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HUBBLE TESTEMUNHA MISTERIOSA DESINTEGRAÇÃO DE ASTERÓIDE
11 de Março de 2014

 

O Telescópio Espacial Hubble da NASA registou a nunca-antes-vista quebra de um asteróide em até 10 pedaços menores.

Cometas frágeis, compostos por gelo e poeira, já foram vistos fragmentando-se à medida que se aproximam do Sol, mas nada como isto já tinha sido observado na cintura de asteróides.

"Isto é uma rocha, e é incrível vê-la a desmoronar-se," afirma David Jewitt da Universidade da Califórnia em Los Angeles, EUA, que liderou a investigação forense astronómica.

O asteróide em desintegração, designado P/2013 R3, foi observado pela primeira vez como um objecto invulgar e difuso pelos estudos do céu, Catalina e Pan STARRS, a 15 de Setembro de 2013. Uma observação de acompanhamento a 1 de Outubro pelo Observatório W. M. Keck no topo do Mauna Kea, um vulcão adormecido na ilha do Hawaii, revelou três corpos em movimento num invólucro de poeira com quase o diâmetro da Terra.

"O Observatório Keck mostrou-nos que valia a pena observar este objecto com o Hubble," realça Jewitt. "Com a sua resolução superior, as observações com o telescópio espacial mostraram que na realidade existem 10 objectos embebidos, cada com caudas parecidas às dos cometas. Os quatro maiores fragmentos rochosos medem até 360 metros em diâmetro, cerca de quatro vezes o comprimento de um campo de futebol."

Os dados do Hubble mostram que os fragmentos afastam-se uns dos outros a uma velocidade lenta de 1,6 km/h. O asteróide começou a quebrar-se no início do ano passado, mas novas peças continuam a revelar-se como provado nas imagens mais recentes.

É improvável que o asteróide se tenha desintegrado devido à colisão com outro asteróide, o que teria sido um evento instantâneo e violento em comparação com o observado. Os detritos de tal colisão a alta-velocidade também viajariam a uma velocidade muito superior à observada. Nem o asteróide está a "descolar-se" devido à pressão do aquecimento e vaporização dos gelos interiores.

Isto deixa-nos com o cenário em que o asteróide se fragmenta devido ao efeito subtil da luz solar, que faz com que a taxa de rotação do asteróide aumente gradualmente. Eventualmente, as suas partes - como uvas num cacho- sucumbem à força centrífuga e afastam-se suavemente. A possibilidade da perturbação por este método tem sido discutida pelos cientistas há já vários anos, mas nunca tinha sido observada de forma confiável.

Para este cenário ocorrer, P/2013 R3 devia ter um interior fraco e fracturado - provavelmente como resultado de inúmeras colisões não destrutivas com outros asteróides. Pensa-se que a maioria dos asteróides pequenos estejam severamente danificados desta forma. P/2013 é provavelmente um subproduto de uma tal colisão ocorrida algures nos últimos mil milhões de anos.

Com a descoberta anterior de um asteróide activo com seis caudas, de nome P/2013 P5, os astrónomos estão descobrindo cada vez mais evidências de que a pressão da luz solar pode ser a principal força por trás da desintegração de asteróides pequenos - com menos de 1,6 km - no nosso Sistema Solar.

Os detritos remanescentes do asteróide, com uma massa de mais ou menos 200.000 toneladas, irão no futuro fornecer uma fonte rica de meteoróides. A maioria vai finalmente mergulhar no Sol, mas uma pequena fracção dos detritos poderá uma noite iluminar os nossos céus sob a forma de "estrelas cadentes".

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
ESA (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
UCLA (comunicado de imprensa)
Universe Today
Astronomy
SPACE.com
redOrbit
Sky & Telescope
e! Science News
PHYSORG
Space Daily
New Scientist
Discovery News
Discover
Reuters
The Verge
io9
AstroPT
Diário de Notícias
SIC Notícias
Público

P/2013 R3:
Wikipedia

Asteróides:
SEDS
NASA
Wikipedia

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA 
ESA
STScI
SpaceTelescope.org
Wikipedia


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Esta série de imagens do Hubble revela a quebra de um asteróide ao longo de um período de vários meses. Os maiores fragmentos têm até 180 metros em raio.
Crédito: NASA, ESA, D. Jewitt (UCLA)
(clique na imagem para ver versão maior)


Animação da fragmentação do asteróide.
Crédito: NASA, ESA e D. Jewitt (UCLA)


Ilustração que mostra uma possível explicação para a desintegração do asteróide P/2013 R3.
Crédito: NASA, ESA, D. Jewitt (UCLA) e A. Feild (STScI)
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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