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HUBBLE DESCOBRE IRMÃO DO COMETA HALLEY RASGADO POR ANÃ BRANCA
14 de fevereiro de 2017

 


Esta impressão de artista mostra um objeto parecido a um cometa gigante a cair em direção a uma anã branca. Novas observações com o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostram evidências de uma cintura de corpos parecidos com cometas em órbita de uma anã branca, parecida à Cintura de Kuiper do nosso próprio Sistema Solar. Os achados também sugerem a presença de um ou mais planetas sobreviventes, ainda por descobrir em redor da anã branca, que podem ter perturbado a cintura o suficiente para enviar estes objetos gelados em direção à estrela colapsada.
Crédito: NASA, ESA e Z. Levy (STScI)
(clique na imagem para ver versão maior)

 

Cientistas que usam o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA observaram, pela primeira vez, um objeto gigantesco, como um cometa, que foi rasgado e espalhado na atmosfera de uma anã branca. O objeto destruído tinha uma composição química parecida à do Cometa Halley, mas era 100.000 vezes mais massivo do que o seu famoso homólogo.

A equipa internacional de astrónomos observou a anã branca WD 1425+540, a cerca de 170 anos-luz da Terra na direção da constelação de Boieiro. Enquanto estudava a atmosfera da anã branca usando o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA e o Observatório W.M. Keck, a equipa encontrou evidências de que um objeto, parecido com um cometa gigante, estava caindo sobre a estrela e que as forças de maré estavam a desfazê-lo.

A equipa determinou que o objeto tinha uma composição química parecida à do famoso Cometa Halley no nosso próprio Sistema Solar, mas era 100.000 vezes mais massivo e tinha o dobro da proporção de água do seu homólogo local. A análise espectral mostrou que o objeto destruído era rico em elementos essenciais para a vida, incluindo carbono, oxigénio, enxofre e até mesmo azoto.

Isto faz com que seja a primeira deteção de azoto em detritos que caem sobre uma anã branca. A autora principal Siyi Xu, do ESO, Alemanha, explica a importância da descoberta: "O azoto é um elemento muito importante para a vida como a conhecemos. Este objeto particular é bastante rico em azoto, mais do que qualquer objeto observado no nosso Sistema Solar."

Já existem mais de uma dúzia de anãs brancas conhecidas por estarem poluídas com detritos em queda de objetos rochosos parecidos com asteroides, mas esta é a primeira vez que um corpo feito de material gelado semelhante a um cometa é visto a poluir a atmosfera de uma anã branca. Estes achados são evidências de uma cintura de corpos cometários, parecida à Cintura de Kuiper do nosso Sistema Solar, em órbita de uma anã branca. Estes corpos gelados aparentemente sobreviveram à evolução da estrela desde a sua sequência principal - uma estrela parecida com o nosso Sol - passando pela sua fase de gigante vermelha e até ao seu colapso final como uma pequena e densa anã branca.

A equipa que fez esta descoberta também se debruçou no modo como este objeto massivo passou da sua distante órbita original até uma rota de colisão com a sua estrela-mãe. A mudança na órbita pode ter sido provocada pela distribuição gravitacional de planetas não detetados ainda em órbita, que perturbaram a faixa cometária. Outra explicação diz que a estrela companheira da anã branca perturbou a cintura e fez com que objetos viajassem em direção à anã branca. A mudança na órbita também pode ter sido provocada por uma combinação destes dois cenários.

A Cintura de Kuiper do Sistema Solar, situada para lá da órbita de Neptuno, é o lar de muitos planetas anões, cometas e outros corpos pequenos deixados para trás pela formação do Sistema Solar. As novas descobertas fornecem agora evidências observacionais que suportam a ideia de que os corpos gelados também estão presentes noutros sistemas planetários e que sobreviveram à longa história da evolução da estrela.

 


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