (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Artigo científico (Nature)
Colisão de estrelas de neutrões cria ondas gravitacionais (U. Chicago via YouTube)
ScienceDaily
EurekAlert!
PHYSORG

GW170817:
Wikipedia

Estrelas de neutrões:
Wikipedia
Universidade de Maryland

NGC 4993:
SIMBAD
DSO Browser
Wikipedia

Ondas gravitacionais:
Wikipedia
Astronomia de ondas gravitacionais - Wikipedia
Ondas gravitacionais: como distorcem o espaço - Universe Today
Detetores: como funcionam - Universe Today
As fontes de ondas gravitacionais - Universe Today
O que é uma onda gravitacional (YouTube)

LIGO:
Página oficial
Caltech
Advanced LIGO
Wikipedia

Virgo:
EGO
Wikipedia

 
ESTUDANTE DE DOUTORAMENTO DESCOBRE O PULSAR MAIS LENTO CONHECIDO
Impressão de artista do recém-descoberto pulsar de 23,5 segundos. Os pulsos de rádio têm origem numa fonte situada na direção da constelação de Cassiopeia e podem ser vistos a viajar até ao núcleo do LOFAR. Esta fonte é um pulsar de rádio altamente magnetizado, visto na inserção. Os pulsos e a imagem do céu são derivados de dados reais do LOFAR.
Crédito: Danielle Futselaar e ASTRON
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Um pulsar com aproximadamente 14 milhões de anos, com a rotação mais lenta já identificada, foi descoberto por uma estudante de doutoramento da Universidade de Manchester.

Chia Min Tan, estudante de doutoramento no Centro para Astrofísica Jodrell Bank, da Escola de Física e Astronomia de Manchester, fazia parte de uma equipa internacional que incluía outros astrónomos de Manchester, do ASTRON e da Universidade de Amesterdão.

A equipa realizou as observações usando o LOFAR (Low-Frequency Array), cujo núcleo está localizado na Holanda. As suas descobertas foram publicadas na revista The Astrophysical Journal.

Os pulsares são estrelas de neutrões que giram rapidamente e que produzem radiação eletromagnética em feixes que emanam dos seus polos magnéticos. Estes "faróis cósmicos" nascem quando uma estrela massiva explode numa supernova. Depois de tal explosão, fica para trás uma "estrela de neutrões" superdensa e giratória com um diâmetro de apenas 20 quilómetros.

O pulsar com a rotação mais rápida conhecida, até à data, gira uma vez a cada 1,4 milissegundos, ou seja, 716 vezes por segundo ou 42.960 por minuto.

Até agora, o pulsar mais lento conhecido tinha um período de rotação de 8,5 segundos. Este novo pulsar, localizado na direção da constelação de Cassiopeia a cerca de 5200 anos-luz da Terra, gira a uma taxa muito mais lenta de 23,5 segundos.

Mark II em Jodrell Bank.
Crédito: Ant Holloway
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O que torna a descoberta ainda mais improvável é que a emissão de rádio dura apenas 200 milissegundos dos 23,5 segundos do período de rotação.

Chia Min Tan explica: "A emissão de rádio que vem de um pulsar age como um farol cósmico e só podemos ver o sinal se o feixe de rádio estiver voltado na nossa direção. Neste caso, o feixe é tão estreito que podia ter facilmente falhado a Terra.

"Os pulsares de rotação lenta são ainda mais difíceis de detetar. É incrível pensar que este pulsar gira mais de 15.000 vezes mais lentamente do que o pulsar mais rápido conhecido. Esperamos encontrar mais com o LOFAR."

Os astrónomos descobriram este novo pulsar durante o levantamento LOTAAS (LOFAR Tied-Array All-Sky Survey). Esta campanha procura pulsares no céu do hemisfério norte. Cada instantâneo da pesquisa tem a duração aproximada de uma hora. Este valor é superior ao usado em levantamentos anteriores e forneceu a sensibilidade necessária para descobrir este pulsar surpreendente.

Os astrónomos não só "ouviram" os pulsos regulares do sinal do pulsar, como também "viram" o pulsar no levantamento de imagens do LOFAR. O professor Ben Stappers, coautor do estudo, também da Universidade de Manchester, disse: "Este pulsar foi brilhante o suficiente e gira devagar o suficiente para que pudéssemos vê-lo piscando nas imagens."

O pulsar tem aproximadamente 14 milhões de anos, mas ainda possui um forte campo magnético. Jason Hessels, coautor do estudo, do ASTRON e da Universidade de Manchester, acrescentou: "Esta descoberta foi completamente inesperada. Ainda estamos um pouco chocados que um pulsar possa girar tão lentamente e ainda produzir pulsos de rádio. Aparentemente, os pulsares de rádio podem ser mais lentos do que esperávamos. Isto desafia e informa as nossas teorias sobre como os pulsares brilham."

O próximo passo para os astrónomos é continuar a sua pesquisa LOFAR para encontrar novos pulsares. Também planeiam observar a sua nova descoberta com o telescópio espacial XMM-Newton. Chia Min Tan acrescentou: "Este telescópio está desenhado para detetar raios-X. Se o pulsar superlento for detetado como uma fonte de raios-X, então teremos importantes informações sobre a sua história e origem."

