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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 291
20 de Dezembro de 2006
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O TRIUNFANTE REGRESSO DA "ESTRELA DA TARDE"

Muita gente questiona-se: "quando é que Vénus volta a ser a tão conhecida «estrela da tarde»"?. O que não sabem é que se olharem nestes dias para Sudoeste ao pôr-do-Sol, lá estará ele!

Mas esta aparição nocturna e corrente de Vénus irá evoluir para uma bem excepcional, assunto que será melhor explicado seguidamente.

Vénus passou a conjunção superior (parecendo estar por detrás do Sol, visto da Terra) no passado dia 27 de Outubro. Desde aí, tem sido engolido pelo poderoso brilho do Sol. Mesmo assim, a cada dia, tem-se movido lentamente para Este e assim afastando-se da vizinhança da nossa estrela.

E durante a primeira metade de Dezembro, Vénus começou a subir do brilho do pôr-do-Sol e regressou agora para reclamar o seu título como Estrela da Tarde, um título que não possuía desde o início deste ano. Procure-o agora com uns binóculos pouco depois do pôr-do-Sol, muito baixo a Sudoeste.

Quando o mês começou, este planeta estava a uns meros 4 graus de altura no Sudoeste ao pôr-do-Sol (o comprimento do seu punho com o braço estendido mede aproximadamente 10 graus). Nessa altura Vénus tocava o horizonte cerca de meia-hora depois do Sol se pôr. Apenas os mais ambiciosos e experientes observadores conseguiam nessa altura avistar o planeta.

Durante esta semana, deverá ser gradualmente mais fácil de observar. Na noite de dia 15, pôs-se a cerca de 20 graus Sudoeste, quase 50 minutos depois do Sol, proporcionando aos observadores menos experientes uma chance de o observar pela primeira vez. Continuando a mover-se para Este do Sol durante o fim de Dezembro, Vénus irá dentro em breve ser facilmente visível no céu nocturno a Oeste, mesmo até para os observadores casuais.


Vénus no dia 15 de Dezembro, ao pôr-do-Sol.
Crédito: SPACE.com

Aparecendo como um objecto brilhante de cor branco-prateada de magnitude -3.8, a irmã do nosso planeta irá pôr-se pouco mais de uma hora depois do Sol no dia de Natal, e terá aumentado para mais de 70 minutos na véspera de Ano Novo.

Mas é durante os primeiros sete meses de 2007 que Vénus tomará um lugar cimeiro, brilhando todas as noites e deslumbrando os observadores com uma performance avassaladora. Visto a Oeste, este planeta aparece sempre bem brilhante a olho nu, e mais ainda com binóculos. Subirá pouco a pouco com o passar das noites e irá continuar a crescer durante todo o Inverno e durante a Primavera.

Em Abril também se tornará cada vez mais evidente que o planeta estará fazendo uma excursão fora do comum em direcção do céu nocturno, pondo-se mais de três horas e meia depois do Sol, desde o fim de Abril até ao fim de Maio.

Alguns livros de Astronomia dir-lhe-ão que é impossível ver Vénus a meio da noite. Por isso será difícil de acreditar que Vénus poderá ficar até bem tarde durante a terceira semana de Maio, quando desaparecerá para baixo do horizonte por volta das 23:00.

Vénus alcançará a sua maior elongação - a sua maior distância angular - 45 graus para Este do Sol a 8 de Junho. Estará mais brilhante no começo do Verão à medida que se volta a aproximar do Sol, alcançando o seu maior brilho nesta aparição, na noite de 12 de Julho, com magnitude -4.3. O planeta será ainda mais deslumbrante aí; brilhando quase duas vezes mais que agora. Mas com este show final de glória, Vénus irá rapidamente atenuar o seu brilho, entrando de novo pelo brilho do Sol e desaparecendo de vista no começo de Agosto.

