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HUBBLE ENCONTRA COMPANHEIRA DE SUPERNOVA DEPOIS DE DUAS DÉCADAS DE BUSCA
12 de Setembro de 2014

 

Com o Telescópio Espacial Hubble, astrónomos descobriram uma companheira estelar de um tipo raro de supernova. A descoberta confirma a teoria de longa data de que a supernova, baptizada SN 1993J, ocorreu dentro de um sistema binário, onde duas estrelas em interacção provocaram uma explosão cósmica.

"É como uma cena de um crime onde finalmente identificamos o ladrão," afirma Alex Filippenko, professor de astronomia da Universidade da Califórnia, em Berkeley, EUA. "A estrela companheira roubou um monte de hidrogénio antes da estrela primária explodir."

SN 1993J é um exemplo de supernova do Tipo IIb, explosões estelares invulgares que contêm muito menos hidrogénio do que aquele encontrado numa típica supernova. Os astrónomos acreditam que a estrela companheira roubou a maior parte do hidrogénio antes da estrela principal explodir e que continuou a queimar combustível mas como uma estrela superquente de hélio.

"É provavelmente necessário um sistema binário para que a estrela principal perca a maioria do seu invólucro de hidrogénio antes da explosão. O problema é que, até à data, têm sido difíceis de obter observações directas da companheira, uma vez que é tão ténue relativamente à própria supernova," afirma Ori Fox, investigador da mesma universidade.

SN 1993J reside na galáxia Messier 81, a cerca de 11 milhões de anos-luz de distância na direcção da constelação de Ursa Maior. Desde a sua descoberta há 21 anos atrás, que os cientistas procuram a estrela companheira. As observações com o Observatório W. M. Keck em Mauna Kea, no Hawaii, sugeriram que a companheira desaparecida irradiava grandes quantidades de radiação ultravioleta, mas a área da supernova estão tão lotada que os cientistas não podiam ter a certeza que estavam a medir a estrela certa.

A equipa combinou dados ópticos com imagens ultravioleta do Hubble para construir um espectro que combinava com o brilho previsto da estrela companheira, também conhecido como emissão contínua. Os cientistas só recentemente foram capazes de detectar esta radiação directamente.

"Nós fomos capazes de obter esse espectro UV com o Hubble. Este mostra conclusivamente que temos um excesso de emissão contínua no ultravioleta, mesmo após a luz das estrelas ter sido subtraída," afirma Azalee Bostroem do STScI (Space Telescope Science Institute) em Baltimore, no estado americano de Maryland.

Os astrónomos estimam que ocorre uma supernova a cada segundo algures no Universo, mas ainda não entendem completamente como as estrelas explodem. Serão precisas mais pesquisas para melhor compreender as propriedades desta estrela companheira e os diferentes tipos de supernovas.

Os resultados deste estudo foram publicados na edição de 20 de Julho da revista The Astrophysical Journal.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Astronomy
redOrbit
PHYSORG
Science
gizmag
sapo tek

SN 1993J:
Wikipedia

Supernova do Tipo IIb:
Wikipedia

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA 
ESA
STScI
SpaceTelescope.org
Base de dados do Arquivo Mikulski para Telescópios Espaciais 
Wikipedia

Observatório W. M. Keck:
Página oficial
Wikipedia


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Impressão de artista da supernova 1993J, que explodiu na galáxia M81. Usando o Telescópio Espacial Hubble, astrónomos identificaram a estrela companheira azul e que queima hélio, vista no centro da nebulosa de detritos em expansão, produzida pela supernova.
Crédito: NASA, ESA e G. Bacon (STScI)
(clique na imagem para ver versão maior)


Ilustração que mostra os passos principais na evolução de uma supernova do Tipo IIb:
- Painel 1: duas estrelas muito quentes orbitam-se uma à outra num sistema binário;
- Painel 2: a estrela ligeiramente mais massiva evolui para uma gigante vermelha e "derrama" o hidrogénio do seu invólucro exterior na companheira;
- Painel 3: a estrela mais massiva explode como supernova;

- Painel 4: a estrela companheira sobrevive à explosão. Dado que guardou a maioria do hidrogénio no sistema, é maior e mais quente do que era quando nasceu. A supernova desvanece.
Crédito: NASA, ESA e A. Feild (STScI)
(clique na imagem para ver versão maior)


Imagem do Hubble que mostra a posição da supernova SN 1993J dentro da galáxia espiral M81. Embora os astrónomos tenham visto a estrela explodir como supernova há 21 anos atrás, o brilho dessa explosão está ainda presente, como visto na secção ampliada. A supernova desvaneceu até a um ponto em que os astrónomos estão confiantes que avistaram o brilho ultravioleta da estrela companheira.
Crédito: NASA, ESA, A. Zezas (Cfa) e A. Filippenko (UC Berkeley)
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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