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KEPLER RENASCE, FAZ PRIMEIRA DESCOBERTA EXOPLANETÁRIA DA NOVA MISSÃO
23 de Dezembro de 2014

 

O caçador de planetas da NASA, Kepler, regressou ao activo com a descoberta do primeiro exoplaneta durante a sua nova missão - K2.

A descoberta foi feita quando os astrónomos e engenheiros desenvolveram uma forma engenhosa de redireccionar o Kepler para a missão K2 e continuar a sua busca por outros mundos no cosmos.

"No Verão passado, a possibilidade de uma missão científica produtiva para o Kepler, após a falha na roda de reacção durante a sua missão estendida, não fazia parte da conversa," afirma Paul Hertz, director da divisão de astrofísica da NASA na sede da agência em Washington. "Hoje, graças a uma ideia inovadora e a muito trabalho duro pela equipa da NASA e da Ball Aerospace, o Kepler pode muito bem fornecer os primeiros candidatos para estudos de acompanhamento do Telescópio Espacial James Webb, a fim de caracterizar as atmosferas de mundos distantes e procurar sinais de vida."

O investigador principal Andrew Vanderburg, estudante de pós-graduação do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica em Cambridge, no estado americano de Massachusetts, analisou dados disponíveis publicamente e recolhidos pelo telescópio durante um teste da missão K2 em Fevereiro de 2014. A descoberta foi confirmada com medições obtidas pelo espectrógrafo HARPS-Norte do Telescópio Nazionale Galileo nas Ilhas Canárias, que capturou a oscilação da estrela provocada pela força gravitacional do planeta na sua órbita.

O planeta recém-confirmado, HIP 116454b, tem 2,5 vezes o diâmetro da Terra e segue uma órbita íntima de nove dias em redor de uma estrela mais pequena e fria que o nosso Sol, o que torna o planeta demasiado quente para a vida como a conhecemos. HIP 116454b e a sua estrela estão localizados a 180 anos-luz da Terra, na direcção da constelação de Peixes.

A câmara a bordo do Kepler detecta planetas procurando trânsitos - quando uma estrela distante diminui ligeiramente de brilho devido à passagem de um planeta, a partir da perspectiva da Terra. Quanto mais pequeno o planeta, mais fraca a diminuição de brilho, por isso as medições têm que ser primorosamente precisas. Para atingir essa precisão, o telescópio tem que manter-se constantemente apontado ao objecto de estudo. Em Maio de 2013, a recolha de dados durante a missão principal estendida do Kepler chegou ao fim com a avaria da segunda das quatro rodas de reacção, que são usadas para estabilizar o telescópio.

Em vez de desistirem do Kepler, uma equipa de cientistas e engenheiros elaborou uma estratégia engenhosa de usar a pressão da luz solar como uma "roda de reacção virtual" para ajudar a controlar o telescópio. A missão resultante, K2, promete não só continuar a caça exoplanetária do Kepler, mas também expandir a pesquisa para estrelas próximas e brilhantes que abrigam planetas e que podem ser estudadas em detalhe para melhor compreender a sua composição. A missão K2 também vai introduzir novas oportunidades para observar enxames estelares, galáxias activas e supernovas.

Planetas pequenos como HIP 116454b, em órbita de estrelas próximas e brilhantes, estão "no ponto" para a missão K2, pois dão boas perspectivas para estudos de acompanhamento no solo com o objectivo de obter medições de massa. Usando as medições de tamanho do K2 e as medições da massa obtidas cá à superfície da Terra, os astrónomos podem calcular a densidade de um planeta para determinar se é provavelmente um mundo rochoso, aquático ou gasoso.

"A missão Kepler mostrou-nos que planetas maiores que a Terra [em tamanho] e mais pequenos que Neptuno são comuns na Galáxia, mas estão ausentes no nosso Sistema Solar," afirma Steve Howell, cientista do projecto Kepler/K2 no Centro de Pesquisa Ames da NASA em Moffett Field, Califórnia, EUA. "A missão K2 está singularmente posicionada para refinar dramaticamente a nossa compreensão desses mundos alienígenas e definir melhor a fronteira entre mundos rochosos como a Terra e gigantes de gelo como Neptuno."

Desde que a missão K2 começou oficialmente em Maio de 2014, observou mais de 35.000 estrelas e recolheu dados sobre enxames, regiões densas de formação estelar e vários objectos planetários dentro do nosso Sistema Solar. Está actualmente na sua terceira campanha.

O artigo científico que explica esta descoberta foi aceite para publicação na revista The Astrophysical Journal.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica (comunicado de imprensa)
Universidade de Columbia Britânica (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Astronomy
Universe Today
SPACE.com
Space Daily
PHYSORG
redOrbit
(e) Science News
Diário de Notícias
SAPOTEK
Sulinformação
Observador
AstroPT

HIP 116454b:
SIMBAD
Exoplanet.eu
Wikipedia

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Lista de planetas (Wikipedia)
Lista de planetas não confirmados (Wikipedia)
Lista de exoplanetas potencialmente habitáveis (Wikipedia)
Lista de extremos (Wikipedia)
Open Exoplanet Catalogue
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net

Telescópio Espacial Kepler:
NASA (página oficial)
Arquivo de dados do Kepler
Descobertas planetárias do Kepler
Wikipedia


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Impressão de artista que mostra o caçador de exoplanetas Kepler, operando num novo perfil de missão com o nome K2. Usando dados disponíveis ao público, astrónomos confirmaram a primeira descoberta exoplanetária do K2, provando que o Kepler ainda consegue encontrar planetas.
Crédito: NASA Ames/JPL-Caltech/T. Pyle
(clique na imagem para ver versão maior)


Esta ilustração mostra o primeiro planeta descoberto pelo telescópio Kepler durante a sua missão K2. Conseguiu-se descobrir um trânsito do planeta nos dados "ruidosos" da missão K2, usando engenhosos algoritmos de computador. O planeta recém-descoberto, HIP 116454b, tem um diâmetro 2,5 vezes superior ao da Terra e tem 12 vezes a massa do nosso planeta. Completa uma órbita em torno da sua estrela a cada 9,1 dias.
Crédito: David A. Aguilar (CfA)
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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