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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 726
De 18/02 a 21/02/2011
 
 
 

Dia 18/02: 49.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1930, enquanto estudava fotografias tiradas em Janeiro, Clyde Tombaughdescobre Plutão. Na altura foi designado como o nono planeta do Sistema Solar e o mais afastado. Desde aí, descobrimos também quão "não parecido com um planeta" realmente é. Finalmente, em 2006 deixa de ser planeta principal para passar a ser classificado como planeta anão.
Em 1977, fazia-se o voo inaugural do vaivém espacial Enterprise a partir do topo de um Boeing 747.

Em 2001, astrónomos lêm a luz espectral das estruturas mais antigas do Universo: o quasarRD J030117+002025 na constelação de Baleia. A luz do quasar viajou 13 mil milhões de anos. Isto significa que existiu numa altura em que o Universo tinha cerca de 8% da sua idade actual.
Em 2003, o cometa C/2002 V1 (NEAT) atinge o periélio, visto pela SOHO.
Observações: Lua Cheia, pelas 08:36.
Procure Régulo a 9,4º para cima da Lua. Régulo marca a parte de baixo da "foice" de Leão.

Dia 19/02: 50.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1473, nascia Nicolau Copérnico, conhecido como o fundador da Astronomia Moderna.

No ano de 1530, completa e anuncia ao mundo o seu grande trabalho "De Revolutionibus", que explica que a Terra roda sobre o seu próprio eixo uma vez por dia e viaja à volta do Sol anualmente.
Em 1924, Edwin Hubble escreve a Harlow Shapley: "Estará interessado em saber que encontrei uma variável Cefeidana Nebulosa de Andrómeda" (a actualmente conhecida «Galáxia de Andrómeda»). 
Em 1986, a União Soviética lança a estação espacial Mir.
Em 2002, a sonda Mars Odyssey começava a mapear a superfície de Marte.
Observações: Esta é a altura do ano em que Orionte está o mais alto a Sul ao começo da noite. Para cima e para a sua direita está Touro com a alaranjada Aldebarã, e ainda mais para a direita, o enxame das Plêiades. Para baixo e para a esquerda de Orionte está Cão Maior e a estrela mais brilhante do céu nocturno, Sirius.

Dia 20/02: 51.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1962, o astronauta John Glenn, a bordo da nave Friendship 7, orbita a Terra 3 vezes em 4 horas e 55 minutos, no âmbito do programa Mercúrio.

Em 1965, A sonda Ranger 8despenha-se sobre a Lua após uma missão bem sucedida a fotografar locais para a alunagem das missões Apollo.
Observações: Aproveite o amanhecer para observar Vénus, baixo a Sudeste e para a esquerda do Bule de Chá de Sagitário.

Dia 21/02: 52.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1901 é observada a primeira brilhante nova do século XX.

É também a primeira a ser estudada espectralmente e fotometricamente, atingindo uma magnitude de 0,2 a 23 de Fevereiro. O astrónomo amador T. D. Anderson foi o seu primeiro observador. Durante o declínio do brilho, mais ou menos 100 dias, este flutuou com um período de 4 dias e uma amplitude de magnitude e meia.
Em 1972, a sonda soviética Luna 20 aterra na Lua.
Observações: Aproveite para tentar fotografar a Nebulosa de Orionte.

 
 
 
O primeiro homem no espaço foi o cosmonauta Yuri Gagarin, a 12 de Abril de 1961, 25 dias antes do americano Alan Shepard.
 
 
  HERSCHEL DESCOBRE MENOS MATÉRIA ESCURA MAS MAIS ESTRELAS  
 

O observatório espacial Herschel da ESA descobriu uma população de galáxias escondidas em poeira que não precisam de tanta matéria escura como se pensava para recolher gás e despoletar a formação estelar.

As galáxias estão muito longe e cada tem mais ou menos 300 mil milhões de vezes a massa do Sol. Este tamanho desafia a teoria actual que prevê que uma galáxia tem que ser mais de dez vezes maior, com 5 biliões de massas solares, para ser capaz de formar grandes números de estrelas. O novo resultado foi publicado Quarta-feira num artigo escrito por Alexandre Amblard, da Universidade da Califórnia, em Irvine, EUA, e colegas.

Espera-se que a maioria da massa de qualquer galáxia seja matéria escura, uma substância hipotética que tem ainda que ser detectada mas que os astrónomos acreditam que deve existir para providenciar gravidade suficiente e assim impedir as galáxias de se desfazerem a elas próprias à medida que rodam.

