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Edição n.º 839
20/03 a 22/03/2012
 
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EFEMÉRIDES

Dia 20/03: 80.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1916, era publicada a Teoria da Relatividade Geral na sequência das lectures apresentadas à Academia Prussiana de Ciências a 25 de Novembro de 1915.
Em 1964 era criada a ESRO (European Space Research Organization) percursora da ESA (Agência Espacial Europeia).

Observações: Esta é a altura do ano em que a Ursa Menor se inclina para a direita a partir da Polar (o fim da sua "pega") durante a noite. A Ursa Maior, muito mais brilhante, está para a direita e para cima.
Esta é também a altura do ano em que Orionte desce a Sudoeste após o lusco-fusco, com a sua cintura quase na horizontal. Mas exactamente quando é que a Cintura de Orionte aparece exactamente na horizonal? Isso depende da sua localização em relação aos fusos horários e da sua latitude. Quão detalhadamente consegue cronometrar este evento? A Cintura de Orionte é ligeiramente curva, por isso utilize as suas duas estrelas da ponta. Pode utilizar algum utensílio como referência mais precisa? Bem-vindo(a) à astronomia pré-telescópica.
Equinócio da Primavera, pelas 05:14. Marca o início da Primavera no Hemisfério Norte (Outono no Sul). É quando o Sol atravessa o equador dirigindo-se para Norte durante o ano. O Sol nasce e põe-se quase a Este e a Oeste, e o dia e a noite têm praticamente a mesma duração.

Dia 21/03: 81.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1901 é observada a primeira brilhante nova do século XX.

É também a primeira a ser estudada espectralmente e fotometricamente, atingindo uma magnitude de 0,2 a 23 de Fevereiro. O astrónomo amador T. D. Anderson foi o seu primeiro observador. Durante o declínio do brilho, mais ou menos 100 dias, este flutuou com um período de 4 dias e uma amplitude de magnitude e meia.
Em 1905, Albert Einstein publica a sua teoria sobre a relatividade especial.
Em 1965, a NASA lança a Ranger 9, a última numa série de sondas lunares não tripuladas.
Observações: Se tiver um telescópio com pelo menos 10" de abertura e um céu realmente escuro, já alguma vez observou as ténues galáxias visíveis para a direita do Enxame do Presépio em Caranguejo?

Dia 22/03: 82.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1799 nascia F.W.A. Argelander, compilador de catálogos estelares que estudou as estrelas variáveis e criou a primeira organização astronómica internacional.
Em 1982, lançamento da missão STS-3, do vaivém Columbia
Em 1995, o cosmonauta Valeryiv Polyakov regressa à Terra depois de quebrar o recorde do maior tempo passado na estação espacial Mir: 438 dias.
Em 1997, o Cometa Hale-Bopp faz a sua maior aproximação à Terra.

Observações: Esta é a altura do ano em que as latitudes médias a norte têm a melhor oportunidade, ao início da noite, para observar a Via Láctea na constelação da Popa, para a esquerda de Cão Maior e um pouco para baixo.
Lua Nova, pelas 16:37.

 
CURIOSIDADES


Até ao século XVI viveu-se na Europa segundo a égide do calendário juliano. O calendário Juliano considerava o ano como tendo 365,25 dias. Na realidade, o intervalo entre duas passagens sucessivas do Sol no ponto vernal (ponto zodiacal onde o sol se encontra no início da primavera) é de 365,2424 dias, o que no final do século XVI fazia com que o desfasamento do calendário juliano com o movimento aparente do sol sobre o zodíaco fosse já de 11 dias. Para pôr cobro a esta situação o Papa Gregório XII, mandou que o dia seguinte ao dia 4 de Outubro de 1582 fosse o dia 15 de Outubro de 1582, passando o actual calendário, chamado gregoriano, passado a ter as seguintes regras de aplicação: 1) os anos regulares teriam 365 dias; 2) de quatro em quatro anos haveria um ano bissexto; 3) os anos do centenário não seriam anos bissextos; 4) de 400 em 400 anos o ano do centenário seria ano bissexto. Os portugueses, espanhóis franceses e italianos adoptaram imediatamente o calendário gregoriano, mas os povos germânicos apenas o foram adoptando gradualmente.

 
OBJECTOS MISTERIOSOS NO LIMITE DO ESPECTRO ELECTROMAGNÉTICO

O olho humano é crucial para a Astronomia. Sem a capacidade de ver, o Universo luminoso de estrelas, planetas e galáxias estaria fechado para nós, desconhecido para todo o sempre. No entanto, os astrónomos não conseguem desfazer-se do seu fascínio pelo invisível.

