MESSENGER COMPLETA 3000.ª ÓRBITA DE MERCÚRIO, DEFINE DATA PARA MAIOR APROXIMAÇÃO
22 de Abril de 2014
No dia 20 de Abril, a sonda MESSENGER completou a sua 3000.ª órbita de Mercúrio e mudou-se para mais perto do planeta do que qualquer outra sonda, descendo até uma altitude de 199 km acima da superfície do planeta.
"Estamos cortando através do campo magnético de Mercúrio numa geometria diferente, e isso lançou uma nova luz sobre a população de electrões energéticos," realça Ralph McNutt, cientista do projecto MESSENGER, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Laurel, Maryland, EUA. "Além disso, estamos agora passando mais tempo perto do planeta em geral - o que, por sua vez, aumentou as oportunidades de todos os instrumentos fazerem observações de alta-resolução do planeta."
A MESSENGER tem completado três órbitas [em torno de Mercúrio] por dia desde Abril de 2012, quando duas manobras de correcção orbitais reduziram o seu período orbital de 12 para 8 horas. A órbita mais curta permitiu à equipa científica explorar novas questões acerca da composição de Mercúrio, evolução geológica e ambiente, levantadas por descobertas feitas durante o primeiro ano de operações orbitais.
Carolyn Ernst, do mesmo laboratório, que lida com o instrumento MLA (Mercury Laser Altimeter), disse que a mudança de uma órbita de 12 horas para uma órbita de 8 horas forneceu à sua equipa 50% mais dados de altimetria. "A cobertura do MLA leva muito tempo a construir, e dado o tamanho reduzido do laser, é necessária uma grande cobertura para obter uma boa resolução espacial. Quantos mais dados adquirirmos, melhor conseguimos resolver a topografia do planeta," comenta. "A órbita de 8 horas também permitiu-nos obter mais medições da reflectividade, que têm fornecido pistas importantes para a caracterização em radar de brilhantes depósitos nas latitudes altas do norte."
A sonda tem ficado mais próxima de Mercúrio desde Março de 2013, quase à mesma altura que a sonda atingia uma altitude mínima por cima do pólo norte de Mercúrio.
David Lawrence, cientista que participa na missão MESSENGER, disse que está animado com o que as órbitas de baixa-altitude vão revelar sobre a composição da superfície de Mercúrio. "Até à data, as nossas medições da composição com dados raios-X e raios-gama resolveram apenas áreas muito grandes da superfície de Mercúrio. A altitudes de 100 km ou menos, a MESSENGER permitir-nos-á identificar as assinaturas composicionais de características geológicas específicas, que por sua vez vão ajudar-nos compreender como é que a superfície se formou e mudou ao longo do tempo."
O ponto da órbita, mais próximo da superfície, continuará a diminuir até à primeira manobra de correcção orbital da campanha de baixa altitude, marcada para o dia 17 de Junho.
"O último ano das operações orbitais da MESSENGER será uma missão completamente nova," acrescenta Sean Solomon, investigador principal da sonda, do Observatório da Terra Lamont-Doherty da Universidade de Columbia. "Com cada órbita, as nossas imagens, as nossas medições da composição da superfície, e as nossas observações dos campos magnéticos e de gravidade do planeta serão de resolução cada vez maior. Seremos capazes de caracterizar pela primeira vez o ambiente de partículas perto da superfície de Mercúrio. Mercúrio tem teimosamente mantido bastantes segredos, mas muitos vão finalmente ser revelados."