Esta animação mostra a distribuição da matéria escura, obtida a partir de uma simulação numérica, num desvio para o vermelho de z~2, ou quando o Universo tinha cerca de 3 mil milhões de anos.
Crédito: Consórcio Virgo/Alexandre Amblard/ESA
(clique na imagem para ver animação maior)
 

Os modelos actuais do nascimento de galáxias começam com a acumulação de grandes quantidades de matéria escura. A sua atracção gravitacional arrasta átomos comuns. Se suficientes átomos são acumulados, esta região de material é inflamada e as estrelas formam-se a velocidades 100-1000 vezes maiores que a velocidade de formação estelar da Via Láctea hoje em dia.

"O Herschel mostra-nos que não precisamos de tanta matéria escura como pensávamos para despoletar formação estelar," afirma Asantha Cooray, da Universidade da Califórnia em Irvine, co-autora do artigo.

Esta descoberta foi feita através da análise de imagens infravermelhas obtidas com o instrumento SPIRE (Spectral and Photometric Imaging Receiver) do Herschel, em comprimentos de onda de 250, 350 e 500 micrómetros. Estes são aproximadamente 100 vezes mais longos que os comprimentos de onda visíveis ao olho humano e revelam galáxias profundamente rodeadas por poeira.

"Com a sua muito alta sensibilidade na radiação infravermelha emitida por estas galáxias jovens e escondidas, o Herschel permite-nos observar o Universo profundo e compreender como é que as galáxias se formam e evoluem," afirma Göran Pilbratt, cientista do projecto Herschel para a ESA.

Existem tantas galáxias nas imagens do Herschel que até se sobrepõem, criando um nevoeiro de radiação infravermelha conhecida como radiação cósmica infravermelha de fundo. As galáxias não estão distribuídas aleatoriamente mas seguem o padrão fundamental da matéria escura no Universo, e por isso o nevoeiro tem um padrão distinto de luz e manchas escuras.

Esta imagem de cores falsas mostra uma zona do céu conhecida como 'Buraco de Lockman',observado pelo instrumento SPIRE a bordo do Herschel. O 'Buraco de Lockam' está localizado na constelação da Ursa Maior e é um campo no céu quase desprovido de contaminação no pano da frente e por isso ideal para observações de galáxias no Universo distante. Quase cada ponto da imagem é uma galáxia, e cada contendo milhares de milhões de estrelas e aparecendo como eram há 10-12 mil milhões de anos atrás, quando o Universo tinha apenas 2 mil milhões de anos.
Crédito: Consórcio Virgo/Alexandre Amblard/ESA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Análises do brilho das manchas nas imagens do SPIRE mostraram que a velocidade de formação estelar nas distantes galáxias infravermelhas é 3-5 vezes maior que a inferida previamente a partir de observações no visível de galáxias similares e muito jovens, pelo Hubble e por outros telescópios.

Análises e simulações posteriores mostraram que esta massa mais pequena para as galáxias é vantajosa para a formação estelar. As galáxias menos massivas têm mais dificuldade em formar mais do que uma primeira geração de estrelas antes de desvanecerem. Do outro lado da balança, as galáxias mais massivas debatem-se porque o seu gás arrefece mais devagar, prevenindo-as de colapsar até às altas densidades necessárias para despoletar a formação estelar.

Mas nesta massa "no ponto" recentemente identificada, de algumas centenas de milhares de milhões de massas solares, as galáxias podem fabricar estrelas a velocidades prodigiosas e por conseguinte crescer rapidamente.

"Esta é a primeira observação directa da escala de massa preferida para despoletar a formação estelar," afirma Dr. Cooray.

Os modelos de formação galáctica podem agora ser ajustados para reflectir estes novos resultados, e os astrónomos podem dar um passo em frente na compreensão de como as galáxias - incluindo a nossa - se formaram.

Links:

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
JPL/NASA (comunicado de imprensa)
Nature (requer subscrição)
SPACE.com
Universe Today
PHYSORG.com
Space Daily

Observatório Espacial Herschel:
ESA (ciência e tecnologia)
ESA (centro científico)
ESA (página de operações)
NASA
Caltech
Wikipedia

 
     
 
     
  Proeminência de Classe-X - Crédito: NASA / Goddard / Equipa SDO AIA  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

No Dia de S. Valentim o Sol libertou uma das suas explosões mais poderosas, uma proeminência de classe-X. A erupção foi a maior do seu novo ciclo solar. Expelida da região activa AR1158 no hemisfério sul do Sol, a proeminência foi aqui capturada nesta imagem no extremo ultravioleta a partir do SDO (Solar Dynamics Observatory). A intensa explosão de radiação electromagnética avassalou momentaneamente os pixeis dos detectores do SDO, provocando a mancha branca vertical. Esta proeminência de classe-X foi também acompanhada por uma ejecção de massa coronal (ou EMC), uma nuvem gigantesca de partículas carregadas que viajam para longe do Sol a quase 900 km/s. Quem vive a alta latitudes espera algumas auroras por estes dias.

 


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