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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 331
4 de Julho de 2007
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OPPORTUNITY PRONTA PARA DESCER CRATERA

O rover Opportunity da NASA está prestes a começar a sua descida por uma encosta rochosa até à grande cratera Victória do Planeta Vermelho. Este último percurso acarreta um grande risco para o explorador robótico, mas a NASA e a equipa científica dos rovers esperam que forneça valiosos e importantes dados.


O caminho percorrido pelo rover Oppotunity da NASA durante a sua exploração parcial em torno da cratera Victória, está marcado neste mapa.
Crédito: NASA/JPL/Cornell/Universidade do Arizona/Universidade Estatal do Ohio
(clique na imagem para ver versão maior)

A Opportunity há muito que explora sedimentos nos penhascos em torno de Victória. A equipa planeou a descida cuidadosamente de modo a ter uma eventual saída, mas a Opportunity pode ficar presa dentro da cratera ou até perder algumas das suas capacidades. O rover opera há 12 vezes mais tempo do que o esperado, que era de 90 dias.

A atracção científica é a oportunidade de examinar e investigar as composições e texturas de materiais expostos nas profundezas da cratera em busca de pistas de ambientes antigos e húmidos. À medida que o rover viaja pela encosta, será capaz de examinar rochas cada vez mais velhas nas paredes expostas da cratera.

"Enquanto tomamos seriamente a incerteza da Opportunity ser capaz de saír novamente, o valor potencial das investigações que parece ser possível dentro da cratera convenceu-me a autorizar a equipa a entrar na Cratera Victória," disse Alan Stern, da NASA. "É um risco calculado que vale a pena, particularmente porque a missão há muito que excedeu os seus objectivos originais."


As marcas deixadas pelas rodas do rover Opportunity podem ser claramente observadas nesta imagem tirada pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, actualmente em órbita de Marte.
Crédito: NASA/JPL/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)

O geólogo robótico entrará na Cratera Victória através de uma alcova de nome Baía dos Patos. A cratera em erosão tem uma orla de promontórios tipo-penhascos em forma de concha, alternando com alcovas ou baías menos inclinadas.

Um impacto de um meteoro escavou Victória há milhões de anos atrás, que se situa aproximadamente a 6.5 km Sul de onde a Opportunity aterrou em Janeiro de 2004. A cratera tem 800 metros de diâmetro, cerca de cinco vezes mais que a cratera Endurance, onde o rover passou mais de seis meses em 2004.

O rover começou a sua viagem até Victória a partir de Endurance há 30 meses atrás. Alcançou a orla da Baía dos Patos há 9 meses. A Opportunity depois percorreu um quarto do caminho, seguindo o movimento dos ponteiros do relógio, em torno da orla da cratera, examinando sedimentos de rochas visíveis nos promontórios e possíveis entradas pelas alcovas. Agora, o rover regressou ao ponto de entrada mais favorável.


O caminho percorrido pelo rover Opportunity, desde o seu local de aterragem até ao dia marciano (ou sol) 1215 da sua missão (24 de Junho de 2007). A imagem foi tirada pela sonda Mars Global Surveyor.
Crédito: NASA/JPL/Cornell/MSSS/Universidade Estatal do Ohio
(clique na imagem para ver versão maior)

"A Baía dos Patos parece ser o melhor candidato a ponto de entrada," disse John callas, gestor do projecto do rover, no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia. "Tem encostas de 15 ou 20 graus e leitos de rocha expostos para uma condução mais segura."

Se todas as suas seis rodas continuarem a trabalhar, os engenheiros esperam que a Opportunty seja capaz de saír novamente da cratera. No entanto, o seu rover gémeo, a Spirit, perdeu o uso de uma roda há mais de um ano atrás, diminuindo a sua capacidade de percorrer subidas.

"Estes rovers há muito que passaram o seu tempo de vida esperado, e outra roda pode falhar em qualquer deles, a qualquer momento," disse Callas. "Se a Opportunity perdesse uma roda dentro da Cratera Victória, saír novamente seria muito difícil, talvez até impossível."

"Não queremos que esta seja uma viagem só de ida," disse Steve Squyres, investigador principal dos instrumentos científicos dos rovers. "Ainda temos alguns alvos excelentes nas planícies que gostaríamos de visitar depois de Victória. Mas se a Opportunity ficar aqui presa, o conhecimento aqui adquirido compensa."

Links:

Notícias relacionadas:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg (12/09/06)
NASA (comunicado de imprensa)
Universe Today
New Scientist
SPACE.com
Astrobiology Magazine
New York Times
BBSNews
Science Daily
Washington Post
Sky & Telescope
Spaceflight Now

Rovers marcianos da NASA:
Página oficial
Wikipedia
Vídeo da entrada da Opportunity na Cratera Victória (formato Quicktime)

MRO:
Página oficial da NASA
Página oficial do JPL
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Google Mars

 
 

JÚPITER MUDA DE "LISTAS"

O gigantesco Júpiter está atravessando mudanças atmosféricas dramáticas nunca antes observadas pelo "olho" da NASA, o Telescópio Espacial Hubble.

As nuvens turbulentas de Júpiter estão em constante mudança à medida que encontram perturbações atmosféricas enquanto viajam em torno do planeta a centenas de quilómetros por hora. Mas estas imagens do Hubble revelam uma rápida transformação na forma e cor das nuvens de Júpiter perto do equador, marcando uma nova face no globo.

