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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 611
De 25/12 a 27/12/2009
 
 
 

Dia 25/12: 359.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1642, nascia Isaac Newton (de acordo com o calendário juliano).

Em 1968, a Apollo 8 faz primeira manobra TEI (Trans Earth Injection), enviado a tripulação e a nave de volta à Terra desde órbita lunar.
Em 2003, a infeliz Beagle 2, libertada da sonda Mars Express no dia 19 de Dezembro, desaparece pouco antes da sua prevista aterragem.
Em 2004, a Cassini liberta a sonda Huygens, que aterra em Titã a 14 de Janeiro do ano seguinte.
Observações: Feliz Natal! Na última parte do Império Romano, o dia 25 de Dezembro assinalava o nascimento do Sol inconquistável - celebrando a sobrevivência do Sol a seguir a um escuro solstício com a promessa de luz e calor na Primavera e Verão vindouros. Esta temporada festiva, com o seu simbolismo, foi eventualmente substituída pelo Cristianismo.

Dia 26/12: 360.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1972, a Apollo 17, a última missão lunar tripulada regressava à Terra.
Em 1973, o cometa Kohoutek atingia o periélio.

No mesmo dia a Soyuz 13 voltava à Terra. Em 1974 era lançada a Salyut 4.
Observações: Após a hora de jantar esta semana, é hora de observar Orionte. Esta constelação e algumas das suas companheiras mais conhecidas formam um agrupamento vertical a Sudeste. Comece com o próprio Orionte. No seu centro, as três estrelas da sua cintura estão alinhadas quase verticalmente. A Cintura aponta para a alaranjada Aldebarã. Para cima desta está o enxame das Plêiades. Na outra direcção, a Cintura de Orionte aponta para Sirius em Cão Maior.

Dia 27/12: 361.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1571, nascia Johannes Kepler.

Em 1968, a Apollo 8 aterra no Oceano Pacífico, terminando a primeira missão tripulada à Lua.
Em 2004, radiação de uma explosão no magnetar SGR 1806-20 alcança a Terra. É o evento extrasolar mais brilhante alguma vez observado.
Observações: Note cuidadosamente o ponto do pôr-do-Sol no seu horizonte, de dia para dia. Consegue discernir que já começou a sua viagem para Norte?

 
 
 
O enxame aberto de estrelas M44 é conhecido por Presépio, pois as estrelas parecem formas duas figuras altas em torno de um nicho de estrelas mais baixo.
 
 
AIA 2009
 
 
  RESOLVIDO MISTÉRIO NOS CONFINS DO SISTEMA SOLAR  
 

Os astrónomos dizem que o nosso Sistema Solar está a passar por uma nuvem de material interestelar que não deveria aqui estar. As velhas sondas Voyager ajudaram a resolver o mistério.

A nuvem é denominada "Nuvem Interestelar Local". Tem cerca de 30 anos-luz de diâmetro e contém uma insignificante mistura de átomos de hidrogénio e hélio, de acordo com um comunicado de imprensa da NASA anunciado anteontem. Estrelas vizinhas, que explodiram há cerca de 10 milhões de anos atrás, deveriam ter esmagado ou dispersado esta nuvem.

Impressão de artista da Nuvem Interestelar Local.
Crédito: Linda Huff e Priscilla Frisch
 

Então o que está a manter esta nuvem no seu lugar?

"Usando dados das Voyager, descobrimos um forte campo magnético, mesmo para lá do Sistema Solar," explicou Merav Opher, Investigador Heliofísico convidado pela NASA, da Universidade George Mason. "Este campo magnético sustém a nuvem interestelar e resolve o antigo mistério da sua existência."

A nuvem é muito mais magnetizada do que se pensava anteriormente," afirma Opher. "Este campo magnético pode dar a pressão extra necessária para resistir à destruição."

Opher e seus colegas explicam a descoberta na edição de 24 de Dezembro da revista Nature.

As duas sondas Voyager da NASA já navegam para fora do Sistema Solar há mais de 30 anos. Estão agora bem para lá de órbita de Plutão e à beira do espaço interestelar. Durante a década de 90, a Voyager 1 tornou-se no objecto mais longínquo feito pelo Homem.

As duas Voyager, viajando em direcções opostas, revelaram, entre outras coisas, que a bolha em torno do nosso Sistema Solar é achatada.

Concepção de artista das duas sondas Voyager à medida que se aproximam do espaço interestelar.
Crédito: NASA/JPL
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"As Voyager não estão na realidade dentro desta nuvem interestelar," afirma Opher. "Mas estão lá perto e podemos sentir como é à medida que nos aproximamos."

A nuvem interestelar local está mesmo para lá dos confins do Sistema Solar e é contida pelo campo magnético do Sol, que é "inchado" pelo vento solar numa espécie de bolha magnética com mais de 10 mil milhões de quilómetros. Denominada "heliosfera", esta bolha protege o Sistema Solar interior dos raios cósmicos galácticos e das nuvens interestelares. As duas Voyager estão localizadas na camada exterior da helioesfera, em inglês denominada "heliosheath", onde o vento solar diminui de velocidade devido à pressão do gás interestelar.

A Voyager 1 entrou nesta "heliosheath" em Dezembro de 2004. A Voyager 2 seguiu-a em Agosto de 2007. Estas travessias providenciaram dados fundamentais para o novo estudo.

Outras nuvens interestelares podem também estar magnetizadas, assume Opher e seus colegas. E podemos eventualmente colidir com algumas.

"Os seus fortes campos magnéticos podem comprimir a helioesfera ainda mais do que está agora," afirma a NASA. "Uma maior compressão pode permitir com que um maior número de raios cósmicos alcancem o Sistema Solar interior, possivelmente afectando o clima terrestre e a capacidade dos astronautas viajarem em segurança pelo espaço."

Links:

Notícias relacionadas:
Nature (requer subscrição)
NASA (comunicado de imprensa)
SPACE.com
redOrbit

Sondas Voyager:
Páginao oficial (NASA)
Heavens Above
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Voyager 1 (Wikipedia)
Voyager 2 (Wikipedia)

Sistema Solar exterior:
Heliosfera (Wikipedia)
Meio interestelar (Wikipedia)
Nuvem interestelar local (Wikipedia)

 
     
 
 
     
  Pêlo de Raposa, o Unicórnio e a Árvore de Natal - Crédito: Russell Croman  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

O brilhante hidrogénio preenche esta impressionante imagem do céu, centrada na estrela variável S Mon, na ténue mas bonita constelação de Unicórnio. Uma região de formação estelar (NGC 2264), o complexo baralho de gás e poeira cósmica encontra-se a cerca de 2700 anos-luz de distância e mistura nebulosas de emissão avermelhadas, excitada, pela luz energética de estrelas recém-nascidas com nuvens escuras de poeira interestelar. As nuvens escuras, que se situam perto das estrelas, também reflectem luz estelar, formando nebulosas azuis de reflexão. A espectacular imagem cobre uma região com uma área de aproximadamente 1,5º ou quase três Luas Cheias, correspondentes a 70 anos-luz à distância de NGC 2264. Entre o seu elenco de personagens cósmicas, destacamos a Nebulosa do Cone (à esquerda), a Nebulosa Pêlo de Raposa, mesmo por baixo de S Mon, e o enxame estelar da Árvore de Natal. Este enxame triangular aparece deitado, com o seu vértice na Nebulosa do Cone e a sua base mais larga centrada em S Mon.

 


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