Links:

Notícias relacionadas:
Universidade de Manchester (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Artigo científico (The Astrophysical Journal)
PHYSORG
Space Daily

Pulsares:
Wikipedia
Animação de um pulsar (em formato Quicktime)
Catálogo ATNF de Pulsares

LOFAR:
Página principal
ASTRON
LOTAAS (NWO)
Wikipedia

Observatório XMM-Newton:
ESA
Wikipedia

 
DUAS ESTRELAS TÃO PRÓXIMAS QUE QUASE SE TOCAM ENCONTRADAS DENTRO DE UMA NEBULOSA PLANETÁRIA

Uma equipa internacional de astrónomos, liderada pelo investigador David Jones do Instituto de Astrofísica das Canárias e da Universidade de La Laguna, descobriu um sistema binário com um período orbital de pouco mais de três horas. A descoberta, que envolveu vários anos de campanhas de observação, não é apenas surpreendente devido ao período orbital extremamente pequeno, mas também porque, devido à proximidade de uma estrela com a outra, o sistema poderá resultar numa explosão de nova antes que a nebulosa de curta duração se dissipe. Os resultados do estudo foram publicados na prestigiada revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

As nebulosas planetárias são as conchas brilhantes de gás e poeira expelidas por estrelas parecidas com o Sol no final das suas vidas. "Em muitos casos, vemos que libertação é impulsionada pela interação entre a estrela progenitora e uma companheira próxima, e isso leva à vasta gama de formas e estruturas elaboradas que vemos nas nebulosas," explica Jones. O estudo focou-se na nebulosa planetária M3-1, uma firme candidata a ter sido o produto de um sistema binário devido aos seus espetaculares jatos, que são tipicamente formados pela interação de duas estrelas. De acordo com Brent Miszalski, investigador do telescópio SALT na África do Sul e coautor do trabalho, "sabíamos que tinha que conter um binário, por isso decidimos estudar o sistema para tentar entender a relação entre as estrelas e a nebulosa que formaram."

Imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble da nebulosa planetária M3-1, a estrela central do que é na realidade um sistema binário com um dos períodos orbitais mais pequenos conhecidos.
Crédito: David Jones/Daniel López - IAC
(clique na imagem para ver versão maior)
 

As observações rapidamente confirmaram as suspeitas dos investigadores. "Quando começámos a observar, ficou imediatamente claro que era, de facto, um binário. Além disso, o brilho do sistema mudava muito depressa e isso podia significar um período orbital bastante curto," realça Henri Boffin, investigador do ESO na Alemanha. De facto, o estudo revelou que a separação entre as estrelas é de aproximadamente 160.000 quilómetros, ou menos de metade da distância entre a Terra e a Lua.

Depois de várias campanhas de observação no Chile com o VLT (Very Large Telescope) do ESO e com o NTT (New Technology Telescope), os cientistas obtiveram dados suficientes para calcular as propriedades do sistema binário, como a massa, temperatura e tamanho de ambas as estrelas. "Para nossa surpresa, descobrimos que as duas estrelas eram muito grandes e que como estão tão próximas uma da outra, é muito provável que comecem a interagir novamente daqui a apenas alguns milhares de anos, talvez resultando numa nova," acrescenta Paulina Sowicka, estudante de doutoramento no Centro Astronómico Nicolau Copérnico, Polónia.

O resultado contradiz as teorias atuais da evolução estelar binária que preveem que, ao formar a nebulosa planetária, as duas estrelas devem demorar um bom tempo antes de começar a interagem novamente. Quando o fizessem, a nebulosa deveria já ter-se dissipado e não ser mais visível. No entanto, uma explosão de nova em 2007, conhecida como Nova Vul 2007, foi encontrada dentro de outra nebulosa planetária, colocando os modelos em questão. "No caso de M3-1, encontrámos um candidato que talvez possa passar por uma evolução similar. Tendo em conta que as estrelas estão quase a tocar-se, não devem demorar muito para interagir novamente e, talvez, produzir outra nova dentro de uma nebulosa planetária," conclui Jones.

Links:

Notícias relacionadas:
IAC (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Artigo científico (Monthly Notices of the Royal Astronomical Society)
Animação da órbita do sistema binário (formato M4V)
ScienceDaily
EurekAlert!

Nebulosas planetárias:
Wikipedia

Nova:
Wikipedia

VLT:
Página oficial
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NTT:
ESO
Wikipedia

 
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  Ondas gravitacionais podem lançar luz sobre matéria escura (via Universidade de Zurique)
Colisões de buracos negros, ondas gravitacionais que navegam pelo espaço-tempo - e um enorme instrumento que permite que os cientistas investiguem o tecido do Universo. Isto pode em breve tornar-se realidade quando a LISA (Laser Interferometer Space Antenna) entrar em operação. Investigadores da Universidade de Zurique descobriram agora que a LISA também poderá lançar luz sobre a elusiva partícula de matéria escura. Ler fonte
     
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A superfície gelada da lua de Júpiter, Europa, tem um terreno caótico e fracturado, sugerindo uma longa história de atividade geológica. Quatro imagens obtidas pelo ALMA ajudaram os astrónomos a criar o primeiro mapa de temperatura deste satélite frio. As novas imagens têm uma resolução de aproximadamente 200 km, suficiente para estudar a relação entre as variações termais de superfície e as grandes características geológicas da lua. Ler fonte
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Barnard 150: Cavalo Marinho em Cefeu
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Dados - Steve Milne & Barry Wilson, Processamento - Steve Milne
 
Com anos-luz em diâmetro, esta forma sugestiva conhecida como a Nebulosa do Cavalo Marinho aparece em silhueta contra um fundo rico e luminoso de estrelas. Vista na direção da constelação real do hemisfério norte, Cefeu, as nuvens empoeiradas e obscuras fazem parte de uma nuvem molecular da Via Láctea a aproximadamente 1200 anos-luz de distância. Está também inventariada como Barnard 150 (B150), uma das 182 marcas escuras do céu catalogadas no início do século XX pelo astrónomo E. E. Barnard. No seu interior formam-se conjuntos de estrelas de baixa massa, visíveis apenas em comprimentos de onda infravermelhos longos. Ainda assim, estrelas coloridas em Cefeu aumentam a beleza da paisagem galáctica.
 

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