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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 239
20 de Junho de 2006
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METEORÓIDE ATINGE A LUA

Há uma nova cratera na Lua. Mede cerca de 14 metros de diâmetro, 3 de profundidade e tem precisamente 1 mês e 18 dias de idade.

Astrónomos da NASA observaram a sua formação: "no dia 2 de Maio de 2006, um meteoróide atingiu o Mar das Nuvens (Mare Nubium) da Lua, com uma energia cinética na ordem dos 17 mil milhões de joules - o equivalente a 4 toneladas de TNT," diz Bill Cooke, líder do Departamento de Meteoróides da NASA em Huntsville, Alabama. "O impacto criou uma brilhante bola de fogo que registámos em vídeo usando um telescópio de 10 polegadas."

Os impactos lunares já foram observados antes - "rochas atingem a Lua todo o tempo," mas este é o melhor registo de uma explosão em progresso:


Um meteoróide atinge a Lua, no dia 2 de Maio de 2006.
Crédito: Heather McNamara e Danielle Moser; NASA
(clique na imagem para ver versão maior )

O vídeo corre em câmara lenta (7x); se assim não fosse, a explosão seria praticamente invisível ao olho humano. "A duração da bola de fogo foi de apenas quatro décimos de segundo," diz Cooke. "Um membro da nossa equipa, Nick Hollon da Universidade de Villanova, avistou o flash."

Tendo em conta a duração do flash e o seu brilho (7.ª magnitude), Cooke foi capaz de estimar a energia do impacto, as dimensões da cratera e o tamanho e velocidade do meteoróide. "Foi uma rocha com cerca de 25 cm de tamanho viajando a 38 km/s," diz.

Se uma rocha desta natureza atingisse a Terra, nunca alcançaria o chão. "A atmosfera da Terra protege-nos," explica Cooke. "Um meteoróide de 10 polegadas desintegrar-se-ia no ar, fazendo uma espectacular 'estrela cadente' no céu mas nenhuma cratera." A Lua é diferente. Ao não ter atmosfera, está totalmente exposta a meteoróides. Até os mais pequenos podem fazer explosões espectaculares, espalhando detritos a grandes distâncias.

A agência aerospacial americana planeia enviar astronautas de volta à Lua. Poderão estes meteoróides causar problemas?

"Isso é o que estamos a tentar descobrir," diz Cooke. "Ninguém sabe exactamente quantos meteoróides atingem a Lua por dia. Ao monitorizar estes flashes, podemos descobrir quão regular e com que força a Lua é atingida."

O trabalho já está a ser feito. Usando um telescópio computorizado construído por Rob Suggs e Wesley Swift do Centro Aerospacial Marshall, o grupo de Cooke monitoriza o lado nocturno da Lua "cerca de dez vezes por mês, quando a fase lunar está entre 15% e 50%." Durante um teste ao telescópio no passado dia 7 de Novembro, Suggs e Swift registaram uma explosão na sua primeira noite de observações. Um bocado de detritos do cometa Encke atingiu as planícies do Mare Imbrium, fazendo uma cratera com 3 metros de diâmetro.


A curva de luz da explosão de 2 de Maio no Mare Nubium.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)

Agora que começaram as observações regulares, o grupo de Cooke já encontrou um segundo impacto, o evento de 2 de Maio, em apenas 20 horas de observação. Desta vez, acreditam, o objecto que impactou era um meteoróide casual, "um esporádico," de nenhum asteróide ou cometa em particular.

"Tivémos um bom começo," diz Cooke, mas muito trabalho ainda permanece. Ele gostaria de observar durante o ano todo, estudando a Lua à medida que passa por dentro e por fora de correntes meteóricas conhecidas. "Isto estabeleceria uma boa base estatística para planeamento posterior [de actividades na Lua]."

Será seguro andar na Lua durante uma chuva de meteoros? Que quantidade de protecção precisaria um habitat lunar? Será que a Lua tem as suas próprias chuvas de meteoros, desconhecidas na Terra?

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  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  
Régulo perto de Leo I - Crédito: Russell Croman
A estrela no canto superior esquerdo é tão brilhante que por vezes é difícil de observar a galáxia para a sua direita. A estrela, Régulo, e a galáxia, Leo I, podem ser encontradas a um grau entre si na direcção da constelação de Leão. Régulo faz parte de um sistema estelar múltiplo, com uma próxima companheira dupla visível para cima e para a direita da jovem estrela na sequência principal. Leo I é uma galáxia anã esferoidal do Grupo Local de galáxias dominado pela nossa Via Láctea e M31. Pensa-se que Leo I seja a mais distante de várias pequenas galáxias-satélite conhecidas que orbitam a nossa Galáxia. Régulo situa-se a 75 anos-luz de distância, em contraste com Leo I, que se localiza a 800,000 anos-luz.
Ver imagem em alta-resolução
 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 20/06: 171º dia do  calendário gregoriano.
OBSERVAÇÕES: Mercúrio encontra-se na sua maior elongação, 25º Este do Sol no céu nocturno.

Dia 21/06: 172º dia do calendário gregoriano.
HISTÓRIA: Em 2003, quase 20 anos depois da sua viagem ao espaço, Sally Ride entra no Corredor de Fama dos Astronautas, tornando-se na primeira mulher a ser honrada por esta instituição.
OBSERVAÇÕES: O solstício de Junho ocorre às 13:26, quando o Sol está mais para Norte. O Verão começa no Hemisfério Norte, o Inverno no Hemisfério Sul.
Antes do nascer-do-Sol, experimente procurar Vénus, baixo a Este.

Dia 22/06: 173º dia do  calendário gregoriano.
HISTÓRIA: Em 1675 era fundado o Observatório Real de Greenwich.
Em 1978 James Christy, do Observatório Naval dos Estados Unidos em Flagstaff, Arizona, descobre o satélite de Plutão, Caronte, acerca do qual quase nada se sabia mais de uma década depois. Plutão foi também descoberto em Flagstaff (no Observatório Lowell) em 1930.
OBSERVAÇÕES: Aproveite a noite para observar, com binóculos, os inúmeros enxames das constelações de Escorpião, Sagitário e Escudo (M4, M6, M7, M8, M11, M16, M17, M20, M21 e M22.

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
Um pulsar é uma estrela de neutrões que emite pulsos de sinal no rádio. Estas estrelas não são visíveis nas frequências que são observadas pelo olho humano embora possam estar associados a nuvens de gás resultantes da supernova que lhes deu origem, como é o caso da Nebulosa do Caranguejo (M1). Este pulsar foi o primeiro a ser descoberto por Jocelyn Bell, em 1967.
 
 
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