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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 728
De 25/02 a 28/02/2011
 
 
 

Dia 25/02: 56.º dia do calendário gregoriano.
Observações: Por volta das 20 ou 21 horas, a Ursa Maior está à mesma altura, a Nordeste, que a Cassiopeia a Noroeste. O seu domínio sazonal está invertendo-se; a Primavera aproxima-se.

Dia 26/02: 57.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1966, lançamento do AS-201, do programa Apollo, o primeiro voo do foguetão Saturno IB.

Observações: Depois da hora de jantar nesta altura do ano, quatro grandes constelações carnívoras estão em marcha, alinhadas de Nordeste para Sul. São todas vistas de perfil com os seus narizes apontados para cima e os seus pés (se os tiverem) para a direita: Ursa Maior a Nordeste, Leão a Este, Hidra a Sudeste e Cão Maior a Sul.

Dia 27/02: 58.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1897, nascia Bernard Lyot, inventor do coronógrafo.
Observações: Aproveite a noite para observar o enxame do Presépio, ou M44, em Caranguejo.

Dia 28/02: 59.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1997, o GRB 970228, um flash altamente luminoso de raios-gama, atinge a Terra durante 80 segundos, providenciando provas que as explosões de raios-gama ocorrem dentro da Via Láctea.
Em 2007, a sonda New Horizons, com destino plutão, passa por Júpiter.

Observações: Aproveite a noite para observar provavelmente uma das mais conhecidas constelações do céu, e a figura central do Inverno: Orionte.

 
 
 
O Sol muda a orientação do seu campo magnético a cada 11 anos. No final de cada ciclo o pólo norte magnético do Sol troca de posição com o pólo sul magnético, dando-se um máximo solar.
Chama-se máximo solar porque durante este período o Sol tem maior número de manchas solares e emissões de matéria que nos restantes períodos ao longo dos onze anos do ciclo solar.
O último máximo solar ocorreu em 2000.
 
 
  FORMAÇÃO PLANETÁRIA EM ACÇÃO?  
 

Uma equipa internacional de astrónomos utilizou o Very Large Telescope do ESO para estudar um disco de matéria de curta duração em torno de uma estrela jovem que se encontra nas fases iniciais da formação de um sistema planetário. Pela primeira vez foi detectado um companheiro mais pequeno que pode ser o causador de um grande espaço vazio encontrado no disco. Observações futuras determinarão se este companheiro é um planeta ou uma anã castanha.

Os planetas formam-se a partir de discos de matéria em torno de estrelas jovens, mas a transição de disco de poeira para sistema planetário é rápida, o que faz com que poucos objectos sejam observados durante essa fase. Um destes objetos é T Chamaeleontis (T Cha), uma estrela de baixa luminosidade situada na pequena constelação austral de Camaleão que, embora comparável ao Sol, se encontra ainda no início da sua vida. T Cha situa-se a cerca de 330 anos-luz de distância e tem apenas sete milhões de anos de idade. Até agora nunca foram encontrados planetas a formarem-se nestes discos em transição, embora já tenham sido vistos planetas em discos mais maduros.

"Estudos anteriores mostraram que T Cha é excelente para estudar a formação de sistemas planetários," diz Johan Olofsson (Instituto Max Planck para a Astronomia, Heidelberg, Alemanha), autor principal de um dos dois artigos científicos que descrevem este novo trabalho, publicados na revista da especialidade Astronomy & Astrophysics. "Mas esta estrela encontra-se muito distante de nós e por isso necessitámos de toda a capacidade do interferómetro do Very Large Telescope (VLTI) para podermos observar os mais pequenos detalhes e vermos bem o que se está a passar no disco de poeira."

Impressão de artista do disco e da jovem estrela T Cha.
Crédito: ESO/L. Calçada
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Numa primeira fase os astrónomos observaram T Cha com o instrumento AMBER e o interferómetro do VLT (VLTI). Descobriram que uma parte do material do disco formou um anel de poeira fino a apenas 20 milhões de quilómetros da estrela. Para lá deste disco interior encontraram uma região desprovida de poeiras que se estende até cerca de 1,1 mil milhões de quilómetros da estrela, distância a partir da qual começa o disco de poeira exterior.

