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Uma nova classe de supernova foi descoberta por cientistas da Universidade de Berkeley, Califórnia, EUA, e pode ser o primeiro exemplo de um novo tipo de explosão estelar. Uma equipa de astrofísicos da Universidade de Santa Barbara, também na Califórnia, previu este tipo de explosão no seu trabalho teórico.
Lars Bildsten, professor no Instituto Kavli para Física Teórica (KITP) da UCSB, e colegas, previram um novo tipo de supernova em galáxias distantes, que seriam mais ténues que a maioria e que aumentariam e diminuiriam de brilho em apenas poucas semanas.
A descoberta, liderada por Dovi Poznanski (pós-doutorado de Berkeley, que também pertence ao Laboratório Nacional Lawrence Berkeley), é anunciada na edição Express de 5 de Novembro da revista Science. Bildsten soube da descoberta de Poznanski no passado mês de Agosto, quando organizava uma conferência.
"À medida que falávamos do nosso trabalho ao longo dos últimos anos, a maioria dos astrónomos na audiência lembrou-nos que nunca tínhamos observado tal evento," disse Bildsten. "Nós dissémos para continuarem a tentar!"
Há pouco mais de 2 anos, Bildsten trabalhava com os seus colaboradores, quando se aperceberam que o resultado dos seus cálculos previa uma explosão observável, nunca vista no céu nocturno.
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Impressão de artista de um sistema estelar AM-CVn, onde o hélio flui de uma estrela para outra, empilhando-se como uma concha que pode explodir como uma supernova .Ia.
Crédito: Tony Piro
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"Tendo o céu como limite, os observadores estão normalmente à frente da teoria," afirma Bildsten, "por isso estou feliz por termos feito uma previsão que nos permitiu uma rápida interpretação de um novo fenómeno. Embora a supernova tivesse sido observada em 2002, foi preciso o penetrante olho de Dovi Poznanski para apreciar a sua importância e relevância."
Bildsten explicou que a maioria das estrelas termina a sua vida gentilmente, formando anãs brancas com a massa do Sol embalada no raio da Terra. Embora sejam muito densos, estes objectos, constituídos ou por uma mistura de carbono e oxigénio ou por hélio quase puro, arrefecem até temperaturas tão baixas que as reacções de fusão já não podem ocorrer. No entanto, em casos raros, dois destes objectos orbitam-se tão de perto -- com um período orbital de poucos minutos -- que o hélio da anã branca mais leve é puxado para fora pelas forças de maré e acumula-se na anã branca mais massiva.
É esta ocorrência rara que leva a condições únicas da explosiva ignição termonuclear e a uma expulsão total do hélio acumulado. A abundância excessiva de elementos radioactivos invulgares, feitos nesta fusão rápida, origina um brilhante espectáculo de luz que dura algumas semanas.
Já há muitas décadas que se conhecem estes brilhantes eventos de plenas explosões termonucleares em anãs brancas, referidas como uma "supernova Tipo Ia". São mais brilhantes que o todo de uma galáxia durante mais de um mês e são muito úteis para os estudos cosmológicos.
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Imagem em cores falsas de SN2002bj, por cima da sua galáxia-mãe, NGC 1812.
Crédito: D. Poznanski; W. Li; e A.V. Filippenko |
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A estrela em causa, denominada SN2002bj, foi observada há sete anos atrás na galáxia NGC 1821 por astrónomos amadores, mas foi erradamente classificada como uma supernova Tipo II. Mas SN2002bj tem uma assinatura diferente de todas as outras variações conhecidas nestes dois tipos. Em particular, aumentou e diminuiu de brilho em menos de 27 dias, tendo em conta que a maioria das supernovas aumentam e diminuem de brilho ao longo de três, quatro meses.
Os eventos previstos por Bildsten e colaboradores têm apenas um-décimo do brilho durante um-décimo do tempo, levando à inteligente denominação, por Chris Stubbs, professor da Universidade de Harvard, destes eventos, como uma supernova ".Ia" (ponto um a). Relativamente à publicação, em Junho de 2007, desta teoria na "Astrophysical Journal Letters", Bildsten disse: "Estava preocupado se a revista nos deixava nomear ou não um evento ainda não observado, mas deixaram -- e o nome pegou. O marketing é uma grande parte do sucesso de uma ideia, mesmo na Ciência."
Não obstante o sucesso aparente, ainda permanecem puzzles, e Bildsten e seu colaboradores, especialmente os estudantes Ken Shen e Kevin Moore, da UCSB, estão a trabalhar activamente neles. Estes incluem questões teóricas de como é que o hélio explode, e se a anã branca mais pequena fica para trás ou não. Shen afirmou: "nós estivémos sempre interessados nestas novas possibilidades, mas agora temos uma motivação real. Onde há uma, existem muitas, por isso as coisas vão tornar-se mais excitantes."
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Universidade da Califórnia, Santa Barbara (comunicado de imprensa)
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