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SPITZER DESCOBRE POSSÍVEL EXOPLANETA MAIS PEQUENO QUE A TERRA
20 de Julho de 2012

 

Astrónomos usando o Telescópio Espacial Spitzer da NASA detectaram o que acreditam ser um planeta com dois-terços do tamanho da Terra. O candidato a exoplaneta, denominado UCF-1.01, está localizado a uns meros 33 anos-luz de distância, o que o torna possivelmente no mundo mais próximo do Sistema Solar, que é mais pequeno que o nosso planeta.

Os planetas extrasolares orbitam estrelas para lá do nosso Sol. Apenas um punhado de planetas mais pequenos que a Terra foram descobertos até agora. O Spitzer levou a cabo estudos de trânsitos em exoplanetas conhecidos, mas UCF-1.01 é o primeiro a ser identificado com o telescópio espacial, apontando para um possível papel do Spitzer na descoberta de mundos terrestres potencialmente habitáveis.

"Com a ajuda do Telescópio Espacial Spitzer, descobrimos fortes evidências de um planeta muito pequeno, muito quente e muito próximo da sua estrela-mãe," afirma Kevin Stevenson da Universidade da Flórida Central em Orlando, EUA. Stevenson é o autor principal do artigo, que foi aceite para publicação na revista Astrophysical Journal. "A identificação de planetas pequenos vizinhos tais como UCF-1.01 poderá um dia levar à sua caracterização usando instrumentos futuros."

O novo candidato a planeta foi descoberto inesperadamente nas observações do Spitzer. Stevenson e seus colegas estudavam o exoplaneta com o tamanho de Neptuno, GJ 436b, que já se sabia orbitar a anã vermelha GJ 436. Nos dados do Spitzer, os astrónomos notaram ligeiras diminuições na quantidade de radiação infravermelha oriunda da estrela, separadas das diminuições provocadas por GJ 436b. Uma revisão de dados de arquivo mostrou que as diminuições eram periódicas, sugerindo um segundo planeta em órbita da estrela que bloqueava uma pequena fracção da sua luz.

Esta técnica, usada por vários observatórios incluindo o telescópio espacial Kepler, baseia-se nos trânsitos para detectar exoplanetas. A duração de um trânsito e a pequena diminuição na quantidade de luz registada revela propriedades básicas de um exoplaneta, tais como o seu tamanho e distância da sua estrela. No caso de UCF-1.01, o seu diâmetro é de aproximadamente 8400 km, ou dois-terços do da Terra.

UCF-1.01 deve orbitar muito perto de GJ 436, a mais ou menos sete vezes a distância entre a Terra e a Lua, e o seu "ano" dura apenas 1,4 dias terrestres. Dada a sua distância à estrela, muito menor do que Mercúrio em relação ao Sol, a temperatura superficial do exoplaneta deverá situar-se na ordem dos 600 graus Celsius.

Se o pequeno e torriscado candidato a planeta já teve alguma atmosfera, quase de certeza que evaporou. UCF-1.01 pode por isso ter parecenças com um mundo craterado e geologicamente morto como Mercúrio. O co-autor do artigo, Joseph Harrington, também da mesma Universidade e investigador principal da pesquisa, sugeriu outra possibilidade; que o extremo calor devido à sua pequeníssima órbita em torno de GJ 436, derreteu a superfície do planeta extrasolar.

"O planeta pode até estar coberto de magma," afirma Harrington.

Em adição a UCF-1.01, Stevenson e seus colegas avistaram pistas de um terceiro planeta, denominado UCF-1.02, em órbita de GJ 436. O Spitzer já observou evidências dos dois novos planetas várias vezes. No entanto, mesmo os instrumentos mais sensíveis são incapazes de medir as massas exoplanetárias tão pequenas quanto UCF-1.01 e UCF-1.02, que talvez sejam um-terço da da Terra. A determinação da massa é um passo necessário para a confirmação da descoberta, por isso os autores do artigo apelidam-nos cuidadosamente de candidatos a exoplaneta por agora.

Das aproximadamente 1800 estrelas identificadas pelo telescópio Kepler da NASA como candidatas a ter sistemas planetários, apenas três foram verificadas conterem exoplanetas sub-Terra. Destes, apenas um planeta extrasolar deverá ser mais pequeno que os candidatos do Spitzer, com um raio parecido ao de Marte, ou 57% do da Terra.

"Espero que as observações futuras confirmem estes resultados excitantes, que mostram que o Spitzer é capaz de descobrir planetas extrasolares tão pequenos quanto Marte," afirma Michael Wener, cientista do projecto Spitzer no JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia. "Mesmo depois de quase 9 anos no espaço, as observações do Spitzer continuam a levar-nos em novas e importantes direcções científicas."

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
PHYSORG
SPACE.com
Discovery News
Science 2.0

GJ 436:
Wikipedia

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net

Telescópio Espacial Spitzer:
Página oficial 
NASA
Centro Espacial Spitzer 
Wikipedia

 


Esta impressão de artista mostra o que os astrónomos acreditam ser um mundo com apenas dois-terços o tamanho da Terra -- um dos mais pequenos conhecidos. Foi identificado com o Telescópio Espacial Spitzer. O candidato a exoplaneta, conhecido como UCF-1.01, orbita uma estrela denominada GJ 436, localizada a apenas 33 anos-luz de distância. UCF-1.01 pode ser o mundo mais próximo do nosso Sistema Solar que é mais pequeno que a nossa Terra.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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