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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 391
De 23/02 a 26/02/2008
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  A LUZ E ESCURIDÃO DE VÉNUS
   

A Venus Express revelou um planeta extraordinariamente dinâmico e com uma meteorologia em extrema larga-escala. Brilhantes neblinas aparecem num espaço de dias, prolongando-se desde o pólo sul até baixas latitudes Sul e desaparecendo tão rapidamente quanto chegaram. Tal 'clima global', nada parecido ao da Terra, deu aos cientistas um novo mistério para resolver.

Imagem da atmosfera de Vénus, tirada pela câmara VMC, durante a órbita n.º 443 a 8 de Julho de 2007. Mostra o hemisfério Sul do planeta.
Crédito: ESA/MPS/DLR/IDA
(clique na imagem para ver versão maior)

O mundo coberto por nuvens de Vénus não é, de todo, um globo sem características e estático, observável no visível. Mude para o ultravioleta e revela-se de uma natureza verdadeiramente dinâmica. Marcas transientes, escuras e brilhantes, listam o planeta, indicando regiões onda a radiação ultravioleta do Sol é absorvida ou reflectida, respectivamente.

A Venus Express observou o comportamento da atmosfera do planeta com a sua câmara VMC (Venus Monitoring Camera). Já viu coisas espectaculares. No passado mês de Julho, a VMC capturou uma série de imagens que mostra o desenvolvimento da brilhante neblina Sul. Em poucos dias, o véu a alta-altitude aumentou e diminuiu de brilho, movendo-se para latitudes equatoriais e retrocedendo novamente para o pólo.

Tal clima global sugere que rápidos processos dinâmicos, químicos e microfísicos estão em acção no planeta. Durante estes episódios, o brilho das latitudes polares sul aumentaram por um terço e diminuiram de brilho tão rapidamente, à medida que as partículas de ácido sulfúrico coagulam.

"Esta brilhante camada brilhante de neblina é feita de ácido sulfúrico," diz Dmitri Titov, co-investigador da VMC e Coordenador Científica da Venus Express, do Instituto Max Planck para a Pesquisa no Sistema Solar, Alemanha. Esta composição sugere à equipa do VMC a existência de um processo de formação.

Imagem da atmosfera de Vénus, tirada pela câmara VMC, durante a órbita n.º 458 a 23 de Julho de 2007. Mostra o hemisfério Sul do planeta.
Crédito: ESA/MPS/DLR/IDA
(clique na imagem para ver versão maior)

A uma altitude de 70 km e mais abaixo, a atmosfera de Vénus, rica em dióxido de carbono, contém pequenas quantidades de vapor de água e dióxido de enxofre. Estes estão regularmente enterrados na camada de nuvens que bloqueia a nossa visão da superfície em comprimentos de onda do visível.

No entanto, se alguns processos atmosféricos fazem subir estas moléculas para bem mais alto do que o topo das nuvens, são expostas à radiação solar ultravioleta. Isto quebra as moléculas, tornando-as altamente reactivas. Os fragmentos combinam-se rapidamente para formar partículas de ácido sulfúrico, criando a neblina.

"O processo é um pouco semelhante ao que acontece com o 'smog' urbano por cima das cidades," diz Titov. Com mais de 600 órbitas, a equipa do VMC agora planeia procurar padrões de comportamento repetidos na criação e diminuição da camada de neblina.

O que faz com que o vapor de água e o dióxido de enxofre subam até tão grandes altitudes? A equipa ainda não sabe. Titov diz que é provavelmente um processo dinâmico interno na atmosfera do planeta. Também, a influência da actividade solar na formação da neblina não foi ainda completamente posta de parte.

Quando a equipa descobrir o que provoca as neblinas e o seu vigoroso dinamismo, existe ainda outro problema por resolver. As marcas escuras nestas imagens são um dos maiores mistérios que ainda permanece na atmosfera de Vénus. São provocados por algumas espécies químicas, absorvendo a radiação solar ultravioleta. No entanto, os cientistas planetários não sabem ainda a identidade do químico. Agora que conseguem rapidamente detectar estas manchas negras com o VMC, a equipa espera usar outro instrumento da Venus Express, o VIRTIS, para descobrir a composição química exacta destas regiões.

Imagem da atmosfera de Vénus, tirada pela câmara VMC, durante a órbita n.º 459 a 24 de Julho de 2007. Mostra o hemisfério Sul do planeta.
Crédito: ESA/MPS/DLR/IDA
(clique na imagem para ver versão maior)
 
Imagem da atmosfera de Vénus, tirada pela câmara VMC, durante a órbita n.º 462 a 27 de Julho de 2007. Mostra o hemisfério Sul do planeta.
Crédito: ESA/MPS/DLR/IDA
(clique na imagem para ver versão maior)
 
Imagem da atmosfera de Vénus, tirada pela câmara VMC, durante a órbita n.º 463 a 28 de Julho de 2007. Mostra o hemisfério Sul do planeta.
Crédito: ESA/MPS/DLR/IDA
(clique na imagem para ver versão maior)
 