Para lá do reino da visão humana está todo um espectro electromagnético de maravilhas. Cada tipo de radiação -- desde ondas de rádio até raios-gama -- revela algo único acerca do Universo. Alguns comprimentos de onda são mais indicados para estudar buracos negros; outros revelam estrelas e planetas recém-nascidos; enquanto outros iluminam os primeiros anos de história cósmica.

A NASA tem muitos telescópios a "estudar os comprimentos de onda" em ambas as direcções do espectro electromagnético. Um deles, o Telescópio Fermi de Raios-Gama em órbita da Terra, acaba de atravessar uma nova fronteira electromagnética.

"O Fermi está a detectar fotões energéticos e 'loucos'," afirma Dave Thompson, astrofísico do Centro Aeroespacial Goddard da NASA. "E está a detectar tantos que fomos capazes de produzir o primeiro mapa do Universo altamente energético."

Imagem do céu altamente energético, composta pelo Fermi.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"A imagem mostra o céu perto do limite do espectro electromagnético, entre 10 biliões e 100 biliões eV (electrão-volt)."

A luz que vemos com os nossos olhos consiste de fotões com energias entre 2 e 3 eV. Os raios-gama que o Fermi detecta são milhares de milhões de vezes mais energéticos, desde 20 milhões até mais de 300 biliões eV. Estes fotões em raios-gama são tão energéticos, que não podem ser "guiados" pelos espelhos e lentes que se encontram em telescópios normais. Ao invés, o Fermi usa um sensor mais parecido a um contador Geiger do que a um telescópio. Se conseguíssemos usar os "óculos" do Fermi para ver em raios-gama, éramos testemunhas de poderosas balas de energia - raios-gama individuais - oriundos de fenómenos cósmicos como buracos negros supermassivos e explosões de hipernovas. O céu seria um frenesim de actividade.

Antes do Fermi ter sido lançado em Junho de 2008, conhecia-se apenas quatro fontes celestes de fotões neste intervalo energético. "Em apenas 3 anos, o Fermi descobriu quase 500 mais," afirma Thompson.

O que se situa neste novo reino? "Muitos mistérios, só para começar," afirma Thompson. "Cerca de um terço das fontes não podem ser ligadas claramente com qualquer um dos tipos conhecidos de objectos que produzem raios-gama. Não temos ideias do que são."

O resto tem uma coisa em comum: energia prodigiosa.

"Entre eles estão buracos negros supermassivos apelidados de blazares; os restos ferventes de explosões de supernova; e estrelas de neutrões ultra-rápidas denominadas pulsares."

E alguns destes raios-gama parecem vir das 'bolhas de Fermi' - estruturas gigantes emanando do centro da Via Láctea e com aproximadamente 20.000 anos-luz de comprimento, tanto para cima como para baixo do plano galáctico.

Impressão de artista das gigantes "bolhas de Fermi" emergindo do coração da Via Láctea.
Crédito: Centro Aeroespacial Goddard da NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Exactamente como é que estas bolhas se formaram, é outro mistério.

Agora que o primeiro mapa do céu está completo, o Fermi está a trabalhar noutro, mais sensível e detalhado.

"Nos próximos anos, o Fermi deverá revelar algo novo acerca de todos estes fenómenos, o que os faz trabalhar, e o porquê de gerarem níveis tão 'anormais' de energia," afirma David Paneque, líder do trabalho do Instituto Max Planck na Alemanha.

Por agora, existem mais desconhecidos do que conhecidos neste "mundo do Fermi". Conclui Thompson: "É muito excitante!"

Links:

Notícias relacionadas:
Science@NASA
YouTube
PHYSORG.com

Telescópio Espacial Fermi:
NASA
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - RA 1429 e o Distante Sol
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Juan Manuel Pérez Rayego
 
O que é aquilo no Sol? Ao longo das últimas duas semanas, uma das mais energéticas regiões de manchas solares dos últimos anos atravessou a face do Sol. A Região Activa 1429, visível acima como o grupo de manchas escuras na parte superior direita do Sol, expeliu várias proeminências solares e ejecções de massa coronal desde que se tornou visível na atmosfera solar há quase um mês atrás. Partículas velozes oriundas destas explosões solares impactaram na Terra e têm sido responsáveis por muitas auroras coloridas ao longo das últimas duas semanas. No pitoresco pano da frente, árvores e pássaros perto de Mérida, Espanha, onde a imagem foi capturada há cerca de uma semana. Embora a RA 1429 continue a rodar para a direita e já tenha desaparecido do limbo do Sol -- a partir da perspectiva da Terra -- o estudo da região vai continuar graças a um dos satélites STEREO, que orbita o Sol bem à frente da Terra.
 

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