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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 294
30 de Dezembro de 2006
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O SEGREDO DAS ESTRELAS MÚLTIPLAS

A investigação daquilo que deveria ser um sistema estelar duplo revelou uma terceira estrela a brilhar por detrás das espessas nuvens de gás e poeiras. Os cientistas acreditam que se encontra gravitacionalmente ligada às outras duas tendo sido capturada quando passava próximo do sistema.

Ao invés do que se passa com o nosso Sol, a maioria das estrelas do Universo possuem pelo menos uma companheira à qual estão gravitacionalmente ligadas. A questão da formação desses sistemas tem sido o objecto de discussão entre os especialistas de formação estelar ao longo dos últimos anos.


Crédito: NASA

Existem duas linhas evolutivas a considerar.

Numa delas, um grande disco de poeiras fragmenta-se originando dois objectos protoestelares que depois evoluem para formar estrelas individuais. Na outra, a estrela companheira é capturada quando passa próximo do sistema estelar.

A equipa de cientistas liderada por Jeremy Lim do Instituto de Astronomia e Astrofísica, da Academia Sinica, na China Formosa, examinou as protoestrelas emL1551 IRS5, um sistema estelar em deformação localizado a 450 anos-luz da Terra. Usando o radiotelescópio Very Large Array (VLA) a equipa descobriu uma terceira estrela que não era anteriormente conhecida. A análise dos objectos revelou detalhes que parecem suportar ambas as teorias.

Em entrevistas à SPACE.com, Lim declarou que: "O novo estudo mostra que os discos das duas protoestrelas principais se encontram alinhados um com o outro e alinhados com o disco circundante do sistema. Além disso, o seu movimento orbital assemelha-se ao do disco circundante. Estes facto são provas semelhantes a "uma pistola fumegante" no suporte ao modelo de fragmentação."


Modelação de uma formação de sistema binário de protoestrelas.
Crédito: Illinois Mathematics and Science Academy

(Clique na imagem para ver maior)

A formação de um sistema estelar individual ou múltiplo depende da intensidade das interacções que se estabelecem entre as várias partes do disco protoestelar. Alice Goodman do Harvard Smithsonian, que não esteve envolvida directamente no estudo, considera que as possibilidades de interacção entre material estelar são semelhantes às de pessoas que vivem no meio rural, em meio suburbano ou em ambiente urbano. As pessoas que vivem numa grande cidade têm maior probabilidade de encontrar outras que aquelas que vivem num ambiente rural, disse Goodman.

"A razão porque o sistema [L1551 IRS5] é interessante para mim é porque se trata de um ambiente quase rural, ou suburbano onde ocorreu o que só se espera que ocorra em ambiente urbano" disse Goodman à SPACE.com.

De facto, como foi descoberto pela equipa de Lim, a terceira estrela está alinhada segundo um plano diferente das outras, o que sugere que se terá formado noutro local. "O desalinhamento da terceira protoestrela e do seu disco apenas permite concluir que se terá formado noutro local," disse Lim.

A estrela desalinhada não é uma evidência conclusiva de um cenário de captura, pois as interacções gravitacionais com duas estrelas de maior massa poderiam provocar o desalinhamento durante o colapso de material que originou as protoestrelas. A equipa de Lim espera agora testar as duas teorias.

Este trabalho pode ser estudado em detalhe na edição de 10 de Dezembro do Astrophysical Journal.

Links:
SPACE.com (Fonte)

Artigo Científico:
Astrophysical Journal

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
 

Foto

 
Alnitak, Alnilam e Mintaka - Crédito: Digitized Sky Survey, ESA/ESO/NASA FITS Liberator. Tratamento de Cor: Davide De Martin (Skyfactory)
Alnitak, Alnilam, e Mintaka são as estrelas azuladas que atravessam a imagem de Este para Oeste (esquerda para a direita) desta bela imagem cósmica. Também conhecidas como o Cinturão de Orionte, ou popularmente, pelas designações de Três Marias ou de Três Reis Magos, estas três estrelas azuis são muito mais quentes e massivas que o nosso Sol. Estas estrelas encontram-se a 1500 anos-luz de nós e nasceram das bem estudadas nuvens de gás e poeiras de Orionte. A imagem revela algumas dessas nuvens nomeadamente a Nebulosa Cabeça de Cavalo e a Nebulosa da Chama, próximas de Alnitak na parte inferior esquerda. A famosa Grande Nebulosa de Orionte (M42) fica ligeiramente fora do extremo inferior direito da imagem.
Ver imagem em alta-resolução
 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 30/12: 364º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 2000, dá-se a passagem das sondas acopladas Cassini-Huygens por Júpiter. Passam a 9,721,846 km do topo das nuvens de Júpiter à medida que recebem um impulso gravitacional para a última parte da viagem até Saturno.
Observações: Durante o final da noite a Lua aproxima-se das Plêiades, permitindo imagens interessantes com uma Câmara com Zoom montada num piggy-back.

Dia 31/12: 365º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1799, Giuseppe Piazzi, monge italiano, descobre Ceres, o primeiro asteróide observado entre Marte e Júpiter.
Observações: Desejamos-lhe um Feliz Ano Novo. Depois da Passagem de Ano saia à rua com o pé direito e fascine-se olhando para Sul. Lá estará Sírio, a estrela mais brilhante do céu nocturno, acompanhada da Constelação de Orionte e, de Procion. Olhe para Leste e veja um amarelo-pálido Saturno que sobe seguido da estrela Régulo do Leão. Olhe por uns binóculos para a Grande Nebulosa de Orionte (M42).

Dia 01/01: 1º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1925, numa reunião da Sociedade Astronómica Americana e da Associação Americana para o Desenvolvimento da Ciência em Washington, D.C., Edwin Hubble reporta que encontrou cefeidas nas "nebulosas espirais", o que levaria ao declínio da hipótese que dizia que a nossa Via Láctea seria o todo do Universo. A descoberta de Hubble levaria à descoberta que vivemos numa de muitas galáxias.
Em 2001, a missão NEAT (Near Earth Asteroid Tracking mission) descobre um objecto com 1.5 km que passa por Marte (2001AA) e que fica com o nome de Asteróide do Milénio.
Observações: Esta noite a Lua brilha próximo da estrela de 1ª magnitude beta-Tauri.

Dia 02/01: 2º dia do  calendário gregoriano.
História:  Em 1959, é lançada a sonda soviética Luna 1.
Observações: Sabia que a constelação da Baleia(Cetus) tem um ponto de interrogação estelar que pode ser observado com uns binóculos?

 
 
  CURIOSIDADES:  
 

Para as diversas tribos de indios nativos da América do Norte as várias fases de Lua Cheia que ocorrem ao longo do ano tinham nomes que lhes permitiam distinguir a diversas estações. Por curiosidade, apresenta-se a lista de nomes da Lua Cheia para 2007:
03/01- Lua Cheia Lobo
02/02- Lua Cheia Neve
03/03- Lua Cheia Lua
02/04- Lua Cheia Rosa
02/05- Lua Cheia Flor
31/05- Lua Cheia Azul
30/06- Lua Cheia Morango
29/07- Lua Cheia Veado
28/08- Lua Cheia Esturjão
26/09- Lua Cheia Colheita
26/10- Lua Cheia Caçador
24/11- Lua Cheia Castor
23/12- Lua Cheia Fria

 
 
  PERGUNTE AO ASTRÓNOMO:  
 
Tem alguma dúvida sobre Astronomia no geral que gostaria de ver esclarecida? Pergunte-nos! Tentaremos responder à sua questão da melhor maneira possível.
 
 
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