Entre agora e o começo de Agosto de 2007, uma repetida observação de Vénus através de um pequeno telescópio irá mostrar o seu completo perfil de fases e tamanhos de discos.

Actualmente, o planeta parece estar praticamente cheio (97.6% de iluminação no dia 19 de Dezembro), e durante toda a fria estação de Inverno não mostrará mais que um pequeno disco minguante. Tornar-se-á cada vez mais minguante no fim de Março.

No princípio de Junho, Vénus alcança a dicotomia (mostrando uma forma "meia lua"). Depois, durante Julho, mostrará um grande crescente à medida que passa perto da Terra. De facto, através de telescópios será observável que a distância entre a Terra e Vénus está diminuindo, pois o tamanho aparente de Vénus irá aumentar, duplicando o tamanho actual no dia 28 de Maio. Quando duplicar novamente no dia 16 de Julho, a sua grande fase crescente será facilmente discernível até em pequenos binóculos com 7x de ampliação.

Mas mesmo até depois de passar pela conjunção inferior a 18 de Agosto, o espectáculo de Vénus não terá chegado ao fim, pois reemergirá dramaticamente como uma espantosa "estrela da manhã", baixa a Sudeste no fim do mês. Aí, uma performance repetida irá começar em Setembro, com a sequência referida acima de eventos invertida. Continua até ao fim de 2007. De facto, 2007 será o ano de Vénus!

Links:

Vénus:
Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
Wikipedia

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  
Estrelas massivas em Pismis 24 - Crédito: NASA, ESA e J. M. Apellániz (IAA, Spain)
Quão massiva pode uma estrela normal ser? Através de estimativas feitas à distância, o brilho e os modelos solares comuns tinham dado a uma estrela no enxame aberto Pismis 24 uma massa 200 vezes a do nosso Sol, o que constituira um recorde. Esta estrela é o objecto mais brilhante localizado logo à direita do gás na imagem do lado. Uma inspecção mais detalhada de imagens recentemente obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble, no entanto, mostrou que Pismis 24-1 vê o seu brilho derivado, não por apenas uma estrela, mas por três, no mínimo. As componentes teriam ainda quase 100 massas solares, o que as torna das mais massivas em registo. Na imagem, estrelas ainda se formam na nebulosa de emissão associada, NGC 6357, incluindo algumas que parecem estar a libertarem-se do seu "casulo" e a iluminá-lo de forma espectacular.
Ver imagem em alta-resolução
 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 20/12: 343º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1904, era fundado o Observatório Solar do Mt. Wilson.
Em 1996, morria Carl Sagan, considerado por muitos o maior divulgador da História da Astronomia.
Observações: Lua Nova, por volta das 14:01.

Dia 21/12: 344º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1968, lançamento da Apollo 8. William A. Anders, James A. Lovell Jr. e Frank Borman tornaram-se nos primeiros seres humanos a deixar a gravidade da Terra. Esta missão teve como objectivo a primeira visão de perto da superfície da Lua e do seu lado escuro. Duração da missão: 6 dias, 3 horas, 0 minutos e 42 segundos.
Em 1984 era lançada a sonda soviética Vega 2.
Observações: Use binóculos para encontrar Vénus e a fina Lua Crescente mesmo por cima do horizonte ao pôr-do-Sol.

Dia 22/12: 345º dia do  calendário gregoriano.
Observações: O solstício ocorre por volta das 00:22, quando o Sol alcança o seu ponto mais a Sul e começa o seu regresso de seis meses mais para Norte. Pela definição, é quando o Inverno começa no Hemisfério Norte e o Verão no Hemisfério Sul. É a noite mais longa do ano para o Hemisfério Norte, e a mais curta para o Sul.

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
A Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães devem o seu nome ao facto de terem sido descobertas pelo português Fernão de Magalhães na sua viagem de circumnavegação.
 
 
  PERGUNTE AO ASTRÓNOMO:  
 
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