Nuria Huélamo (Centro de Astrobiologia, ESAC, Espanha), autora principal do segundo artigo científico, continua: "Para nós este espaço vazio no disco de poeira em torno de T Cha era como uma pistola a deitar fumo, e perguntámo-nos: poderemos estar a observar uma companheira a limpar um espaço no interior do seu disco protoplanetário?"

No entanto, encontrar uma companheira de fraca luminosidade tão perto de uma estrela brilhante é um tremendo desafio e a equipa teve necessidade de utilizar o instrumento NACO, montado no VLT, aplicando um novo e poderoso método chamado "sparse aperture masking". Depois de uma análise cuidada, a equipa encontrou a assinatura clara de um objecto situado no interior do espaço vazio do disco de poeira, a cerca de um milhar de milhões de quilómetros de distância da estrela - ligeiramente mais afastado do que Júpiter se encontra do Sol - e próximo da fronteira exterior da zona vazia. Esta é a primeira detecção de um objecto muito mais pequeno do que uma estrela no interior de um espaço vazio num disco de poeira a formar planetas em torno de uma estrela jovem. Indícios sugerem que este objecto não é uma estrela normal mas poderá ser ou uma anã castanha rodeada de poeira ou, mais excitante ainda, um planeta recém-formado.

Huélamo conclui: "Este é um estudo extraordinário que combina dois instrumentos de ponta do Observatório do Paranal do ESO. Observações futuras permitir-nos-ão descobrir mais sobre a companheira e o disco, e compreender qual o mecanismo que origina o disco de poeira interior."

Links:

Notícias relacionadas:
ESO (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
Artigo científico - 2 (formato PDF)
SPACE.com
Universe Today
EurekAlert!

ESO:
Página oficial
Wikipedia

VLT:
Página oficial
Wikipedia

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net
Extrasolar Visions

 
     
 
 
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Superfluidos e supercondutores descobertos em núcleo de estrela (via Sociedade Astronómica Real)
A descoberta do rápido declínio na temperatura de uma estrela ultradensa providenciou a primeira prova de um bizarro estado de matéria no núcleo de uma estrela. Duas equipas de pesquisa independente usaram dados do Observatório de raios-X Chandra para mostrar que o interior de uma estrela de neutrões contém superfluidos e matéria supercondutora, uma conclusão com importantes implicações para o conhecimento das interacções nucleares na matéria com as mais altas densidades conhecidas. [Ler fonte]

 
     
 
     
  NGC 1999: a sul de Orionte - Crédito: Adam BlockMt. Lemmon SkyCenterU. Arizona  
  Foto  
  (clique na imagem para ver versão maior)  
     
 

A sul da grande região de formação conhecida como Nebulosa de Orionte, situa-se a brilhante nebulosa de reflexão azul NGC 1999. Também na fronteira do complexo de nuvens moleculares de Orionte, a uns 1500 anos-luz de distância, a iluminação de NGC 1999 é providenciada pela estrela variável embebida V380 Orionis. A nebulosa é marcada pela forma de um T deitado e escuro perto do centro nesta grande vista cósmica que cobre mais de 10 anos-luz. Pensava-se que esta forma escura era uma nuvem de poeira obscurecente, vista em silhueta contra a brilhante nebulosa de reflexão. Mas recentes imagens no infravermelho indicam que a forma é provavelmente um buraco dentro da própria nebulosa, "soprado" por estrelas jovens e energéticas. De facto, esta região contém muitas destas estrelas que produzem jactos e fluxos e que criam ondas de choque luminosas. Catalogados como objectos Herbig-Haro (HH), em nome dos astrónomos George Herbig e Guillermo Haro, os choques aparecem como vermelho-vivo nesta imagem que inclui HH1 e HH2 mesmo por baixo de NGC 1999. Os jactos estelares e fluxos empurram o material em redor a velocidades de centenas de quilómetros por segundo.

 


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