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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 261
5 de Setembro de 2006
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SMART-1 COLIDE COM A LUA

Uma sonda lunar europeia deliberadamente colidiu com a superfície na madrugada do passado Domingo.

A tecnologicamente avançada "Small Missions for Advanced Research and Technology" pertence à Agência Espacial Europeia (ESA), e é mais conhecida como SMART-1.

A colisão controlada da sonda foi planeada de modo a permitir a uma rede terrestre de astrónomos a possibilidade de examinar o material libertado da Lua pelo impacto, e assim espremer mais um pouco de ciência da missão.

Os efeitos previstos da colisão a alta-velocidade variavam entre um rápido "flash" e uma possível bola de fogo se a sonda ricochetasse pela superfície lunar devido ao resto do combustível a bordo da SMART-1. Momentos antes do impacto, os cientistas não sabiam o que esperar.

"Nisto, perdemos o sinal da sonda," disse Detlef Koschny, cientista da SMART-1 no centro de controlo na Alemanha. "Tudo o que sabemos é que o impacto realmente ocorreu."

Koschny disse que o impacto teve lugar poucos segundos depois da hora prevista. O impacto foi indicado pela falha de comunicação com a sonda, que foi destruída. O impacto ocorreu às 05:42:22 UT.

A colisão a alta-velocidade esperava-se que criasse ainda outra cratera na Lua - talvez com um tamanho entre os 5 e os 10 metros. A poeira e outros materiais libertados da Lua previa-se que fossem avistados por observadores com grandes telescópios aqui na Terra. Um "flash" do impacto foi registado pelo Telescópio do Canadá-França-Hawaii no topo do Mauna Kea.


Sequência do impacto vista pelo Telescópio CFHT. Note o brilho na imagem do meio, que é o "flash" da colisão.
Crédito: Telescópio CFHT
(clique na imagem para ver versão maior)

Astrónomos amadores com grandes telescópios não viram nada nos momentos iniciais depois do impacto.

Entretanto, por todo o globo, observatórios que participavam nas observações, esperavam e observavam, todos prontos a ajudar a ESA a monitorizar o impacto da SMART-1 na Lua. Instalações na Austrália, América do Sul, Europa, África, bem como nos EUA, estiveram a postos para observar o final da vida da sonda.

Os engenheiros da ESA, durante o seu período de extensão da missão, estiveram afinando a SMART-1 para permitir que o impacto acontecesse no lado visível da Lua - numa parte mais escura perto do terminador - e para que houvessem boas condições de observação para os instrumentos terrestres.

Até ao final, a SMART-1 permaneceu ocupada tirando imagens.

Os cientistas e a equipa de controlo da sonda testaram um modo rápido de captura de imagem com o apontador estelar da sonda, normalmente utilizado para orientar a SMART-1 no espaço. Este orientador produziu imagens da Lua enquando a sonda voava cada vez mais perto da rugosa superfície lunar.


Imagem oblíqua da superfície lunar tirada a 2 de Setembro pela câmara AMIE a bordo da SMART-1 durante as últimas órbitas anteriores ao impacto.
Crédito: ESA/SPACE-X (Space Exploration Institute)
(clique na imagem para ver versão maior)

Os controladores terrestres da ESA também tiveram que lidar com um problema anterior à colisão, quando a sonda entrou no seu modo de segurança. Após um longo e intenso período de recuperação, que demorou seis horas, finalmente conseguiram retirar o estado de segurança à sonda.

A SMART-1 foi a percursora da nova geração de sondas lunares de outras nações - nomeadamente China, Índia, Japão, bem como os EUA.

Para a campanha de impacto da SMART-1, Bernard Foind, da ESA e cientista do projecto, disse que outros membros de equipas de impactores foram convidados a fazer parte da campanha. Como exemplo, membros do projecto "Lunar CRater Observation and Sensing Satellite" (LCROSS).


Uma das últimas imagens tiradas pela SMART-1, mostrando uma bonita cratera dupla.
Crédito: ESA/SPACE-X (Space Exploration Institute)
(clique na imagem para ver versão maior)

LCROSS é uma pequena "bagagem secundária", que irá de boleia até à Lua com a sonda da NASA Lunar Reconnaissance Orbiter, com lançamento previsto para Outubro de 2008. A LCROSS alcançará uma órbita lunar independente da sonda maior.

