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A TERRÍVEL BELEZA DA MEDUSA
22 de maio de 2015

 

Com o auxílio do VLT (Very Large Telescope) do ESO, instalado no Chile, os astrónomos capturaram a imagem mais detalhada de sempre da Nebulosa da Medusa. À medida que a estrela no coração desta nebulosa passa à reforma, as suas camadas mais exteriores vão sendo libertadas para o espaço, formando uma nuvem colorida. A imagem pressagia o que acontecerá ao Sol num futuro distante, quando na sua fase final se transformar num objeto deste tipo.

Esta bonita nebulosa planetária retira o seu nome da terrível criatura da mitologia grega - Medusa, a Górgone. Este objeto tem também o nome Sharpless 2-274 e situa-se na constelação de Gémeos. A Nebulosa da Medusa tem uma dimensão de cerca de quatro anos-luz e encontra-se a uma distância de cerca de 1500 anos-luz da Terra. Apesar do seu tamanho, é extremamente ténue e difícil de observar.

A Medusa era uma criatura hedionda com serpentes na cabeça em vez de cabelos. As serpentes estão representadas pelos filamentos serpenteantes de gás brilhante desta nebulosa. O brilho vermelho do hidrogénio e a emissão verde mais fraca do oxigénio estendem-se muito para além da imagem, formando um crescente no céu. A ejeção de massa por parte das estrelas que se encontram nesta fase da sua evolução é muitas vezes intermitente, o que pode resultar em estruturas fascinantes no seio das nebulosas planetárias.

Durante dezenas de milhares de anos os núcleos estelares das nebulosas planetárias encontram-se rodeados por estas espetaculares nuvens coloridas de gás. Depois de mais alguns milhares de anos o gás vai-se dispersando lentamente para o meio circundante. Trata-se da última fase de transformação de estrelas como o Sol, antes de terminarem as suas vidas ativas sob a forma de anãs brancas. A fase de nebulosa planetária na vida de uma estrela corresponde a uma fração minúscula do seu tempo de vida total - tal como o tempo que uma criança leva a soprar uma bola de sabão e a vê-la afastar-se é um instante breve no seu tempo de vida total.

A radiação ultraviolenta intensa emitida pela estrela muito quente que se situa no núcleo da nebulosa, faz com que os átomos do gás que se desloca para o exterior percam os seus eletrões, dando origem a gás ionizado. As cores características deste gás brilhante podem ser usadas para identificar objetos. Em particular, a presença do brilho verde emitido pelo oxigénio duas vezes ionizado ([O III]) usa-se para encontrar nebulosas planetárias. Utilizando filtros apropriados, os astrónomos conseguem isolar a radiação emitida pelo gás brilhante e fazer com que a nebulosa ténue apareça muito mais destacada sobre o plano de fundo mais escuro.

Quando a emissão verde de [O III] da nebulosa foi observada pela primeira vez, os astrónomos pensaram que tinham descoberto um novo elemento, ao qual chamaram nebulium. Mais tarde compreenderam que se tratava simplesmente de um comprimento de onda de radiação raro, de uma forma ionizada do familiar elemento que era o oxigénio.

Esta nebulosa também tem o nome de Abell 21 (ou mais formalmente PN A66 21), devido ao astrónomo americano George O. Abell, que descobriu este objeto em 1955. Durante algum tempo os astrónomos debateram entre si se esta nuvem seria os restos da explosão de uma supernova. No entanto, na década de 1970, os investigadores conseguiram medir o movimento e outras propriedades do material da nuvem e esta foi claramente identificada como sendo uma nebulosa planetária.

Esta imagem foi criada a partir de dados capturados com o instrumento FORS (FOcal Reducer and low dispersion Spectrograph), montado no VLT, obtidos no âmbito do programa Jóias Cósmicas do ESO.

Links:

Notícias relacionadas:
ESO (comunicado de imprensa)
Astronomy
SPACE.com
Astronomy Now

Nebulosa da Medusa:
Wikipedia

VLT:
Página oficial
Wikipedia

ESO:
Página oficial
Wikipedia


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O VLT do ESO, no Chile, capturou a imagem mais detalhada de sempre da Nebulosa da Medusa (também conhecida por Abell 21 e Sharpless 2-274). À medida que a estrela no coração desta nebulosa passa à reforma, as suas camadas mais exteriores vão sendo libertadas para o espaço, formando uma nuvem colorida. A imagem pressagia o que acontecerá ao Sol num futuro distante, quando na sua fase final se transformar num objeto desde tipo.
Crédito: ESO
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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