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MISSÃO K2 DO KEPLER CONFIRMA MAIS DE 100 NOVOS EXOPLANETAS
19 de julho de 2016

 


Impressão de artista do telescópio Kepler.
Crédito: NASA/JPL
(clique na imagem para ver versão maior)

 

Uma equipa internacional de astrónomos descobriu e confirmou novos mundos usando a missão K2 do telescópio Kepler da NASA. Entre as descobertas, que totalizaram 197 candidatos iniciais a planeta, cientistas confirmaram 104 exoplanetas. Entre os confirmados está um sistema planetário composto por quatro planetas, planetas estes que poderão ser rochosos.

Os planetas, todos entre 20 e 50 por cento maiores do que a Terra em diâmetro, orbitam a anã M K2-72, a 181 anos-luz de distância na direção da constelação de Aquário. A estrela hospedeira tem menos de metade do tamanho do Sol e é menos brilhante. Os períodos orbitais dos planetas variam entre 5,5 e 24 dias, e dois deles podem ter níveis de irradiação [da sua estrela] comparáveis aos da Terra. Apesar das suas órbitas íntimas - mais perto da estrela do que Mercúrio está do Sol - de acordo com o autor principal Ian Crossfield, do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, a possibilidade de que a vida possa surgir num planeta em torno de uma estrela deste género não pode ser descartada.

Os investigadores atingiram este grupo extraordinário de exoplanetas através da combinação de dados com observações de acompanhamento por telescópios terrestres, incluindo o telescópio Gemini Norte e o Observatório W. M. Keck no Hawaii, o APF (Automated Planet Finder) dos Observatórios da Universidade da Califórnia e o LBT (Large Binocular Telescope) operado pela Universidade do Arizona. As descobertas foram publicadas online na Série de Suplementos da revista The Astrophysical Journal.

Tanto o Kepler como a sua missão K2 descobrem novos planetas através da medição da queda subtil no brilho de uma estrela, queda esta provocada pela passagem de um planeta em frente da sua estrela. Na sua missão inicial, o Kepler investigou apenas uma zona do céu no hemisfério norte, determinando a frequência de planetas cujo tamanho e temperatura podem ser semelhantes à da Terra em órbita de estrelas parecidas com o nosso Sol. Durante a missão prolongada, em 2013, perdeu a sua capacidade de olhar permanentemente para a sua área de estudo original, mas uma brilhante solução deu nova vida ao telescópio, vida esta que está a provar ser cientificamente frutífera.

Depois da correção, o Kepler começou a sua missão K2, que tem proporcionado um campo de visão eclíptico com maiores oportunidades para observatórios terrestres tanto no hemisfério norte como no sul. Adicionalmente, a missão K2 é inteiramente conduzida pela comunidade, ou seja, todos os alvos são propostos pela comunidade científica.

Dado que abrange mais do céu, a missão K2 é capaz de observar uma maior fração de estrelas mais frias e pequenas. E tendo em conta que as anãs vermelhas são muito mais comuns na Via Láctea do que as estrelas parecidas com o Sol, as estrelas nas proximidades são predominantemente anãs vermelhas.

"Uma analogia seria dizer que o Kepler realizou um estudo demográfico, ao passo que a missão K2 foca-se nas estrelas brilhantes e próximas com tipos diferentes de planetas," afirma Crossfield. "A missão K2 permite-nos aumentar o número de estrelas pequenas e vermelhas por um factor de 20, aumentando significativamente o número de 'estrelas de cinema' astronómicas que perfazem os melhores sistemas para um estudo mais aprofundado."

Para validar os candidatos a planeta identificados pela missão K2, os investigadores obtiveram imagens de alta-resolução das estrelas hospedeiras, bem como espectroscopia ótica de alta-resolução. Ao dispersar a luz estelar como um prisma, os espectrógrafos permitem aos cientistas inferirem as propriedades física de uma estrela - como massa, raio e temperatura - a partir das quais as propriedades de quaisquer planetas em órbita podem ser, também elas, inferidas.

Estas observações representam um salto natural da missão K2 para as outras missões exoplanetárias no futuro da agência espacial norte-americana, como o TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) e o Telescópio Espacial James Webb.

"Esta lista de exoplanetas validados da missão K2 destaca o facto de que o estudo alvo de estrelas brilhantes e próximas, ao longo da eclíptica, está a fornecer muitos planetas novos e interessantes," afirma Steve Howell, cientista do projeto da missão K2 no Centro de Pesquisa Ames da NASA em Moffett Field, no estado americano da Califórnia. "Estes alvos permitem com que a comunidade científica faça acompanhamento e caracterização, fornecendo algumas joias para o primeiro estudo pelo Telescópio Espacial James Webb, que talvez nos possa dizer mais sobre as atmosferas dos planetas."

 


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Observatório Gemini (comunicado de imprensa)
Observatório W. M. Keck (comunicado de imprensa)
UC Santa Cruz (comunicado de imprensa)
Artigo científico (PDF)
ScienceDaily
PHYSORG
(e) Science News

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Lista de planetas (Wikipedia)
Lista de exoplanetas potencialmente habitáveis (Wikipedia)
Lista de extremos (Wikipedia)
Open Exoplanet Catalogue
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares

Telescópio Espacial Kepler:
NASA (página oficial)
K2 (NASA
Arquivo de dados do Kepler
Descobertas planetárias do Kepler
Wikipedia

Observatório Gemini:
Página oficial
Wikipedia

Observatório W. M. Keck:
Página oficial
Wikipedia

APF (Automated Planet Finder):
Observatório Lick
Wikipedia

LBT (Large Binocular Telescope):
LBTO
Wikipedia

TESS:
NASA/Goddard
Wikipedia

JWST (Telescópio Espacial James Webb):
NASA
STScI
ESA
Wikipedia

 
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