A europeia SMART-1 foi levada para o espaço a 27 de Setembro de 2003. Fazendo uso de um motor iónico - bem como de difíceis manobras celestes - a sonda demorou 14 meses a alcançar a Lua. A captura de órbita lunar teve lugar no dia 13 de Novembro de 2004.

Inicialmente planeada para operar seis meses em torno da Lua, mais tarde foi-lhe dada uma extensão de mais um ano.

A SMART-1 foi a primeira sonda europeia a viajar e a orbitar a Lua.

Links:

Notícias relacionadas:
Comunicado de imprensa 1 (ESA)
Comunicado de imprensa 2 (ESA)
Comunicado de imprensa 3 (ESA)
Reuters
Washington Post
The Register
ABC News
Aljazeera
BBC News

SMART-1:
http://www.esa.int/SPECIALS/SMART-1/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Smart-1

Lua:
Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
Wikipedia
Nine Planets

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  
A Grande Nuvem de Magalhães no infravermelho - Crédito: NASA/JPL-Caltech/M. Meixner (STScI) & the SAGE Legacy Team
Onde é que a poeira se acumula nas galáxias? Para ajudar a responder a esta questão, uma equipa de cientistas tirou a mais detalhada imagem das nuvens de gás e poeira na vizinha Grande Nuvem de Magalhães. A imagem, vista à esquerda, foi tirada pelo Telescópio Espacial Spitzer no infravermelho, que acentua o brilho natural dos materiais quentes libertado pelas estrelas do meio interestelar. O mosaico combina cerca de 300,000 imagens individuais para criar este compósito 1,000 vezes mais detalhado que qualquer anterior imagem da GNM. Visíveis aqui, vastas nuvens de gás e poeira, mostrando em detalhe gráfico que a poeira prefere regiões perto de jovens estrelas (nuvens brilhantes avermelhadas), espalhadas irregularmente pelas estrelas (nuvens esverdeadas), e em conchas em torno de estrelas velhas (pequenos pontos vermelhos). Também visíveis, enormes "cavernas" escavadas por libertações energéticas das massivas estrelas. O ténue brilho azul (cor falsa) pela parte de baixo é a luz combinada de velhas estrelas na barra central da GNM. A Grande Nuvem de Magalhães é uma galáxia satélite à nossa própria Via Láctea, estende-se por 70,000 anos-luz, e situa-se a cerca de 160,000 anos-luz de distância na direcção da constelação de Dourado, visível no Hemisfério Sul.
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  ASTRONOMIA NO VERÃO  
 

De 1 de Julho a 15 de Setembro, todas as noites excepto às Segundas, entre as 21:30 e as 23:30, na açoteia do Centro Ciência Viva do Algarve.
Observações dependentes das condições atmosféricas.
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Dia 05/09: 248º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1977 arrancava o programa Voyager com o lançamento da sonda Voyager 1.
Em 1984, O Space Shuttle Discovery fazia o seu voo inaugural.
Observações: À medida que amanhece, use binóculos ou um telescópio com campo largo para observar Vénus bem baixo no horizonte a Este-Nordeste (por baixo de Saturno) - e depois olhe para Régulo, um pouco para baixo de Vénus.

Dia 06/09: 249º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1899, era fundada a Sociedade Astronómica e Astrofísica da América, agora com o nome Sociedade Astronómica Americana.
Observações: Já alguma vez observou os objectos de céu profundo de Vulpécula (ou Raposa)? Pista: é mesmo para Sul de Albireu.

Dia 07/09: 250º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1997 era descoberta a primeira lua irregular de Urano, Caliban, por Brett J. Galdman (Instituto Canadiano para a Astrofísica Teórica), Philip D. Nicholson (Universidade de Cornell), Joseph A. Burns (Universidade de Cornell) e JJ Kavelaars (Universidade McMaster). Estavam usando o telescópio Hale de 5 metros do monte Palomar. Urano tem 27 luas.
Observações: Lua Cheia, por volta das 19:42.
Assim que a Lua nasça, e um pouco pela noite dentro (até por volta das 22:00), a Lua está eclipsada parcialmente.

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
Se um asteróide atingisse a Terra, o efeito seria semelhante à detonação de TODAS as armas nucleares do mundo ao mesmo tempo e no mesmo local.
 
 
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