Imagem da atmosfera de Vénus, tirada pela câmara VMC, durante a órbita n.º 465 a 30 de Julho de 2007. Mostra o hemisfério Sul do planeta.
Crédito: ESA/MPS/DLR/IDA
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Imagem da atmosfera de Vénus, tirada pela câmara VMC, durante a órbita n.º 470 a 4 de Agosto de 2007. Mostra o hemisfério Sul do planeta.
Crédito: ESA/MPS/DLR/IDA
(clique na imagem para ver versão maior)

Links:

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
Universe Today
Science Daily

Venus Express:
Página da ESA
NSSDC (NASA)
Wikipedia

Vénus:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
 
 
EFEMÉRIDES:

Dia 23/02: 54.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1950, descoberta do asteróide (29075) 1950 DA. Foi observado durante 17 dias e depois diminuiu de brilho até não poder ser visto durante meio século. No fim do ano 2000 (31 de Dezembro), um objecto foi reconhecido como sendo o há muito perdido 1950 DA. Observações do objecto descrevem a rocha como tendo 1.1 km de diâmetro e uma rotação de 2.1 horas, a rocha com o período de rotação mais rápido já encontrada no nosso Sistema Solar.
Em 1987, supernova na Grande Nuvem de Magalhães visível a olho nu, resultado de uma explosão da supergigante azul Sanduleak 69. Conhecida como SN1987A, foi a primeira supernova "próxima" dos últimos três séculos.

Em 1999, conjunção de Júpiter com Vénus. As conjunções não são eventos raros. Mas as conjunções planetárias são raramente tão próximas e Vénus e Júpiter são os objectos mais brilhantes do céu, a seguir ao Sol e à Lua.
Observações: Saturno encontra-se esta noite em oposição, ou seja, na direcção oposta à do Sol no céu. Isto significa que nasce ao pôr-do-Sol, que está mais alto no Sul à meia-noite, e que se põe ao nascer-do-Sol.

Dia 24/02: 55.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1968 foi descoberto o primeiro pulsar, por Jocelyn Bell Burnell, numa pesquisa em rádio. Hewish e Ryle, co-directores do projecto, receberam o prémio Nobel da Física em 1974 por conjugar as observações com um modelo duma estrela de neutrões em rotação.

Em 1969 a sonda americana Mariner 6 era lançada. A 31 de Julho de 1969, passou a 3330 km de Marte e enviou de volta 74 imagens.
Em 1979, lançamento da sonda Solwind P78-1.
Em 1996 a sonda Polar foi lançada para estudar a região dos pólos da Terra, uma região activa do geoespaço.
Observações:

Dia 25/02: 56.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1736 nascia Joseph Louis Lagrange, famoso matemático francês que fez importantes contribuições para o campo da mecânica celeste.

Em 2000, lançamento da sonda Clementine, com destino à Lua.
Observações: Com a Lua a desaparecer do início da noite durante as próximas duas semanas, tente procurar a Luz Zodiacal à medida que anoitece. Vai precisar de um céu limpo e sem poluição. A luz zodiacal é uma grande, estreita e inclinada pirâmide de um brilho pérola que se estende desde o horizonte a Oeste e sobe pelas constelações do zodíaco. O que está a ver é poeira interplanetária no plano do Sistema Solar, iluminada pela luz solar. Esta é a melhor altura do ano para observar a Luz Zodiacal se estiver no Hemisfério Norte - porque é quando a eclíptica se prolonga mais na direcção perpendicular ao horizonte ao pôr-do-Sol.

Dia 26/02: 57.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1978 o satélite "International Ultraviolet Explorer" (IUE) é lançado para uma órbita geosíncrona.

Observaçõees: Vénus e Mercúrio aparecem perto ao amanhecer. Use binóculos para descobrir que Mercúrio está a apenas 1,2º para cima e para a esquerda de Vénus, ambos biaxos no horizonte a Este-Sudeste.

 
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS:

Foto

Lua eclipsada
Crédito:
Jerry Lodriguss (Catching the Light)

Os observadores da Lua abençoados com céus limpos no continente americano, na Europa, Ásia e partes Oeste da Ásia desfrutaram de um eclipse lunar total esta semana. Capturando a lua eclipsada, o astrónomo Jerry Lodriguss oferece-nos esta visão do evento celeste com uma Lua sombreada acompanhada pelo errante planeta Saturno à esquerda, e a brilhante Régulo, estrela da constelação de Leão, por cima. A bonita imagem foi obtida pela combinação de uma foto da Lua através de um filtro e de uma exposição do campo estelar em volta. A combinação realça a Lua avermelhada enquanto mostra a variação no brilho e na cor da não-tão-escura sombra terrestre na superfície lunar.
Ver imagem em alta-resolução

 
 
CURIOSIDADES:

Os nomes dos satélites de Júpiter são os das amantes do deus com o mesmo nome na mitologia romana.
 
 
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