O planeta está envolto em bandas amarelas, castanhas e brancas. Estas bandas são produzidas por ar que flui em direcções opostas a várias latitudes. As áreas mais claras onde a atmosfera sobe são chamadas "zonas". As regiões mais escuras, onde o ar desce, são chamadas "cinturas". Quando estes fluxos opostos interagem, aparecem grandes turbulências e tempestades.

Entre 25 de Março 5 de Junho, a câmara WFPC2 do Hubble capturou bandas inteiras de nuvens a mudar de cor. As zonas escureceram até se tornarem cinturas, e as cinturas clarearam até se transformarem em zonas. As características das nuvens alteraram-se rapidamente em forma e tamanho.

A imagem seguinte mostra uma fina banda de nuvens brancas por cima do equador de Júpiter. A cor branca indica nuvens a altitudes maiores na atmosfera de Júpiter (esquerda). Na imagem da direita, o tom esbranquiçado da banda tornou-se acastanhado, mostrando nuvens na profunda atmosfera do planeta. A banda parece ter-se fundido com uma outra que se situava por baixo.


Imagens tiradas pelo Hubble a 25 de Março e a 5 de Juho.
(clique na imagem para ver versão maior)

Na mesma banda por cima do equador, pequenos remoinhos na imagem da esquerda transformaram-se em maiores características tipo-ondas à direita. Dominando a banda está uma corrente escura que se assemelha a uma cobra. Esta estrutura serpenteada é na realidade uma pequena rotura na coberta nublada, que fornece aos astrónomos uma visão mais profunda dentro da atmosfera.

Por baixo da região equatorial, a acastanhada "barbatana de tubarão" invertida na imagem da esquerda desaparece na foto à direita. Em vez dela, aparecem nuvens castanhas em forma de língua, com uma corrente de remoínhos brancos por baixo.

Estas modificações súbitas já foram observadas anteriormente, mas nunca com a grande resolução do Hubble. Os astrónomos, usando telescópios terrestres, espiaram estas transformações atmosféricas drásticas nos anos 80. Outra grande perturbação foi observada no princípio dos anos 90, depois do Hubble ter sido lançado para o espaço. O telescópio, no entanto, não tinha a resolução para observar as modificações com grande detalhe. Estas imagens de alta-resolução obtidas pelo Hubble poderão ajudar os astrónomos a perceber como tais modificações globais se desenvolvem em Júpiter.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
SPACE.com
The Planetary Society
PHYSORG.com
ABC Science Online
New Scientist

Júpiter:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA
STScI
Wikipedia

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
  Foto  
No limite da Cratera Victória - Crédito: Mars Exploration Rover Mission, Cornell, JPL, NASA
Vamos entrar. O rover Opportunity, actualmente em Marte, há algum tempo que estuda os limites da maior cratera que já visitou desde que aterrou no Planeta Vermelho há mais de três anos atrás. Tem estudado a Cratera Victória à procura de um lugar para descer. Agora, os cientistas decidiram tomar um risco calculado e planeiam enviar a Opportunity até à base da cratera, ao longo das próximas semanas. Na imagem do lado está o Cabo de S. Vicente, parte da parede da Cratera Victória, perto de onde a Opportunity iniciará a sua descida. A própria parede parece conter pistas sobre o terreno marciano antes do impacto ter criado a cratera, e sendo assim irá ser estudada durante a corajosa descida. Por cima da parede, à distância, situa-se o grande horizonte marciano, desprovido de características de interesse.
Ver imagem em alta-resolução
 
 
 
A partir de 15 de Julho, todos os dias excepto às segundas-feiras, na açoteia do Centro Ciência Viva do Algarve.
Observações dependentes das condições atmosféricas.
 
 
  EFEMÉRIDES:  
 

Dia 04/07: 185º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1054 foi detectada pela primeira vez uma brilhante supernova registada pelos astrónomos chineses e que deu origem ao resto de supernova que recebeu o nome de Nebulosa do Caranguejo e que é também conhecido por M1.
Em 1997, a sonda Pathfinder aterrava em Marte.
Observações: Aproveite o caír da noite para observar os planetas Vénus e Saturno a Oeste, separados por apenas 1.3º, e para Sul-Sudeste, Júpiter, por cima da gigante vermelha Antares da constelação de Escorpião.

Dia 05/07: 186º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1687, era publicado o Philosophiae Naturalis Principia Mathematica de Isaac Newton em que pela primeira vez era dada uma explicação para a causalidade do movimento dos planetas e satélites.
Em 1998, o Japão lança uma sonda para Marte e junta-se à lista de países que participam na exploração espacial. Devido a vários problemas com a Nozomi cerca de um ano depois, a missão foi abandonada.
Observações: Se possui um telescópio, provavelmente conhece a constelação Hércules, situada nestas noites mesmo por cima das nossas cabeças, e também o seu famoso enxame globular M13. Que outros objectos poderemos explorar nesta constelação?

Dia 06/07: 187º dia do  calendário gregoriano.
Observações: A Terra encontra-se no afélio, a sua posição mais longe do Sol - 3.4% mais do que no periélio em Janeiro.

 
 
  CURIOSIDADES:  
 
O cometa mais brilhante de que há memória foi o Ikeya-Seki (C/1965 S1) decoberto em 1965 pelos astrónomos Kaoru Ikeya e Tsutomu Seki e que atingiu magnitude -7. O cometa brilhava tanto que chegou a ser visível em plena luz do dia. (clique aqui para ver imagem)
 
 
  PERGUNTE AO ASTRÓNOMO:  
 
Tem alguma dúvida sobre Astronomia no geral que gostaria de ver esclarecida? Pergunte-nos! Tentaremos responder à sua questão da melhor maneira possível.
 
 
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